Três perguntas do PN para: Cassiano Elek Machado
PublishNews, Guilherme Sobota, 19/12/2022
Diretor editorial do Grupo Editorial Record cita vitalidade da editora e afirma ter encontrado ambiente muito positivo

Quando foi anunciado como novo diretor editorial do Grupo Record, Cassiano Elek Machado descreveu a sensação como a "de uma criança entrando numa enorme loja de brinquedos". Agora, pouco mais de um mês depois, ele explica ao PublishNews: "O desafio da Record é diferente de outros já assumidos, porque é o de uma empresa enorme e que vive ótima fase, não é uma editora com tapumes e andaimes, em construção. Mas ainda assim é uma editora que quer se renovar, e se aperfeiçoar, e também se reinventar".

O editor afirma estar se familiarizando com o "ecossistema" da editora, que tem mais de 9 mil livros ativos em seu catálogo e 13 selos agora sob seu guarda-chuva, incluindo o Galera Record, selo que publicou por aqui a autora mais vendida do ano em 2022, Colleen Hoover. "Passada esta primeira fase, o foco estará em propor algumas novas linhas e em buscar reforçar e aprimorar os projetos do ótimo elenco da casa", explica Machado.

Para 2023, o desafio é, portanto, "manter a barra no alto". Leia a entrevista com o editor:

PublishNews – "A sensação é a de criança entrando numa enorme loja de brinquedos". Foi assim que você descreveu o sentimento de iniciar o novo cargo na Record. Como foi diferente chegar na Record do que chegar em outro lugar? Qual foi a Record que você de fato encontrou?

Cassiano Elek Machado – A loja de brinquedos é um espaço onde a criança encontra uma diversidade muito grande de itens que a fascinam. E para alguém que gosta muito de livros poder trabalhar numa casa que abriga tantos gigantes da literatura, tantos selos históricos, tantos profissionais de primeira linha de fato me trouxe este tipo de sensação. É claro que não vim à Record para brincar, porque sempre há muito trabalho pela frente, mas é um prazer enorme poder trabalhar com autores do calibre de Drummond e Graciliano, para citar só dois dos milhares de autores da casa. O desafio da Record é diferente de outros já assumidos, porque é o de uma empresa enorme e que vive ótima fase, não é uma editora com tapumes e andaimes, em construção. Mas ainda assim é uma editora que quer se renovar, e se aperfeiçoar, e também se reinventar. Neste sentido, encontrei um ambiente muito positivo, e com muita gente talentosa e apaixonada pelo trabalho, a começar pela nossa presidente, a Sônia Machado Jardim, que é diariamente das últimas a saírem da empresa.

PN – Qual é o seu objetivo no cargo, passadas agora algumas semanas?

O primeiro passo, naturalmente, é me familiarizar com este enorme ecossistema. Com cerca de 9 mil títulos, o grupo Record tem o maior catálogo ativo do país. Entre os seus 13 selos editoriais, estão editoras com histórias muito ricas, como José Olympio, Civilização Brasileira, Paz & Terra, e grandes potências como Galera Record, Best-Seller, Bertrand Brasil e Verus. São algumas centenas de funcionários, o maior parque gráfico próprio entre as empresas deste segmento, que produz 100 livros de 200 páginas por minuto, e 80 anos de história. Passada esta primeira fase, o foco estará em propor algumas novas linhas e em buscar reforçar e aprimorar os projetos do ótimo elenco da casa. Dentro desta estratégia, tem especial importância trabalhar ainda mais com as autoras e autores brasileiros.

PN – Quais são os planos e expectativas do Grupo para 2023?

Estamos fechando um dos melhores anos do Grupo, com destaque para o excepcional desempenho do selo Galera, pelo qual são publicadas as obras da autora mais vendida do Brasil neste ano, com grande folga para os que complementam o pódio, a Colleen Hoover. Temos, de partida, o desafio de tentar manter a barra no alto, o que já não será fácil, após dois anos de franca expansão.

[19/12/2022 09:20:00]