A explicação: as bibliotecas oferecem espaços deslumbrantes que combinam arquitetura histórica com ambientes sofisticados e coleções literárias impressionantes; elas proporcionam cenários únicos e, muitas vezes, são templos onde residem os maiores romances de todos os tempos. Para casais que partilham o amor por livros, haveria melhor local para o sim?!
Mas, o que há de futuro em uma movimentação que há tempos é capturada, inclusive, pela ficção em livros e filmes como a saga de Carrie Bradshaw? Digamos que, mais do que uma tendência, esse é um indício forte de que o futuro dos livros – e das bibliotecas – está, de certa forma, assegurado a depender da sua capacidade de reinvenção. À medida que diferentes gerações de leitores, mesmo imersos em transições culturais e reinvenção de vínculos (afetivos, sociais e urbanos), permanecem se conectando com esses espaços, ouso dizer que essa relação é reescrita.
Esses “altares modernos do afeto” – gosto de pensar na biblioteca dessa forma, no contexto de espaço de celebração – promovem o encontro da linguagem com a memória e o conhecimento. Passado, presente e futuro meio que se fundem em um espaço atemporal. Em outro viés de análise, em um momento de profunda ebulição de todas as estruturas – o casamento como instituição, por exemplo, não segue as mesmas coreografias do ontem –, a celebração pode oferecer o compromisso simbólico com a escuta, a delicadeza da linguagem e o pacto com novos capítulos da vida.
Uma pesquisa rápida me mostrou que para além dos EUA, países como Suíça, Inglaterra, Irlanda, Brasil, Áustria e Índia possuem bibliotecas muito disputadas por noivos dispostos a se casar entre estantes.
Em uma leitura bastante particular, acredito que o renovado interesse por casamentos em bibliotecas esteja nos dizendo que ainda há espaço para vínculos parecidos com o próprio ato de ler: ora vagarosos, saboreando cada palavra; ora frenéticos, para absorver as palavras de um gole só. Há espaço para reflexões sobre notas de rodapé e para as releituras das relações. Só espero que nesses futuros cada vez mais digitais haja mais tempo para repousarmos no afeto que um bom livro (e relação) pode trazer.
*Lu Magalhães é fundadora do Grupo Primavera (Pri, de primavera & Great People Books), sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos). A executiva atua no mercado editorial nacional e internacional há mais de 20 anos.
**Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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