
A programação do Publishing Perspectives Forum – espaço comandado pelo veículo de mídia com foco na indústria internacional do livro – iniciou nesta quarta (18) com um bate-papo entre Nihar Malaviya, CEO da Penguin Random House, e Porter Anderson, editor-chefe do PP.
No comando da empresa após algumas mudanças, Nihar compartilhou sua visão positiva sobre a indústria global do livro. “Olhando para o passado, não tínhamos redes sociais, nem a ajuda dos e-commerces. Não estávamos acostumados com nada disso e mesmo assim o livro estava melhor do que muitas outas indústrias. Se olharmos hoje, ainda estamos vendendo mais livros do que 20 anos atrás, isso é notável. Temos uma indústria muito resiliente”, disse.

No comando da editora que publica cerca de 16 mil novos títulos por ano, Nihar foi perguntado sobre qual a estratégia da Penguin Random House para atingir esses números. “Há muitos caminhos para o sucesso, e é isso o que fazemos com nossos editores ao redor do mundo: os encorajamos para que eles encontrem esses diferentes caminhos”, respondeu. "Nossa missão é entregar livros para as pessoas, porque no fim sabemos que todo livro que vendemos impacta a vida de alguém".
Audiolivros e o modelo de assinatura
Com uma posição relutante em relação aos modelos de assinatura com acesso ilimitado, no que diz respeito aos audiolivros, o executivo também falou sobre ter títulos da PRH no modelo de assinatura da Audible. “Este foi, da nossa perspectiva, um modelo que nos agradou. E, ao mesmo tempo, era também um modelo em que a remuneração que recebemos e que nossos autores recebem são basicamente proporcionais ao que recebemos do mercado em geral. Então, de ambas as perspectivas, foi isso que nos deixou confortáveis em participar desta oferta específica”, explicou.
Segundo Malaviya, o mercado geral de audiolivros cresceu e se desenvolveu graças a todo o trabalho que todos na indústria fizeram para criar audiolivros, “bem como ao excelente trabalho que nossos parceiros varejistas fizeram para realmente popularizar o formato”, comentou, reconhecendo ainda o potencial do Spotify nesse segmento. “O Spotify tem centenas de milhões de assinantes pagantes em todo o mundo, e é claro que há uma chance de que sua entrada alcance pessoas que atualmente não são ouvintes e/ou leitores e que possa trazer novas pessoas para o ecossistema da leitura. Portanto, há potencial aí”, reforçou.
Inteligência artificial
“Não são humanos versus máquinas. São humanos e máquinas. Como podemos usar essa tecnologia para nos ajudar?”
Direitos autorais
“A coisa mais importante que devemos pensar é em fazer tudo o que pudermos para proteger os direitos autorais”, disse. “E então a outra questão é: o conteúdo proveniente do LMS pode ser protegido por direitos autorais? Acho que muitas questões ainda não foram resolvidas legalmente e provavelmente levará algum tempo para que sejam resolvidas nos vários locais públicos”, completou, reforçando ainda que a empresa apoia todos os esforços que estão sendo feitos para que os direitos autorais sejam protegidos.
Livros censurados
“Esta é uma questão global, mas vou focar essa resposta principalmente nos EUA, porque tem sido uma questão que realmente explodiu nos últimos anos. E eu acho que, no final das contas, estamos ao lado do óbvio, entregamos a liberdade de expressão e acreditamos que toda história tem o direito de ser publicada".
Diversidade na indústria do livro
“Nós estamos operando em mercado diversos e nossa missão é criar livros para todos. Temos que ter funcionários que reflitam essa diversidade”, disse Malaviya. Segundo o executivo, as contratações na PRH visão a diversidade.
"Pelo menos posso dizer que a nossa empresa, nos vários mercados em que operamos, fizemos progressos substanciais nessa frente em comparação com onde estávamos há cinco anos". "E a outra parte são obviamente os livros que publicamos: temos que garantir que os livros que publicamos também reflitam toda a sociedade".






