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Futuros Compostos | Como a tecnologia pode alterar a leitura nas bibliotecas do futuro?
PublishNews, Lu Magalhães, 09/06/2025
Em novo artigo, Lu Magalhães fala sobre a nova tecnologia com Realidade Aumentada que pretende tornar a leitura mais imersiva e dinâmica e seus prós e contras

A ideia de incompatibilidade entre tecnologias e bibliotecas não cabe mais na realidade aumentada! Dentro da proposta de pesquisar futuros – e seus tempos e movimentos associados aos livros – encontro a notícia, na mídia francesa e norte-americana, que o Conselho Nacional de Bibliotecas de Singapura tem investido em uma solução tecnológica que vai remodelar a forma como as pessoas interagem com os livros.

© Snap Spectacles
© Snap Spectacles
Pioneiro na utilização do formato de Realidade Aumentada (RA), o órgão criou – para o sistema de bibliotecas do país – a Leitura Aumentada, ou seja, uma experiência que usa óculos Snapchat para sobrepor efeitos sonoros e visuais em tempo real aos livros físicos. Na prática, os óculos escaneiam o texto no momento da leitura e usam o aprendizado de máquina para criar elementos visuais e paisagens sonoras, além de música, que combinam com a narrativa.

O sistema, portanto, cria um ambiente imersivo que pode conquistar, sobretudo, os leitores relutantes. Como tendência, a iniciativa reforça o uso por instituições culturais da tecnologia de Realidade Aumentada (RA).

Em tempos em que o livro compete com outras fontes de entretenimento digital, pensar na construção de novos formatos para o ato de ler pode ser um instrumento de engajamento sustentado – defendem os articuladores da novidade. Nos comunicados sobre os avanços obtidos no teste Beta, há a sinalização de que essa é “uma abordagem pragmática para atender a públicos cujas expectativas foram moldadas por jogos e streaming, mensagens de texto e rolagem de tela”. O experimento – que deve ser levado a diversos públicos ainda em 2025 – pode sinalizar um novo capítulo na forma como consumimos livros físicos em espaços públicos. Combinado ao prazer tátil, o livro ganha experiências multimídias apreciadas pelos nativos digitais.

No vídeo de divulgação da iniciativa, Gene Tan – chief Librarian & chief Innovation Officer National Library Board of Singapure – e Antonie Gilbert, manager Snapchat AR Studio of Paris, explicam o funcionamento em detalhes.

Como tudo nessa vida, o uso de RA para tornar a leitura mais imersiva e dinâmica tem dois lados. Acredito que será eficaz para conquistar os nativos digitais, mas invade o espaço da imaginação do leitor – esse vazio que é preenchido de forma diferente por cada pessoa, tornando a experiência da leitura algo muito singular. Na experiência convencional da leitura, reside uma criatividade que é ativada pelo repertório pessoal alimentado por vivências. Substituir essa dimensão do relacionamento com o livro por algo mais “moldado” pode não ser o melhor dos mundos...

Mas, antes que pensem que sou contra as inovações, acho importante pontuar que defendo – firmemente – a liberdade de personalização da experiência de leitura. Ou seja, ter opções para ler da melhor forma que lhe parecer é o melhor dos mundos!

*Lu Magalhães é fundadora do Grupo Primavera (Pri, de primavera & Great People Books), sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos). A executiva atua no mercado editorial nacional e internacional há mais de 20 anos.

**Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

Tags: inovação
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