
A primeira mesa, “Nóis quem, livro pra quem, biblioteca pra quem? Vozes de quem lê e escreve”, aborda os impactos nos campos da educação e da produção cultural e artística das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que instituíram a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. A segunda, “Cala boca já morreu? Censura, literatura e os reflexos na mediação de leitura”, trata das diferentes instâncias de censura que atuam no discurso social e como elas afetam a seleção e a mediação de obras literárias. Na última, “Tá na palavra, tá na escrita, tá nas redes… essa fita” os convidados exploram os caminhos da educação midiática na formação de leitores críticos.
O evento não exige inscrição antecipada e confere certificado para os participantes, mediante assinatura de lista de presença que será circulada durante os encontros. Para Ricardo Batista, coordenador de Políticas Públicas do Gife, o seminário marca “um momento de inflexão” na agenda de leitura e escrita que a Rede propõe colocar no debate público. “Nos últimos quatro anos, a Leqt conseguiu fazer um trabalho de arregimentação e contenção da erosão da política de leitura e escrita como um expediente de cidadania.”
“Todas as agendas emergentes nas últimas décadas no mundo democrático: a redução das desigualdades, o enfrentamento das mudanças climáticas, do racismo, só conseguem se materializar e se perpetuar no tempo por meio do registro.literário, da leitura e da escrita, da formação de cidadãos, da mobilização permanente e da celebração criativa da sociedade diversa como que a Leqt se propõe a ser. E esse evento vem ao encontro da atualização das referências em torno dessas disputas”, complementa.
Patrícia Diaz, diretora executiva na Comunidade Educativa CEDAC e uma das coordenadoras da Rede Leqt, também comentou as intenções do seminário. “A formação de leitores e o acesso a um acervo literário plural foram dois eixos importantes que buscamos contemplar na programação por serem direitos não só dos estudantes nas escolas, mas de todas as pessoas. Então o debate está a serviço de identificar e problematizar os impedimentos do ponto de vista do acesso, mas o nosso olhar também está voltado para o direito à autoria de escritoras e escritores das diversas culturas que compõem o Brasil – em especial as de ascendência africana e indígena. Queremos compreender quais são as oportunidades que existem para elas ocuparem o espaço que lhe é de direito na produção escrita brasileira”, diz Patrícia.
“Ao propor, em Diálogos da Rede Leqt, temas tão provocativos e que nos inquietam tanto, nós, que estamos sempre abordando questões sobre formação de leitores a partir de estudos e pesquisas que são referência, somos obrigados a sair de nossa “área de conforto”, ou de domínio, para trazer para esse debate questões que ainda são polêmicas, como a formação de leitores críticos e autônomos, não por meio de livros mas em outros suportes, mídias e linguagens. Para mim, esse é o tema que deve provocar mais reflexões para aqueles que enfrentam o desafio de formar leitores frente a tantas dispersões midiáticas. Sem dúvida, oportuno e necessário”, afirma Zoara Failla, coordenadora das pesquisas Retratos da Leitura no Brasil - do IPL.
Confira abaixo a programação:
23/10, 19h30 às 21h
Youtube - "Nóis quem, livro pra quem, biblioteca pra quem? Vozes de quem lê e escreve"
Convidados/as: Edimilson de Almeida Pereira, Kamu Dann, Fabiano Piúba
Mediação: Iracema Nascimento
24/10, 19h30 às 21h
Cala boca já morreu? Censura, literatura e os reflexos na mediação de leitura
Convidados/as: Fabíola Farias, Jeferson Tenório, Denise Guilherme
Mediação: Ana Carolina Carvalho
25/10, 19h30 às 21h
Mesa-redonda - Tá na palavra, tá na escrita, tá nas redes/ essa fita: A educação midiática na formação de leitores
Convidadas: Januária Alves, Livia Lima, Ananda da Luz Ferreira
Mediação: Beto Silva