O PLS 49/2015 – a Lei Cortez – entrou na pauta da sessão da Comissão de Educação do Senado desta terça-feira (20). A apreciação na Comissão tem caráter terminativo – se o relatório do senador Jean Paul Prates (PT-RN) for aprovado, a matéria segue para a Câmara dos Deputados. Na eventualidade de o projeto não ser discutido e votado nesta sessão, ele seria arquivado, o que representaria um duro golpe nas articulações promovidas pela indústria do livro nos últimos anos. "A fixação do preço do livro (em lançamento) visa garantir que a oferta de livros seja acessível ao grande público, através do estímulo à existência de um maior número de pontos de venda, do incremento à leitura e pela implementação das demais proposições da Política Nacional do Livro", afirma o senador no relatório. Em entrevista ao Sabatina PublishNews na última sexta-feira (16), o presidente do SNEL, Dante Cid, demonstrou preocupação com a Lei em função do recesso parlamentar. “Se o projeto não passar nessa próxima comissão, ele morre. Vai ser engavetado em definitivo”, disse na conversa. “E aí teremos que, no início do ano que vem, repensar toda a abordagem, alternativas, buscar de novo do zero o apoio de parlamentares e pensar em outros caminhos como emendas à Lei do Livro”, disse. Clique no Leia mais para ler a matéria completa.

Nos últimos anos, o Grupo Alta Books tem mudado sua estratégia no mercado e investido na ampliação do seu catálogo. Além da escalada na lista dos mais vendidos, a aposta no selo de ficção, a criação de um selo voltado para quadrinhos e a compra das editoras Alaúde e Tordesilhas, o grupo incorpora agora a editora Faria e Silva em seu catálogo literário e paradidático. A aquisição é mais uma etapa da ampliação do catálogo da editora e dá continuidade à bibliodiversidade proposta pelo grupo. Com a mudança, Rodrigo Faria e Silva, que esteve à frente das editoras Sesi e Senai-SP durante oito anos, passa a fazer parte do time editorial da Alta como diretor editorial de literatura. A Faria e Silva é focada principalmente em autores brasileiros, cujo catálogo está dividido entre os selos Faria e Silva, Texto em transe, Outros escritos, HQueira e Camaleão. “Apesar do pouco tempo de vida, tem muitas obras aprovadas recentemente pelo PNLD e outros órgãos governamentais e certamente gerará sinergia para o Grupo nos próximos anos”, explica Gorki Starlin, CEO do Grupo. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A escritora Nélida Piñon morreu neste sábado (17), aos 85 anos, em Lisboa. Um dos nomes de maior relevância da literatura nacional no exterior, Nélida foi também a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras, onde era titular da cadeira 30. O sepultamento será no mausoléu e a ABL fará uma Sessão da Saudade no dia 2 de março de 2023 em sua homenagem. Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, ela recebeu muitos prêmios nacionais e internacionais. Entre eles, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance A república dos sonhos. Em 2005, pelo conjunto de sua obra, ela recebeu o Príncipe de Astúrias, um dos maiores prêmios de literatura do mundo hispânico – mesmo ano em que venceu o Prêmio Jabuti com a obra Vozes do deserto, nas categorias "Melhor Romance” e “Livro do Ano – Ficção”. Clique no Leia mais para ler a íntegra desta nota.

Quando foi anunciado como novo diretor editorial do Grupo Record, Cassiano Elek Machado descreveu a sensação como a "de uma criança entrando numa enorme loja de brinquedos". Agora, pouco mais de um mês depois, ele explica ao PublishNews: "O desafio da Record é diferente de outros já assumidos, porque é o de uma empresa enorme e que vive ótima fase, não é uma editora com tapumes e andaimes, em construção. Mas ainda assim é uma editora que quer se renovar, e se aperfeiçoar, e também se reinventar". O editor afirma estar se familiarizando com o "ecossistema" da editora, que tem mais de 9 mil livros ativos em seu catálogo e 13 selos agora sob seu guarda-chuva, incluindo o Galera Record, selo que publicou por aqui a autora mais vendida do ano em 2022, Colleen Hoover. "Passada esta primeira fase, o foco estará em propor algumas novas linhas e em buscar reforçar e aprimorar os projetos do ótimo elenco da casa", explica Machado. Para 2023, o desafio é, portanto, "manter a barra no alto". Clique no Leia mais para ler a entrevista com o editor.

O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid, foi o convidado da 11ª edição da Sabatina PublishNews. Transmitida pelo Youtube, Facebook e LinkedIn do PN, a conversa virou um episódio do Podcast do PublishNews. Durante a conversa, Cid anunciou, em primeira mão, o lançamento da Academia Editorial Junior, projeto do sindicato para 2023. Prevista para começar no início do ano que vem, a ação tem como objetivo engajar jovens em situação de vulnerabilidade, unindo a questão social a um maior interesse pelo ofício editorial. “Queremos atrair e oferecer – através de convênios com editoras, gráficas e todos os elos do setor –, vagas para esses jovens para que eles possam aprender um ofício ligado ao setor editorial”, contou. A ação, idealizada pelos jovens-aprendizes que integram a equipe do SNEL será lançada primeiro junto às editoras, para busca de parceiros. Dante adiantou ainda que ideia é ter também um estande na Bienal do Livro Rio (1º a 10/09) dedicado ao projeto, para exibir o resultado do primeiro ano de experiência da Academia. Ele foi entrevistado pela seguinte bancada: a diretora de varejo da Livrarias Curitiba, Rute Pedri, o editor do selo Trama do Grupo Ediouro Publicações, André Marinho, e os jornalistas Guilherme Sobota e Talita Facchini, da redação do PublishNews. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A Amazon divulgou a lista com os livros mais vendidos de 2022 no Brasil. Sem muita surpresa, É assim que acaba (Galera Record), da autora americana Colleen Hoover, foi o livro mais vendido do ano. Sucedendo os brasileiros Pequeno manual antirracista (Companhia das Letras), de Djamila Ribeiro, em 2020, e Torto arado (Todavia), de Itamar Vieira Júnior, em 2021, É assim que acaba já esteve na lista da Amazon Brasil em 2021, e teve um enorme crescimento a partir dos booktokers, dentro e fora do país. Com a força da rede social, as obras de Hoover alcançaram diversas listas de mais vendidos, e Todas as suas (im)perfeições, Verity, Até o verão terminar, e O lado feio do amor também foram destaque na lista. O TikTok também influenciou outros livros a entrarem na lista, como Heartstopper: Dois garotos, um encontro (Seguinte), de Alice Osman; e Mil beijos de garoto (Outro Planeta), de Tillie Cole. Clássicos da ficção e não ficção – e que também marcam presença na lista dos mais vendidos do PublishNews – não ficaram de fora. Mais esperto que o diabo (Citadel), de Napoleon Hill; Mulheres que correm com os lobos (Rocco), de Clarissa Pinkola Estés; e A revolução dos bichos (Companhia das Letras), de George Orwell, seguem na lista. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Em um final de semana triste para a literatura, com a morte da autora Nélida Piñon, os destaques focaram na vida e na obra da autora. O Globo destacou que Nélida deixou um romance póstumo. De acordo com vídeo publicado nas redes sociais de Marco Lucchesi, amigo da escritora, em uma conversa com Nélida há duas semanas, a autora revelou que havia preparado o novo livro para que fosse publicado depois de sua morte. Para a Folha, o destaque veio com a novidade da poeta paulistana Midria, que foi sensação na Flip 2022. Ela assinou contrato com a Editora Record e lança no ano que vem, pelo selo feminista Rosa dos Tempos, o seu livro Desamada. No Estadão, outras duas notícias: Um guia das novas livrarias do centro de São Paulo para conhecer a pé; e textos inéditos de João Gilberto Noll. Na coluna de Ancelmo Gois, a exclusiva da nova edição do livro de Ruy Castro, Os garotos do Brasil. Já o Valor destacou o livro de crônicas inéditas de Vinicius de Moraes, lançado pela Companhia das Letras. Clique no Leia mais e confira todas as notícias na íntegra.

Segundo informações do The Bookseller, a situação de obras indies no Reino Unido não está boa. Depois do Brexit, caixas e mais caixas de obras de autores independentes esperam para serem exportadas para a Europa, causando atraso nas entregas para os leitores europeus. Com a mudança nas regras de comércio entre as nações depois do acordo de saída da União Europeia, editoras denunciam uma dificuldade em seguir os prazos e colocar seus livros nas mãos dos consumidores. Um dos exemplos na reportagem é da Alemanha: os pacotes enviados do Reino Unido retornam às ilhas britânicas com a indicação de que o número EORI (Número de Registo e Identificação dos Operadores Econômicos) está desatualizado. Outro problema está no endereço de entrega, muitas vezes enviados para casas e não para universidades ou empresas, como era previsto. Porém, o problema não está apenas nas entregas; a questão vai além e abrange também o custo das exportações. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

O Instituto de Leitura Quindim arrecadou R$ 20 mil na 4ª edição da campanha Natal Literário Solidário 2022: a literatura e o afeto como um direito, que contou com o apoio do programa Apadrinhe e Patio Eberle. As doações de 400 livros selecionados às crianças e adolescentes atendidos nas casas-lares, abrigos, famílias acolhedoras e instituições de serviço de convivência e fortalecimento de vínculos de Caxias do Sul (RS) foi realizada nos dias 14, 15 e 16 de dezembro. A ação consiste em escutar os sonhos e os medos das crianças e jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social e, a partir desta escuta, escolher livros de literatura que tenham histórias que ressignifiquem esses sentimentos. Nesta 4ª edição, já com a pandemia de Covid-19 controlada, as crianças puderam ir ao Instituto para festejar a data natalina e receber os livros diretamente das mãos do Papai Noel. Elas também receberam um lanche e puderam brincar e usufruir da biblioteca do Quindim. Clique no Leia mais e confira a matéria na íntegra.

A Balada Literária já tem programada uma oficina de escrita literária com João Silvério Trevisan para 2023. As aulas serão realizadas todas às quintas-feiras, em 12 encontroa, de 12 de janeiro até 20 de março, via plataforma Zoom, das 19h30 às 21h30. Nas aulas, serão usadas ferramentas literárias e recursos da língua portuguesa como subsídios aos trabalhos práticos, mediante o conhecimento técnico na criação de um bom texto literário. Visando contextualizar a expressão literária atual com uma visão de onde começamos e para onde vamos, no primeiro encontro Trevisan fará uma introdução sobre os “movimentos de vanguarda do século 20” e o legado que deixaram para a literatura contemporânea. O valor da oficina é de R$1 mil e pode ser parcelado em até 4x no cartão. As vagas são limitadas. As inscrições podem ser feitas clicando aqui. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Na noite de Páscoa, um recém-nascido, batizado de Pascal, é deixado no jardim dos Ballandra, um casal apaixonado que cultiva as flores raras e não pode ter filhos. De onde vem o bebê? Há o boato de que é filho de um deus. Quando cresce, Pascal parte em busca de suas origens, para compreender o sentido de sua missão na Terra, e acaba por revelar a natureza dos seres humanos e o lugar dos deuses. O Evangelho do novo mundo (Rosa dos Tempos, 294 pp, R$ 64,90 – Trad.: Natalia Borges Polesso) é a oportunidade certa para conhecer o universo mágico e politicamente questionador da autora Maryse Condé. A religião é um tema atemporal e esse romance refresca a tradição do evangelho pela lente do realismo maravilhoso, gênero relevante nas literaturas latino-americana e caribenha. Como nos demais livros de Maryse Condé, este reflete seu ativismo, tecido com beleza, vivacidade, humor e potência. Como estava doente, a autora ditou e depois corrigiu o texto oralmente, construindo este livro como seu último apelo à consciência de nosso destino. Sua lucidez é tão impiedosa quanto sua convicção: a fraternidade e o amor continuam sendo forças extraordinárias e salvadoras.

Deve uma mãe desejar que a filha seja aquilo que ela não pôde ser? E o que pode ser feito quando as coisas não saem como o esperado? Em Sobre minha filha (Fósforo, 144 pp, R$ 64,90 – Trad.: Hyo Jeong Sung), romance da sul-coreana Kim Hye-jin, a protagonista, uma cuidadora de idosos, é uma mulher exemplar aos olhos da sociedade. Viúva de um casamento dentro dos padrões, criou a filha para seguir as tradições — casar, formar uma família e desfrutar de uma casa própria e um bom salário — e não perturbar seus planos de aposentadoria sem sobressaltos. Mas tudo sai do eixo quando Green se assume lésbica e, sem emprego fixo ou renda para pagar o aluguel, volta para a casa da mãe com a namorada. Envolta em culpa e arrependimentos, a mãe encara a situação de modo pouco generoso, inclusive consigo mesma. Mas até onde a filha realmente se distanciou do projeto de vida que a mãe sonhou pra ela? Enquanto Green luta contra a homofobia na universidade em que atua como professora horista, a mãe entra num embate contra os métodos desumanos de administração da clínica em que trabalha. Se o choque de gerações afasta, a partilha de certos valores une as duas.

Por meio de uma linguagem que passeia entre os diários de viagem, o onírico e as conexões entre passado e presente, o romance Sândalo vermelho e os gatunos olhos dela (Urutau, 216 pp, R$ 55), de Camilla Loreta, explora questões de ancestralidade e de linhagem materna. Na obra, o leitor acompanha a travessia e o inconsciente da protagonista Léia Stachewski, filha de pai polonês e mãe brasileira, que nasceu e passou a infância no Rio de Janeiro. Após misteriosos acontecimentos vividos pela família, ela retorna à Polônia. No decorrer da narrativa, a personagem decide iniciar uma viagem de carro sozinha pelo Leste Europeu, rumo à Finlândia. Perdida em um território gelado, ela relembra momentos de sua formação no Brasil, origens familiares e motivações. De acordo com Carola Saavedra – que assina a orelha da obra –, o livro transita entre diferentes realidades: o corpo e o espírito, passado e presente, matéria e reflexo.

Inspirada pela obra da bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, cuja poética se constitui das vozes de pessoas que entrevistou ao longo da vida, a escritora Cris Vazquez constrói um mosaico de experiências reais e ficcionais de mulheres em seu segundo livro, Desnudas (O Grifo, 176 pp, R$ 44,90). A obra mescla ficção e não ficção, alternando entre contos e relatos de vida de mulheres, cujo mote são as violências sofridas numa sociedade brasileira machista e patriarcal. Baseando-se em entrevistas, em que preserva a voz das depoentes pela metodologia da história oral, Cris Vazquez engendra também a criação de seus contos e propõe uma espécie de jogo de espelhos, em que cada relato é também premissa para a ficção. A partir dos relatos, a autora amplia a discussão sobre temas como violência doméstica, abuso sexual, câncer de mama, transexualidade, deficiência física, maternidade e racismo.