É disso que Futuros Compostos trata. Da ideia de combinar diferentes elementos e tendências para criar uma visão abrangente e exploratória das possibilidades do amanhã no mercado livreiro, nos hábitos de leitura e na produção intelectual. Ou seja, as mudanças de comportamentos e hábitos – sob o impacto das tecnologias – têm indicado novas formas de consumir, escrever e compreender os livros. A minha proposta é analisar pesquisas de futuros e deslocar o meu olhar, com hipóteses interpretativas, para entender esse leitor e escritor contemporâneo: seus movimentos e suas preferências.
Antes de entrarmos no tema, preciso me apresentar de maneira breve e informal. Sou daquelas pessoas da área de exatas – graduada em Matemática – que sempre amou os livros. Essa fixação permeia a minha vida pessoal e profissional. Por mais distante dos livros que a minha carreira estivesse, sempre os tive por perto. Em um dado momento, resolvi assumir que o mercado editorial era o meu território desejado. Fundei a Primavera Editorial (hoje, Pri de Primavera) e me tornei sócia da PublishNews. Há mais de 20 anos, respiro o mercado editorial nacional e internacional.
Eis que hoje, nesta primeira coluna, gostaria de falar sobre cinco aplicativos, com inteligência artificial generativa, que têm auxiliado escritores na produção. Acredito que o uso de tecnologia na produção literária conversa muito com a tendência de superar o medo de ser substituído para uma postura homo faber – aquele com capacidade de controlar o seu quotidiano e se tornar artífice do próprio destino. Esse “homem que faz” está associado à ideia de ter a criatividade como atributo humano inerente, que nos leva a construir objetos artificiais que nos ajudam a controlar o nosso ambiente. Ou seja, uma tecnologia mais semelhante a um artefato.
A lógica é que os robôs serão os nossos novos colegas de trabalho – em uma melhor versão, aquele assistente ultrainteligente e organizado, dotado de uma memória imbatível. Dito isso, o primeiro aplicativo que testei é o Squibler, que oferece ferramentas para ajudar na organização e escrita de livros – uma espécie de assistente que conta recursos generativos, como sugestões de palavras, frases e ideias para ajudar a impulsionar a criatividade durante o processo de escrita. O segundo é o Plot Generator, cujo foco é fornecer ideias de enredos para histórias em diferentes gêneros; na prática, o usuário insere informações básicas sobre o livro que está escrevendo e o app sugere tramas e reviravoltas.
The Most Dangerous Writing é o terceiro. Projetado para ajudar a superar o bloqueio de escritor, ele permite que o autor defina um tempo-limite para escrever sem interrupções; quando ele parar de digitar por muito tempo, o texto escrito até aquele momento será perdido! É controverso, claro, mas essa IA defende que isso incentiva a escrita contínua e ajuda a liberar a criatividade.
O quarto e quinto são AI Dungeon – jogo de aventura baseado em texto que usa inteligência artificial para criar histórias interativas, nas quais o usuário elenca uma das narrativas para explorar – e Hiveword, que embora não seja especificamente um aplicativo generativo, é uma ferramenta de escrita que ajuda a organizar ideias, personagens, cenas e enredos em um só lugar. Está mais para um instrumento para estruturar e planejar um livro; um facilitador da escrita.
Na próxima coluna, espero falar, entre outros temas, sobre Dark Romance e Healing Fiction, dois subgêneros que têm mobilizado os leitores no mundo.
*Lu Magalhães é fundadora do Grupo Primavera (Pri, de primavera & Great People Books), sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos). A executiva atua no mercado editorial nacional e internacional há mais de 20 anos.
**Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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