CEO da HarperCollins EUA responde grevistas com carta aberta
PublishNews, Redação, 07/12/2022
Brian Murray se mostrou decepcionado com rumo dos acontecimentos; presidente do sindicato reafirma que pedidos são razoáveis

O CEO e presidente da HarperCollins nos EUA, Brian Murray, divulgou uma carta aberta para agentes e autores que se manifestaram em apoio à greve dos funcionários da editora que reivindicam melhores salários e condições de trabalho. "Compartilhamos o desejo de que possamos chegar a um acordo com o sindicato United Auto Workers (UAW), que representa nossos funcionários, e estamos negociando de boa fé há mais de um ano. Embora nós tipicamente não falemos sobre negociações, sinto que devo uma resposta e gostaria de compartilhar informações", diz a carta, divulgada na terça-feira (6).

A negociação entre a HarperCollins e o sindicato começou em dezembro de 2021, e desde outubro de 2022 os funcionários da empresa decidiram entrar em greve. Em novembro, mais de 150 agentes literários assinaram uma carta afirmando que não submeteriam novos trabalhos à editora enquanto durasse a greve.

Murray alega que a empresa já ofereceu vantagens "substanciais", aumentando o salário inicial em 25%. O sindicato pede uma base de US$ 50 mil/ano. O presidente rebate afirmando que os pagamentos estão de acordo com o mercado e que a HarperCollins inclusive ofereceria um salário base maior do que suas concorrentes em Nova York.

Ele destacou que a companhia, junto com "toda a indústria", está tendo que lidar com desafios do mercado editorial e da economia como um todo, e que as "demandas financeiras feitas pelo United Auto Workers, que são muitas e extensas, falham em levar em conta a dinâmica do mercado editorial e nossa responsabilidade fiscal com nossos acionistas, incluindo todos os funcionários, autores e livreiros".

Em resposta, a presidente do UAW, Olga Brudastova, disse ao Publisher's Weekly que a HarperCollins "novamente tentou terceirizar a culpa para o sindicato e escolheu números e fatos para argumentar que a greve é injustificada".

[07/12/2022 11:00:00]