Julio Ludemir fala sobre a luta de se construir um festival literário no Sabatina PublishNews
PublishNews, Redação, 08/12/2023
Programa foi ao ar nesta quinta (7) e contou com a participação de Fernanda Cardoso, Henrique Rodrigues e Julio Silveira

“Todo mundo entende que a leitura é um instrumento absolutamente necessário para qualquer tipo de mudança, para qualquer projeto mais ambicioso do ponto de vista da mudança da sociedade”. A fala é do escritor e produtor cultural Julio Ludemir, durante o Sabatina PublishNews realizado nesta quinta-feira (7).

Pernambucano, Julio foi para o Rio de Janeiro aos 19 anos e, depois de trabalhar como tradutor de manuais de informática, fazer reportagens sobre a periferia e o tráfico no Rio e escrever romances, começou a atuar como produtor cultural.

Julio é curador e um dos criadores – junto com Écio Salles – da Festa Literária das Periferias, a Flup. Evento que, com 13 anos de história, cresceu, incorporou pautas pouco exploradas no cenário cultural, deu espaço para as mais diversas vozes e se popularizou, realizando na última edição até o campeonato mundial de slam.

Com a vontade de “entender a favela”, Julio criou com o tempo a expertise para começar a atuar como produtor cultural e desde então tem feito a diferença ao liderar eventos e criar espaços para diferentes minorias.

Na entrevista – que contou com a participação de Fernanda Cardoso, coordenadora editorial e especialista em ESG; Henrique Rodrigues, gestor de projetos literários, autor e colunista do PublishNews; e Julio Silveira, editor, escritor, curador do LER – Salão Carioca do Livro e também colunista do PN –, Ludemir contou a história de como sua vida o levou a se tornar um produtor cultural e de como nasceu a Flup, evento que ele disse batalhar para ser visto não como um projeto cultural, mas sim como um festival literário.

“Na medida em que você vai aumentando os níveis de escolaridade de uma população, você vai aumentando os níveis de possibilidades de produção de narrativas”, disse, ao comentar sobre o crescimento da Flup e da luta para trazer nomes diversos e importantes para a favela. “Os novos momentos históricos são sempre acompanhados de novas narrativas e novos narradores, foi essa premissa que nos levou a propor o Festival Literário, todo ele, o tempo inteiro, associado à produção de livros”, comentou.

Na entrevista, Julio falou ainda sobre as inspirações para criar o evento, de como a Flup ajudou a formar diversos profissionais do setor, das dificuldades de captar recursos, de formular a programação, e das inúmeras histórias que vivenciou nos últimos anos.

Frases de Julio Ludemir:

“Quando você é pobre, o exercício da solidariedade é um exercício constante e cotidiano”

"Tem uma coisa que pobre não consegue ajudar pobre, que é como sair da pobreza, como criar redes que nos permitam falar para o mundo"

"Eu não estava pedindo para mim, eu estava pedindo em nome de uma ideia, com a qual todo mundo concordava ser absolutamente necessária. Todo mundo entende que a leitura é um instrumento absolutamente necessário para qualquer tipo de mudança, para qualquer projeto mais ambicioso do ponto de vista da mudança da sociedade"

"Mais do que fazer um festival literário na favela do rio de janeiro, eu queria trabalhar na formação de novos autores"

Veja a entrevista completa:

O Sabatina já recebeu nomes como Fabiano Piúba, secretário do MinC; Marifé Boix García, vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt; Sônia Machado Jardim, presidente do Grupo Editorial Record; Dante Cid, presidente do SNEL; Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza; Marcus Teles, diretor da Livraria Leitura; Marcos da Veiga Pereira, ex-presidente do SNEL, Marcos Guedes, ex-CEO da Saraiva; Luiz Schwarcz, CEO da Companhia das Letras; Lucia Riff, fundadora da Agência Riff; Eduardo Giannetti, autor e economista; o também autor Ilko Minev; e a CEO da Editora Gente e ex-presidente da CBL, Rosely Boschini.

[08/12/2023 11:00:00]