
O conjunto de lançamentos fortalece o diálogo entre Brasil, Caribe, África e França ao trazer autorias centrais da francofonia negra e debates sobre colonialismo, identidade, crioulidade e disputas de imaginário. A chegada dos livros coincide com a presença de uma comitiva de intelectuais das Antilhas e da África na Flup, um dos eventos anuais esperados pela comunidade leitora.
"Teremos na Flup uma reunião representativa de autoras e autores negras e negros, de língua francesa. Eles contribuem de forma decisiva para debates muito relevantes no Brasil contemporâneo, que envolvem diretamente os efeitos da colonização e as questões raciais, artísticas e literárias. Será um encontro de grande força. E celebraremos o pensamento de Glissant", pontuou a editora Ana Cecilia Impellizieri ao PublishNews.
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Entre os destaques está o lançamento da obra seminal O discurso antilhano, publicado em 1981, de Édouard Glissant — autor cuja obra vem ganhando nova recepção no Brasil desde a publicação de Poética da relação pela mesma editora, em 2021. Glissant é referência nos estudos da crioulidade, das narrativas pós-coloniais e das formas de resistência cultural no Caribe e na América Latina.
Os autores Anne Lafont, Léa Mormin-Chauvac e Patrick Chamoiseau serão convidados da programação da Flup. Vencedor do Prêmio Goncourt em 1992 com Texaco, Chamoiseau virá falar sobre e autografar exemplares de Escrever em país dominado. Parceiro intelectual de Glissant, o autor aprofunda, neste novo livro, a reflexão sobre os efeitos da colonização e o papel da escrita diante das tensões entre língua, memória e poder.
Já Léa Mormin-Chauvac, autora de As irmãs Nardal: a vanguarda da causa negra, será uma das estrelas internacionais da estreia do Festival Literário da Igualdade Racial (Fliir), uma agenda paralela que será incorporada à FLUP nesta edição. Léa participará de debates no Rio de Janeiro e em São Paulo — incluindo uma conversa promovida pelo Museu das Favelas na esteira da exposição Imaginação Radical – 100 anos de Frantz Fanon, e um encontro na Livraria Ponta de Lança, na capital paulista.
Confira a programação e organize os compromissos para estar presente:
Sexta, 21 de novembro
16h30 — Mesa: No olhar, no cheiro, no corpo: como sabemos o que sabemos?
Participantes: Manthia Diawara e Anne Lafont
Mediação: Angelica Ferrarez
Viaduto de Madureira
18h30 — Mesa: O futuro tem voz de mulher negra
Participantes: Yala Kisukidi e Alex Ratts
Mediação: Alice Hasters
Viaduto de Madureira
20h30 — Conversa: O que a literatura pode quando não pode mais fazer nada?
Participantes: Conceição Evaristo e Patrick Chamoiseau
Mediação: Alan Miranda
Viaduto de Madureira
Sábado, 22 de novembro — Programação em parceria com o Fliir
19h — Exibição do documentário As Irmãs Nardal: esquecidas da Negritude
Escrito por Léa Mormin-Chauvac e Marie Christine Gambart
Central Única das Favelas (Cufa)
20h — Mesa: Feminismo Negro: Experiências Transatlânticas e Desafios Contemporâneos
Participantes: Alice Hasters e Léa Mormin-Chauvac
Mediação: Thaís Marinho
Central Única das Favelas (Cufa)
Domingo, 23 de novembro
Cerimônia do Choix Goncourt Brésil
Com a presença de Patrick Chamoiseau






