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Retrospectiva 2022: Mercado nacional teve duro golpe com arquivamento da Lei Cortez
PublishNews, Guilherme Sobota, 22/12/2022
Relembre os principais fatos do mercado editorial nacional e internacional, como a criação de diversas novas editoras e selos, movimentações na Europa e nos EUA e os resultados das pesquisas sobre a indústria do livro

Público na Bienal do Livro de SP em 2022 | © Bienal
Público na Bienal do Livro de SP em 2022 | © Bienal
O ano de 2022 terminou com um duro golpe no campo político para o mercado editorial brasileiro: a Lei Cortez – que pretende fixar o preço dos lançamentos de livros por 12 meses – acabou não concluindo seu rito no Senado e será arquivada. Ainda há esperança para o ano que vem, mas ela vai demandar intensa movimentação política.

O próximo Congresso Nacional, aliás, foi destaque na mesa de abertura do Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos 2022, evento organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com outras entidades do livro, em outubro.

Em julho, foram conhecidos os diretores do Conselho do Plano Nacional do Livro e Leitura para os próximos dois anos. Anunciado em março, o PNLD 2024 chegou com mais exigências e dificultando a participação de pequenas editoras.

Pesquisas

A pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, apresentada em julho, registrou queda acumulada de 39%, em termos reais (descontada a inflação do período) no setor editorial desde 2006.

Em julho, durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, o Instituto Pró Livro, em parceria com o Itaú Cultural, realizou mais uma edição da pesquisa Retratos da Leitura em eventos do livro e literatura, que busca conhecer o perfil e os hábitos dos leitores que frequentam eventos literários – os dados apontaram crescimento da participação das mulheres e dos jovens, maior escolarização e mais participação de autodeclarados brancos, em relação à pesquisa nacional.

Em maio, as pesquisas Produção e Vendas (PeV) e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro mostraram que o setor apresentou um movimento tímido de expansão comparado aos dados de 2020.

Já o Painel do Varejo de Livros no Brasil vem chegando ao fim do ano apontando crescimento no varejo em 2022.

Mercado nacional

Ainda em março, o Grupo Companhia das Letras anunciou que adquiriu 70% do controle da JBC (Japan Brazil Communication), editora referência em mangás no mercado editorial brasileiro. Com a chegada da JBC, o Grupo Companhia das Letras passou a publicar 20 selos editoriais, entre adultos, juvenis e infantis.

A Alta Books também se movimentou no mercado brasileiro em 2022, com aposta no selo de ficção, a criação de um selo voltado para quadrinhos e a compra das editoras Alaúde e Tordesilhas e, no fim do ano, da editora Faria e Silva. O Grupo foi tema de um Podcast do PublishNews.

Entre os novos selos e editoras, o mercado viu a criação do Janela + mapa lab, priorizando o "slow publishing" e da Casa dos grandes autores, na Global, prestes a celebrar 50 anos em 2023; a expansão do clube de leitura e livraria Catavento; a criação do selo de obras evangélicas da Ediouro, o Novo Céu; o novo selo voltado para quadrinhos da Faro Editorial, focado em super-heróis e ficção científica; o departamento voltado para a literatura young adult, da Editora Nacional, o Naci; o surgimento do Culturama Plural, que tem Augusto Cury entre seus autores; a Peabiru, com proposta de se especializar em literatura latino-americana; a criação da Editora H1, na área de educação; e a criação do selo Autêntica Contemporânea, dedicado a autores nacionais e estrangeiros.

A editora portuguesa Assírio & Alvim, conhecida por publicar grandes poetas em Portugal, iniciou em 2022 sua operação brasileira.

Foi também o ano em que José Eduardo Severo Martins deixou o comando da Panini Brasil depois de 28 anos à frente da editora. Ivam Faria, CEO na América Latina, assumiu também o Brasil.

Entre os grandes livros que mudaram de mãos no mercado nacional, estão As crônicas de Nárnia, que foi para a HarperCollins.

Mercado internacional

A Penguin Random House passou por poucas e boas neste ano nos EUA. Após de a fusão com a Simon & Schuster – um negócio que movimentaria US$ 2 bilhões e teria potencial de balançar o mercado global – ser bloqueada pela Justiça americana, o CEO da empresa, Markus Dohle, renunciou ao cargo.

Funcionárias da HarperCollins EUA em greve
Funcionárias da HarperCollins EUA em greve
Outra grande, a HarperCollins (EUA), também terminou o ano de maneira conturbada, com uma greve de seus funcionários em busca de melhores condições de trabalho.

A Bookwire também se movimentou e entre os destaques está a assinatura de um acordo com a Faber and Faber para fortalecer a distribuição global da editora e sua crescente publicação digital.

Em setembro, a editora brasileira Karine Pansa foi confirmada como presidente eleita da International Publishers Association (IPA), entidade fundada em 1896 com o propósito de garantir que todos os países do mundo mostrassem respeito pelos direitos autorais e pela Convenção de Berna, que deu norte às questões de direitos de autor em boa parte do mundo.

Retrospectivas 2022

[22/12/2022 10:30:00]
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