Poderão concorrer contos, crônicas, poesias, histórias em quadrinhos, romances e peças de teatro redigidos em português do Brasil. A candidata deverá inscrever apenas uma obra inédita em apenas uma categoria. Não poderá haver, em nenhuma parte do texto, a indicação de autoria, critério de desclassificação.
A intenção, segundo o governo, é fomentar atividades relacionadas à promoção da literatura brasileira produzida por mulheres, valorizar autoras nacionais e incentivar a qualidade literária por meio da realização de concurso.
“Esse edital é estratégico, pois incentiva a produção literária feminina, amplia a diversidade na literatura e, consequentemente, a diversidade cultural. Além disso, o apoio a escritoras é fundamental para o fortalecimento da cadeia produtiva do livro e o fomento da leitura a partir da seleção de obras de qualidade chancelada pelo Ministério da Cultura”, destacou a ministra Margareth Menezes, em nota.
Das 40 obras a serem premiadas, 20% (8) deverão ser de mulheres negras, 10% (4) para mulheres indígenas, 10% (4) para mulheres com deficiência, 5% (2) para mulheres ciganas e 5% (2) para mulheres quilombolas. A Comissão de Seleção também será composta apenas por mulheres, seis no total.
“O Edital é importante porque ele se orienta pelas diretrizes do governo de promoção da diversidade de gênero e étnica, bem como da cidadania e acessibilidade cultural. Ele celebra o nome de Carolina Maria de Jesus para promover a literatura brasileira escrita por mulheres, fomenta os processos de criação e difusão literária numa perspectiva de políticas afirmativas. Além disso, será o primeiro edital do MinC em linguagem simples, com design editorial, podendo ser um elemento orientador para outros editais”, disse o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, também em nota.
O prêmio é uma ação da Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, por meio da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. De acordo com o órgão, ele atende aos princípios e às diretrizes do Plano Nacional do Livro e Leitura e da Política Nacional de Leitura e Escrita.
Edital com linguagem simplificada
O edital do Prêmio Carolina Maria de Jesus foi construído com aplicação de "linguagem simples, direito visual e design editorial". O documento é resultado de uma parceria do Ministério da Cultura (MinC) com o ÍRIS | Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará.
"Será veiculada uma versão que evita termos técnicos, jargões jurídicos, estrangeirismos e siglas sem explicar o significado. Com tudo isso, o Ministério pretende democratizar o acesso do público às informações e às oportunidades, além de facilitar o entendimento da comunicação escrita do governo como um diálogo para o exercício da cidadania", diz um comunicado.
Título é homenagem à autora de "Quarto de despejo"
O título do Prêmio homenageia uma das mais importantes escritoras brasileiras do século 20: Carolina Maria de Jesus. Em seu primeiro livro, Quarto de despejo: o diário de uma favelada, publicado em 1960, Carolina escreve um registro incontornável da realidade brasileira a partir do seu ponto de vista, uma mulher negra, empregada doméstica e com muitas dificuldades financeiras. A obra foi traduzida em 13 línguas e vendida em mais de 40 países.
A TV Brasil transmitiu o evento desta quarta-feira (5) ao vivo: