A Feira do Livro de Frankfurt iniciou oficialmente sua 75ª edição na noite desta terça (17) em uma cerimônia lotada de profissionais do mercado editorial de diversos países e que estavam ansiosos para, mais um ano, ouvir qual seria o tom político adotado pelo maior evento do setor. O discurso político veio, mas não especificamente da Feira – que desde manhã tentou atenuar os efeitos do cancelamento da premiação para a autora palestina Adania Shibli –, mas sim do filósofo esloveno Slavoj Žižek. Ele abordou de frente a questão da guerra entre Israel e Hamas e chamou a decisão de cancelar a premiação de Shibli de “escandalosa”. “Não estou só orgulhoso de estar aqui hoje, estou também um pouco envergonhado”, disse, tirando aplausos e vaias do púbico. O discurso de Zizek chegou a ser interrompido por uma pessoa que subiu ao palco para questionar a fala do filósofo dizendo que ele não poderia relativizar os ataques do Hamas. Slavoj retrucou: “Não relativizo de forma nenhuma. Só estou dizendo que falar do jeito que você falou agora, imediatamente coloca os palestinos em uma situação impossível". Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Estamos no início da 75ª Feira do Livro de Frankfurt e tem sido uma constante das últimas edições: o destaque para os audiolivros. O formato tem apresentado um crescimento expressivo em muitos países, e é visto como uma forma de chegar em novos leitores. Em determinadas regiões, já é uma realidade, como na Suécia, onde respondem por mais da metade de unidades de livros vendidas. E é onde vivem os dois convidados deste episódio do Podcast do PublishNews: Carlo Carrenho, que além de nosso velho conhecido, fundador do PublishNews, é o embaixador de áudio da Feira de Frankfurt 2023. Também conversamos com Ana Julia Ghirello, General Manager de Expansion Markets e Vice Presidente de parcerias da Storytel, streaming sueca de audiolivros. No lançamento da Audible no Brasil, no início de outubro, o podcast conversou sobre o assunto com autora e colunista Vanessa Passos, e com Erico Borgo, autor de Nerd: Minha jornada de infância ao maior evento da galáxia. Clique no Leia mais para ouvir o episódio.

A programação do Publishing Perspectives Forum – espaço comandado pelo veículo de mídia com foco na indústria internacional do livro – iniciou nesta quarta (18) com um bate-papo entre Nihar Malaviya, CEO da Penguin Random House, e Porter Anderson, editor-chefe do PP. No comando da empresa após algumas mudanças, Nihar compartilhou sua visão positiva sobre a indústria global do livro. “Olhando para o passado, não tínhamos redes sociais, nem a ajuda dos e-commerces. Não estávamos acostumados com nada disso e mesmo assim o livro estava melhor do que muitas outas indústrias. Se olharmos hoje, ainda estamos vendendo mais livros do que 20 anos atrás, isso é notável. Temos uma indústria muito resiliente”, disse. “A primeira coisa que sempre penso: o que o leitor está fazendo e para onde ele está indo? Acho que isso fundamenta tudo o que fazemos”, comentou o executivo, que começou na Bertelsmann, controladora da PRH, há 20 anos. Segundo ele, as vendas na editora estão acima da média pré-pandemia, mesmo com o fator do aumento dos custos, que cresceram em cada setor. “O livro se ajusta ao tempo, é um formato flexível, e as pessoas estão acostumadas. O livro faz parte das nossas vidas. Mesmo hoje, com tantas outras mídias, temos uma diversidade enorme de histórias nos livros. No final das contas, o livro nos dá uma experiência única”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Presente na Feira do Livro de Frankfurt pelo segundo ano seguido com um coletivo de empresas do setor editorial, o CreativeSP ganhou nesta terça-feira (17) uma excelente notícia: o projeto foi prorrogado por cinco anos pela Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e pelaa InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O CreativeSP leva empresas de todo o Estado para os principais eventos de economia criativa do mundo. O investimento será de R＄ 33 milhões, com a previsão de um retorno 60 vezes maior e a geração de R＄ 2 bilhões em negócios no setor cultural paulista. O PublishNews é uma das empresas apoiadas pelo projeto em 2023 no contexto da Feira do Livro de Frankfurt. O CreativeSP oferece um reembolso máximo de US＄ 3 mil em despesas elegíveis, para custear até 50% dos gastos das empresas selecionadas com a viagem. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O dia da abertura da Feira de Frankfurt, mesmo antes da inauguração oficial, foi movimentado! As discussões políticas, por ora, deram o tom do evento, mas uma coisa tem unido editores e agentes: corre à boca pequena que o The Hof, o bar do hotel mais célebre da Feira, tem cobrado valores pecuniários dos clientes para que eles realizem as reuniões nas mesas do local – e que esse seria o motivo da relativa vacância, digamos, do bar nos primeiros dias da semana. Fontes com experiência em Frankfurt dizem ter ouvido que o valor chega a 50 euros por hora. Já na segunda-feira à noite o hotel reunia estrelas globais do mundo editorial, como os amigos do PublishNews, Carlo Carrenho e Gustavo Faraon, da Dublinense, e Andrew Wylie, talvez o agente literário mais conhecido do globo em 2023. Na entrevista coletiva e nos discursos de abertura da Feira, na terça-feira (17), um tema que foi citado de forma recorrente foi o "Kulturpass", programa do governo federal alemão que dá 200 euros para jovens adultos que completarem 18 anos, a serem gastos em produtos e eventos culturais. Livros, segundo a presidente da Associação Alemã de Editoras e Livrarias, Karin Schmidt-Friderichs, representam mais de 50% das escolhas dos jovens alemães, de longe em primeiro lugar na escala de compras com o passe. O programa foi criado como forma de incentivo cultural ao setor da economia criativa após a crise da pandemia. Clique no Leia mais para conferir as notas deste primeiro dia.

Em continuidade aos movimentos políticos do primeiro dia de Feira de Frankfurt, a quarta-feira (18) se iniciou no Pavilhão do Convidado de Honra reunindo autoridades (ministras da Alemanha e da Eslovênia, homenageada da edição), bem como líderes internacionais do mundo editorial, como Karine Pansa, a editora brasileira presidenta da International Publishers Association, e o escritor turco Burhan Sönmez, presidente do PEN International. Eles participaram do lançamento do Ljubljana Reading Manifesto, documento que pretende ser a base da participação do país da Europa Central na Feira e que busca dar consequências políticas para o evento. "A leitura de alto nível é a nossa ferramenta mais poderosa para o pensamento analítico e crítico", diz um trecho do texto. "Ela exercita a metacognição e a paciência cognitiva, expande nossas capacidades conceituais, treina a empatia cognitiva e a tomada de perspectivas – habilidades sociais indispensáveis para cidadãos informados em uma sociedade democrática. Os signatários deste manifesto pedem o reconhecimento da relevância permanente da leitura de alto nível na era digital". Entre os signatários, está Margaret Atwood, que enviou um vídeo apoiando a iniciativa. Clique no Leia mais para ler o texto completo.

Uma discussão que costuma causar arrepios no Brasil, especialmente em caixas de comentários e redes sociais sem moderação de conteúdo, foi destaque nesta quarta-feira (18) na Feira de Frankfurt: o mote do painel no Pavilhão da Eslovênia, o país homanegeado da edição, era: "é preciso usar dinheiro público, dinheiro do contribuinte, para financiar livros?" A resposta – de editores eslovenos, mas também de Croácia, Alemanha e Áustria – foi: sim. "Mesmo na Alemanha, temos um debate pedindo subsídios para empresas pequenas que garantam a diversidade", apontou o consultor editorial Rüdiger Wischenbart, moderador da discussão. "Essas empresas não conseguem pagar as próprias despesas", apontou. A escritora eslovena Tanja Tuma, membra do PEN International, comentou que em seu país um grande sucesso editorial vende cerca de mil cópias. "Sem suporte público, sem a agência oficial do livro, é impossível empatar nas vendas de livros clássicos, por exemplo. Os preços são caros, em média, um livro custa 24 euros. O PIB per capita é metade do austríaco. Sem esse apoio público, poucos novos livros sairiam em esloveno e em outras línguas. No país, já existem formas de ajudar escritores. O ministério tem um programa especial, em que se faz uma aplicação, se for aprovado como escritor/artista, o estado vai pagar por seguros de saúde e bolsas, são 500 euros por mês. Os políticos de políticas culturais têm muita responsabilidade nas escolhas de onde investir esse dinheiro", afirmou. Clique no Leia Mais para ler a matéria na íntegra.

Entre as empresas e editoras anunciadas pelo Brazilian Publishers – projeto de internacionalização da literatura e do setor editorial brasileiro, da CBL e da ApexBrasil – para a Feira de Frankfurt, um nome próprio chama a atenção no meio da lista: é o do escritor natural de Santos (SP) Ronaldo Andrade. Ele faz parte da comitiva e diz estar indo a Frankfurt para divulgar o seu trabalho e conhecer mais do mercado editorial internacional. "Meu interesse é ir para completar um calendário de feiras importantes", afirma o autor – ele já participou, em condições semelhantes, das bienais do livro do Rio e de São Paulo, da Feira do Livro de Lisboa, da Flip, eventos em Barcelona e Paris, entre outros. "É importante o autor estar nesses grandes eventos para fazer contatos, networking, divulgar o trabalho". Ele conta que foi em Paraty, no ano passado, que ouviu representantes da Câmara Brasileira do Livro falarem sobre as possibilidades de parcerias para empresas e autores brasileiros estarem presentes em eventos internacionais. "Na Flip, teve um bate-papo com editores, livrarias, e o ex-presidente da CBL, Vitor Tavares. Perguntei se um escritor que não é conhecido, como eu, poderia ter a chance de participar de um evento grandioso como Frankfurt. Ele me apresentou os contatos, este ano fizemos as negociações e foi dessa forma que começamos a montar a participação", explicou Ronaldo. Clique no Leia mais para ler a resposta na íntegra.

Em iniciativa inédita celebrando seus 15 anos de fundação, a Editora UEMG promove, de 18 a 31 de outubro, a 1ª Feira do livro de acesso aberto. Em formato virtual, a EdUEMG e outras 28 editoras de todo o país disponibilizarão gratuitamente seus livros digitais para download. A feira contará com mais de 500 obras selecionadas, das diversas áreas de conhecimento, reunidas em um hotsite exclusivo. O público também terá a oportunidade de acessar os catálogos completos de cada uma das editoras participantes. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Nos dias 23, 24 e 25 de outubro, a Rede LEQT, Leitura e Escrita de Qualidade para Todos, promoverá uma série de debates públicos, gratuitos e on-line, com diversos nomes de expressão na literatura brasileira, em torno do direito à palavra, tanto do ponto de vista dos autores que precisam acessar o mercado editorial como dos leitores. O evento I Diálogos da Rede LEQT - Literatura, poder e formação de leitores terá mesas que reunirão Januária Alves, Edmilson de Almeida, Denise Guilherme, dentre outros nomes, no horário das 19h30 às 21h, no canal de YouTube do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), por três dias. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Pioneira Editorial realiza uma exposição do ilustrador pernambucano Jô Oliveira durante o Festival Literário Internacional de Óbidos (Folio), evento referência no setor. A edição deste ano ocorre até o dia 22 de outubro e traz à vila, localizada no oeste de Portugal, o tema “Risco na literatura e no mundo”. Pela primeira vez, a editora participará como parceira do evento e abordará, através do Selo Tapioquinha, em conjunto com a Rota Imaginária e o Projeto Escolas que se abraçam, a exposição Riscos do Nordeste, reunindo algumas das imagens mais emblemáticas do desenhista premiado que enaltece o cordel, a xilogravura e diversas manifestações folclóricas. A Pioneira Editorial também levou autores brasileiros, como Daniel Kondo e Marco Aurélio. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Boa sorte (nVersos, 264 pp, R$ 69,90) retrata um ano – o pior de todos – na vida de Julieta. Começando a entender sua sexualidade e se abrir para novas experiências que a adolescência traz, ela tem seu processo de autoconhecimento interrompido pela morte de sua irmã mais velha. O suicídio de Laura expõe as fraturas da família e a fragilidade de tudo que antes parecia ser sólido feito pedra. Perdida entre o luto e o divórcio dos pais, Julieta é forçada a ir viver com a avó em uma cidadezinha esquecida pelo mundo, onde passa os dias recebendo ordens e revirando as caixas empeiradas do porão atrás das respostas que nunca vêm. Solitária, ela escreve para a irmã morta sobre sua nova rotina, ao mesmo tempo em que busca entender por que Laura tomou uma atitude tão drástica e definitiva. O livro de Helena Cunha é uma história sobre os desdobramentos da morte de um ente querido e as várias faces do luto, mas também é sobre o amadurecimento e o mundo de novas possibilidades e sensações trazidas pela adolescência, especialmente quando você parece não se encaixar. É sobre o poder de salvação da gentileza e da amizade e a coragem de continuar vivendo mesmo quando dói.

A discussão sobre o papel do museu em nossa sociedade tem ganhado cada vez mais espaço nos ambientes acadêmicos e meios de comunicação. Qual é a importância do museu para a população? Quem está ali representado? Como acessar essa história contada por objetos, roupas e utensílios de diferentes períodos históricos? A publicação francesa Fechamos (Amelí, 36 pp, R$ 80 – Trad.: Diogo Caroso) apresenta esse universo de forma inusitada e traz questionamentos que enriquecem a discussão sobre a importância desses espaços para o público infantil. Menção Honrosa na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha em 2022, o quadrinho escrito por Gilles Baum e ilustrado por Régis Lejonc foi publicado originalmente na França pela Les Éditions des Élephants em 2020. “É diferente, provocador, daqueles livros que mesmo depois que acabam não saem da nossa cabeça. Ele começa misterioso, tem reviravolta, e um final que aposto, vai surpreender muita gente!”, destaca Daisy Carias. Direcionada ao público infantil, a publicação também desperta o interesse entre jovens e adultos, ressalta a curadora. “O bom livro infantil ilustrado é aquele que também vai provocar o adulto de alguma forma.

Existem coisas que não são desse mundo nas montanhas. Nas Montanhas do Terror (Conrad, 192 pp, R$ 54,90 – Trad.: Edward Kondo) é uma coletânea de cinco histórias de terror com roteiro de Junpei Azumi e ilustrações dos mangakás Junji Ito, Mimika Ito, Akemi Inokawa, Daisuke Imai e Akihito Yoshitomi. A montanha pode estar guardada por seres mais assustadores que um fantasma, acidentes ocorrem sem maiores explicações, e uma alma perdida pode estar buscando ajuda para enfim descansar em paz.... Dentro do gênero de terror japonês, Junpei Azumi, conhecido por seus diversos livros e contos assustadores ambientados nas montanhas do Japão, apresenta uma antologia de terror que mistura sua experiência como alpinista e imaginação, resultando em uma consistente história desenhada a muitas mãos. Além do mestre de terror Junji Ito (conhecido por mangás como Uzumaki, Tomie, entre outros), também participam os ilustradores Akihito Yoshitomi (autor de Eat-Man e After School of the Earth), Mimika Ito (de Mierundesu, com tradução livre “Eu consigo ver fantasmas”), Akemi Inokawa (da série “Honto ni atta kowai hanashi”, de tradução livre “Histórias de terror que aconteceram de verdade”) e Daisuke Ima (mais conhecido por Love and Hell e Hiru), voltado para o estilo de mangás seinen, público masculino adulto.

A biblioteca Eisner - Um contrato com Deus (Devir, 528 pp, R$ 189,90 - Trad.: Marquito Maia), obra meticulosamente revisada e apresentada em um novo formato, ajudou a definir o termo graphic novel e inspirou toda uma geração de novos “artistas sequenciais” no mundo inteiro. Esta edição revigorada do clássico de Will Weisner, possui um significado monumental para todos os entusiastas de quadrinhos. Juntamente com A força da vida (1988) e Avenida Drop-Sie (1995), são obras atemporais que representam a quintessência das histórias em quadrinhos. Reunidas em um volume luxuoso, essas histórias são baseadas nas experiências de Eisner sobre vida, morte e a luta interminável de pessoas comuns que decidem sobreviver às adversidades do destino, mesmo quando tudo parece perdido. William Erwin Eisner nasceu em Nova York no ano de 1917. Começou sua carreira em 1936 na revista WOW What a Magazine! e no ano seguinte fundou o Eisner-Iger Studio, ao lado de Bob Iger, empregando artistas do calibre de Jack Kirby, Bob Kane e Lou Fine.