Na tarde desta quarta (26), teve início o Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos 2022, evento organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com outras entidades do livro, com o tema O Livro que nos une, no Royal Palm Plaza Resort, em Campinas.
Reunindo conhecidos de diferentes áreas do setor, a programação – que contou com curadoria de Leonardo Neto – começou com a mesa Como será o próximo Congresso Nacional? na qual João Carlos Lima (analista político e Sócio da consultoria Patri) e Rui Nogueira (analista político e Sócio da consultoria Patri) deram um panorama sobre a situação política do país, mediados por Fernanda Garcia (diretora executiva da CBL).
Rui começou sua fala fazendo uma apresentação geral sobre o cenário eleitoral, passando pelas pesquisas eleitorais, o calendário político para o próximo ano e pelo resultado das eleições depois do primeiro turno. O analista chamou atenção para a força dos cabos eleitorais para a campanha de Bolsonaro, já que oito dos 15 governadores já eleitos apoiam o atual presidente.
O problema para o próximo ano, tanto para Bolsonaro quanto para Lula, será lidar com a situação fiscal. Para se reeleger, Bolsonaro fez promessas na ordem de R$ 160 bilhões, e apesar de Lula afirmar que fará uma reforma ampla, a maior probabilidade é de avanço de matérias que aumentem a arrecadação com alterações pontuais no sistema. O cenário é o mesmo com Bolsonaro reeleito. Além disso, ambos os candidatos manifestaram interesse em atualizar a tabela do IRPF e compensar as perdas arrecadatórios com tributação de lucros e dividendos.Com todas essas mudanças, é preciso ficar de olho com os projetos de lei que mexem com o mercado do livro, como por exemplo, a CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços). João Carlos frisou em sua fala que a atuação de todas as entidades do livro no momento em que a CBS entrou em pauta foi fundamental para que ela não avançasse. “Hoje eu não consigo ver a CBS politicamente avançar até o fim do ano. Vai depender muito de quem for eleito”, analisou.
Já Rui lembrou ainda que o novo presidente precisará de qualquer forma arrumar receita e que a preocupação do setor deve ser evitar sermos alvo de qualquer ação tributária predatória. Sobre a reforma tributária, Rui foi taxativo: o assunto será discutido no próximo governo, “Não tem como o assunto sair da pauta. Independente de quem for eleito”, disse reforçando mais uma vez a importância de união do setor. “Se você chega para discutir com o setor unido, a história é outra. O que aconteceu com a CBS e a PEC 110... a forma como o setor discutiu os seus interesses travou os parlamentares e fizeram eles pensarem e negociarem. Não queremos nenhum benefício, querermos manter o que temos. É isso que temos que continuar travando, independentemente do presidente”, finalizou.
O evento continua até sexta. Para conferir a programação completa, clique aqui.