Os prêmios literários deram o que falar em 2023 muitas vezes por motivos extraliterários: o Jabuti, por exemplo, que consagrou o Engenheiro fantasma (Companhia das Letras), de Fabrício Corsaletti, como o Livro do Ano, teve que lidar com problemas na inscrição e seleção de uma obra que havia utilizado inteligência artificial – e que acabou desclassificada. Já no Prêmio São Paulo, um erro no processo de inscrição deixou de fora os autores e autoras que lançaram livros pela Companhia das Letras – mas a editora agiu rapidamente no reparo e distribuiu o valor da premiação entre os escritores. No fim, o fato não atrapalhou a festa, que consagrou os romances Não fossem as sílabas do sábado (Todavia), de Mariana Salomão Carrara, e Tinta branca (Patuá), de Alexandre Alliatti. Outra polêmica: jurados reclamaram nas redes sociais da falta de remuneração para o trabalho de selecionar as obras no novo Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista, da Fundação Palmares, ligada ao Ministério da Cultura. A Fundação definiu que vai criar um regime de contratação e remuneração de jurados. Numa nota mais tranquila, as premiações promovidas pelo PublishNews também movimentaram o mercado editorial local. Durante a Bienal do Livro Rio, o PN anunciou a vencedora do Prêmio Especial do Jovens Talentos: Raissa Boniolo, criadora e coordenadora do Centro de Dados e Estratégia do Grupo Companhia das Letras. Em abril, a cerimônia do Prêmio PublishNews 2023 lotou completamente o auditório do Goethe Institut em São Paulo, reuniu profissionais de dezenas de empresas ligadas ao mercado editorial brasileiro e celebrou os vencedores da 7ª edição da agora – podemos dizer – mais tradicional premiação contemporânea da indústria do livro no país. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O Panorama do Consumo de Livros, pesquisa inédita divulgada pela CBL e pela Nielsen no início de dezembro, apontou números que já eram especulados por profissionais do mercado editorial, mas que agora recebem bases mais sólidas a partir da pesquisa. Entre profissionais consultados pelo PublishNews, as leituras dos números não foram unânimes, mas é consenso que o setor pode se aproveitar deles para pensar em novas estratégias. “Uma pesquisa dessa envergadura nos dá sim números e tendências, e norteia estratégias de vendas, estratégias de marketing, de aberturas de novas lojas”, explica Vitor Tavares, diretor geral da Distribuidora e Livraria Loyola e sócio da Drummond Livraria. Para Gerson Ramos, diretor comercial da Editora Planeta, um dos destaques da pesquisa é o fato de as classes C e D serem a maioria do público consumidor em termos absolutos. “Isso indica uma necessidade de termos uma ambientação apropriada para não constranger esse público", diz. Já Ricardo Costa, CEO da MVB Brasil, afirma que olhou mais para o segmento de não compradores de livros, também estudado na pesquisa. “Os principais fatores que eles apontam como razão para não comprar livro é o preço, ausência de loja próxima e falta de tempo. Se formos honestos, a única razão válida aqui é a ausência de loja", analisa. Para Adriana Alcântara, diretora-geral da Audible Brasil, a pesquisa mostra também que a forma como os brasileiros estão consumindo literatura está se transformando. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A 12ª edição do Navegar é Preciso 2024, experiência eco literária organizada pela Livraria da Vila, em parceria com a Auroraeco Viagens, será de 29 de abril a 03 de maio de 2024, sobre as águas no rio Negro, na Amazônia, a bordo do navio Iberostar Grand Amazon. Os escritores Itamar Vieira Junior, Tati Bernardi e Jarid Arraes e a cantora Mônica Salmaso são os convidados desta viagem. Durante o Navegar é Preciso, nome em homenagem ao poema de Fernando Pessoa, os viajantes visitarão a região do Arquipélago de Anavilhanas, onde participarão de conversas e debates, e assistirão a shows musicais exclusivos, além de desfrutar de passeios para conhecer a natureza e se conectar com a população ribeirinha. “A jornada pelo Rio Negro cria uma atmosfera de contemplação para falar sobre literatura e a vida, proporcionando ao navegante um reencontro de si, imergindo nas histórias contadas em meio as rodas de literatura”, ressalta Samuel Seibel, presidente da Livraria da Vila. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre 4 e 10 de fevereiro de 2024. Estão entre as novidades a nova edição de Manual prático do ódio (Companhia das Letras), de Ferréz; a edição especial de Viagem a Portugal (Companhia das Letras), de José Saramago; Eu, empreendedor (Gente), de Leonardo Marck; O oceano no fim do caminho (Intrínseca), o segundo livro da trilogia Star Wars: Thrawn Ascendancy, escrita por Neil Gaiman; e Longe do ninho (Intrínseca), novo livro-reportagem de Daniela Arbex sobre o incêndio no Ninho do Urubu que vitimou dez garotos e continua sem responsabilização. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

A Primavera Editorial, focada no mercado feminino e após sua segmentação com os selos Primavera Mulher e Primavera BIZ – voltado para livros que fomentem uma cultura corporativa –, lançou uma pesquisa exclusiva para mulheres, visando entender melhor seu público e o mercado. "Na jornada da Primavera Editorial, construímos um catálogo com obras de escritoras estrangeiras e nacionais com narrativas bastante inovadoras e olhares peculiares para a contemporaneidade. Hoje, o nosso momento passa por aprofundar essa estratégia, abrindo mais espaço para um olhar feminino latino-americano. Unir vozes e perspectivas de mulheres que refletem e falam sobre o próprio território é o que queremos cultivar e compartilhar com as nossas leitoras”, explica Lu Magalhães fundadora da Primavera, sobre o momento da editora. Com duração de cinco minutos, a pesquisa estará disponível até 15 de janeiro de 2024, e como agradecimento, as participantes receberão um e-book da editora. Para responder a pesquisa é só clicar aqui.

A Jambô Editora abriu uma vaga de estágio administrativo. São requisitos cursar Administração ou áreas correlatas; ter conhecimentos de Excel; hábito de leitura de livros; organização e atenção aos detalhes. As funções incluem manter atualizada a planilha de livros lançados da editora; manter controle de contratos; dialogar com os demais setores da empresa para garantir que recebam todas as informações e materiais necessários; levantar fornecedores e solicitar orçamentos; organizar materiais físicos e digitais; e dar assistência em demais processos de produção. Interessados devem encaminhar currículos para o e-mail contato@jamboeditora.com.br até dia 19 de janeiro de 2024. É preciso incluir mês e ano previstos para formatura e seus dados de contato.

A Global Editora está com inscrições abertas para a seleção de Parceiros 2024. “Em 2024, queremos estar com projetos voltados para livros, seja blogs, sites, portais, canais do YouTube, Igs Literários, BookTokers, Twitter, Twitchs, newsletters, podcasts e outros”, diz a comunicação da editora. Se você tem um ou mais projetos em alguma mídia social, pode participar da seleção de parceiros exclusivos da Global. As inscrições estão abertas até 5 de janeiro de 2024. O regulamento completo você encontra aqui e para se inscrever é só preencher o formulário online. Os critérios de avaliação são total e exclusivos da equipe de Comunicação e Marketing da Global Editora e a divulgação dos selecionados será feita até 30 de janeiro de 2024, no site da editora. Serão escolhidos 100 projetos literários. A parceria terá validade até 30 de junho de 2024.

O romancista Assis Brasil abre o ano de 2024 do Instituto Estação das Letras (IEL) com a oficina compacta 'Romance: teoria e prática'. O curso objetiva que os participantes elaborem um projeto de romance durante as aulas, mas também pode interessar àqueles que desejam exclusivamente estudar o tema. Assis Brasil falará ainda sobre o romance e a novela como conceitos e como instituição orgânica, além de trabalhar as noções acerca da necessidade da sinopse e sobre a estrutura do “romance ideal". Uma variedade de temas e gêneros literários faz parte da programação de férias do IEL. A partir de fevereiro - o Instituto vai inaugurar seu espaço virtual em que os alunos possam apresentar seus lançamentos e livros publicados. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A editora de audiolivros Supersônica está com promoções no seu catálogo até o dia 31 de dezembro de 2023. A coleção Annie Ernaux, que inclui os três lançamentos da autora Nobel de Literatura 2022 em audiolivro, poderá ser adquirido em um box promocional. Além dessa ação, realizada em parceria com a Fósforo Editora, todos os títulos das coleções Deslocamentos, Isolamento e Amor terão 15% de desconto até o final do mês. Com dez títulos lançados ao longo do segundo semestre de 2023, o catálogo da Supersônica une grandes autores da literatura, clássicos ou contemporâneos, a grandes vozes da cultura brasileira. O objetivo é proporcionar a deficientes visuais, ou não, uma experiência que mobiliza sentidos e emoções, além de apostar no audiolivro como porta de entrada para quem não tem o hábito da leitura. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em dezembro de 1933, publicava-se no Brasil obra fundamental para o conhecimento que até então se tinha sobre a nossa sociedade: Casa-grande & senzala (Global,736 pp, R$ 219), do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre. Para marcar os 90 anos deste livro que revolucionou os estudos sobre assuntos brasileiros, a Global lança uma edição especial comemorativa limitada com capa dura. Além de trazer os elementos já presentes na versão atual – texto de apresentação do sociólogo e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e dois cadernos iconográficos – a nova edição tem um conteúdo adicional: um posfácio escrito pela historiadora Mary Del Priore e um terceiro caderno iconográfico, o qual oferece um passeio imagético pelas obras de pintores e desenhistas que contribuíram para as diversas edições de Casa-grande & senzala publicadas ao longo de nove décadas. Ancorado em pesquisa realizada em arquivos brasileiros e estrangeiros, Freyre construiu uma poderosa análise sobre os traços e desafios centrais da formação da sociedade brasileira. As virtudes e os vícios da colonização portuguesa no Brasil, a enorme contribuição das matrizes indígena e africana na formação da identidade nacional, tudo reconstituído a partir de uma perspectiva inovadora: lançando luzes sobre os aspectos cotidianos que estiveram presentes nas permanências e transformações de uma sociedade caracterizada pela miscigenação. A pintura que estampa a capa desta nova edição é de autoria de Cícero Dias, pintor pernambucano reconhecido internacionalmente e que foi amigo de Gilberto Freyre.

Gandhi e Churchill (Record, 826 pp, R$ 189,90 – Trad.: Renato Prelorentzou) conta a história de duas importantes figuras políticas do século XX que até hoje impactam nossa era. Nascidos em mundos distintos – o primeiro em um lar religioso no interior da Índia, o segundo em uma família aristocrática britânica -, tiveram suas vidas e carreiras entrelaçadas ao protagonizar 40 anos de rivalidade que selaram o destino da Índia e do Império Britânico. Durante sua longa carreira, Winston Churchill fez o necessário para assegurar que a Índia permanecesse sob o domínio britânico. Chegou a redesenhar todo o mapa do Oriente Médio e até pôr em risco a aliança com os EUA na Segunda Guerra Mundial. Mahatma Gandhi, ao contrário, dedicou a vida à libertação de seu país, desafiou a morte e a prisão e criou um movimento político totalmente novo: satyagraha, ou desobediência civil. Suas campanhas por não violência – em especial sua famosa Marcha do Sal – seriam um ensaio e um exemplo não apenas para a independência da Índia, mas para os movimentos por direitos civis nos EUA e as lutas por liberdade ao redor do mundo. A partir de uma meticulosa pesquisa, Arthur Herman traz uma narrativa histórica ampla e vigorosa sobre império e insurreição, guerra e intrigas políticas, e conta com um fascinante elenco de apoio, como o general Kitchener, Rabindranath Tagore, Franklin Roosevelt, lorde Mountbatten e Muhammad Ali Jinnah, o fundador do Paquistão. A biografia de Herman desconstrói as lendas e os mitos criados sobre esses grandes personagens, expondo seus pontos fortes e suas fraquezas. Além disso, é uma brilhante parábola sobre dois homens poderosos e carismáticos que sempre foram assombrados pelo fracasso pessoal, e que, ao fim da vida, tiveram seus maiores triunfos ofuscados pela perda daquilo que mais estimavam.

Em Malês: a revolta dos escravizados na Bahia e seu legado (Planeta, 336 pp, R$ 86,90) retrata a saga dos africanos muçulmanos letrados em árabe que se rebelaram contra a dominação de senhores brancos, analfabetos em sua grande maioria, ressalta a sofisticação intelectual desses escravizados. Vestidos com abadás brancos e barretes na cabeça – vestimentas islâmicas usadas até então secretamente em seus cultos –, centenas de rebeldes tomaram as ruas de Salvador, colocaram em xeque o sistema escravocrata e deixaram um legado que pulsa até hoje na luta da população negra por dignidade e justiça no Brasil. "O autor empreende aqui um trabalho inovador, que dribla o lugar institucional da disciplina histórica, tão convicta de si mesma na academia, mas frequentemente tão tediosa na mediação que faz entre o passado e o presente, às vezes empalhando os fatos como se fossem passarinhos. O que faz Gilvan Ribeiro? Traz o passado para a oratura, de forma encantatória, sem empalhá-lo", comenta Muniz Sodré, jornalista, sociólogo e professor emérito na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Atravessando diferentes campos, como ciência, política, antropologia, religião, cultura e filosofia, o historiador Felipe Fernández-Armesto revela na obra Uma história da imaginação (Zahar, 544 pp, R$ 149,90 - Trad.: Carlos Afonso Malferrari) as emocionantes e perturbadoras histórias de nossos saltos imaginativos — dos primeiros Homo Sapiens aos dias de hoje. Ele desafia as convenções que rondam o tema e nos conduz por séculos e continentes para tentar responder a como e por que surgiram ideias que marcaram e continuam a ditar os rumos da humanidade. Com elegância e erudição ímpares, Fernández-Armesto inova ao propor uma história global das ideias, rastreando suas origens e conexões, e ligando a Europa a polos culturais milenares, como a China e o Oriente Médio. Assim, mostra aos leitores que noções como a de um Deus amoroso, ou a de que todos os homens são iguais, não nasceram exatamente onde imaginávamos. Nesta ode à alegria da imaginação, veremos que a mente — ou a aptidão para produzir ideias — é a principal causa de mudança, o lócus onde a diversidade humana começa. E que nossas ideias são a fonte de nossa mutável e volátil história como espécie.