Seminário Biblioteca Viva começa ouvindo secretários sobre recursos para bibliotecas públicas
PublishNews, Guilherme Sobota, 26/06/2023
Fabiano Piúba informou sobre a realização do Encontro Nacional do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e anunciou a retomada das bolsas de tradução da FBN; Marília Marton disse que há possibilidades de buscar mais orçamento para a BibliON

Em sentido horário, Marília Marton, Fabiano Piúba, Aline Torres e Afonso Borges, na mesa de abertura | © SiSEB
Em sentido horário, Marília Marton, Fabiano Piúba, Aline Torres e Afonso Borges, na mesa de abertura | © SiSEB
Na abertura do 14º Seminário Biblioteca Viva, realizada nesta segunda-feira (26), os secretários Fabiano Piúba, Marília Marton e Aline Torres concordaram em abordar as bibliotecas públicas como espaços de cultura e de realização de políticas públicas, para além do trabalho de preservação e formação de acervos, em consonância com as políticas nacionais de livro e leitura previstas nas leis e planos.

Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, também detalhou o uso dos recursos da pasta previstos para este ano. No âmbito da Lei Paulo Gustavo (cerca de R$ 3,8 bilhões), parte dos recursos pode ser direcionada para ações de livro e leitura, e Piúba informou que a pasta disponibiliza minutas de editais para estados e municípios que queiram adquirir livros para suas bibliotecas, com ênfase na produção editorial local, ou que queiram formar bibliotecas comunitárias e pontos de leitura.

Já para os recursos da própria pasta, Piúba apontou a realização do encontro anual do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas para outubro ou novembro de 2023. “Vamos realizar o Encontro para fazer uma pactuação federativa de políticas adequadas. Identificamos que mais de mil bibliotecas foram fechadas nos últimos 6 anos. Em 2010, nós havíamos conseguido zerar o déficit de municípios sem bibliotecas públicas. Agora, nossa estratégia é reimplantar onde for necessário, fazer as reaberturas, mas também ter ações de modernização de bibliotecas, nessa percepção da biblioteca como centro cultural, lugar dinâmico de interação. Serão anunciadas ações e investimentos nesse sentido”, afirmou.

Ele também mencionou a primeira reunião da Comissão do Fundo Nacional de Cultura, realizada também nesta segunda-feira, em que foi aprovado um investimento de R$ 7 milhões do Ministério para fomentar bibliotecas comunitárias e pontos de leitura no país. Ele também comentou a retomada do Prêmio Viva Leitura, mencionou o Prêmio Carolina Maria de Jesus e ressaltou que está construindo uma estratégia junto ao FNDE para uma grande aquisição de livros para bibliotecas com foco na questão da bibliodiversidade.

Dentro do orçamento de cerca de R$ 50 milhões da Secretaria para este ano, o secretário ainda informou a aprovação de um edital de fomento à literatura. “Serão bolsas de fomento em projetos de criação, difusão, circulação, formação e pesquisa, e teremos também a retomada das bolsas de tradução da Fundação Biblioteca Nacional, com recursos de cerca de R$ 1 milhão, além da retomada do circuito nacional de feiras de livros”, comentou.

Já a secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Marília Marton, afirmou que a secretaria pretende correr atrás da expansão de investimentos em um dos projetos que considera mais inovadores na área das bibliotecas, a BibliON, biblioteca pública digital do Estado.

“Começamos a discutir o orçamento do próximo ano agora no segundo semestre, e temos que ver como correr atrás. O modelo de parceria com a organização social (a SPLeituras) também oferece espaço para buscar recursos de fora do Estado. Temos que conversar de maneira madura, o orçamento é limitado, tem um tamanho. O projeto da BibliON é extremamente inovador, e temos um governador que tem essa preocupação”, afirmou a secretária. “Acredito que temos condições de buscar recursos”.

Para Aline Torres, secretária municipal de Cultura de São Paulo, o modelo de organização social, já adotado pelo Estado, seria um bom caminho também para as instituições municipais, mas ela afirmou encontrar resistência sobre o assunto.

“Nossa divisão dos recursos é descentralizada”, garantiu. “Além das 54 bibliotecas da rede municipal, temos pontos, bosques, ônibus de leitura, aquisição de livros, digitalização do acervo para a nossa nova plataforma. Grande parte (dos recursos) vai para aquisição, sempre pensando na descentralização. Temos focado muito nas pontas da cidade. Aqui não temos o modelo de OS, mas recebemos cerca de 30 bibliotecários no último concurso. Creio que seria interessante fortalecer os cursos (de biblioteconomia) nas universidades”, comentou.

O 14º Seminário Internacional Biblioteca Viva é promovido pela Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB) e pela SP Leituras – Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura e vai até a sexta-feira, dia 30 de junho. Clique aqui para ver a programação completa.

A programação deste ano, gratuita e on-line, evento conta com a presença de palestrantes do Brasil, África do Sul, Holanda, Portugal e Ucrânia e é orientada pelo “Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO 2022”, com o objetivo de proporcionar reflexões sobre os desafios da atualidade, fomentar a troca de experiências com quem produz literatura e permitir a apresentação de ideias criativas e inovadoras para fortalecer as bibliotecas brasileiras.

Assista à mesa de abertura do 14º Seminário Biblioteca Viva:

[26/06/2023 18:00:00]