A morte de Ziraldo neste sábado (6), aos 91 anos, mobilizou milhares e milhares de fãs do desenhista e escritor nas redes sociais. Do presidente da República a leitores e admiradores que se formaram com as histórias d'O menino maluquinho e das dezenas de outras criações de Ziraldo, as manifestações e homenagens tomaram a internet neste fim de semana. O corpo do desenhista foi velado neste domingo (7) no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, e o enterro ocorreu no fim da tarde no Cemitério São João Batista. "O Brasil perdeu neste sábado, 6/4, um de seus maiores expoentes da cultura, da imprensa, da literatura infantil e do imaginário do país", escreveu o presidente Luis Inácio Lula da Silva. "Chargista, caricaturista, escritor e jornalista, o mineiro Ziraldo é nome onipresente na cultura popular brasileira." A Editora Melhoramentos emitiu uma nota na qual "se une aos milhões de fãs de Ziraldo na dor pela sua perda". Pela editora, o autor vendeu mais de 14 milhões de livros. “A capacidade de Ziraldo de equilibrar humor, sensibilidade e temas relevantes o destacaram como um mestre na arte de contar histórias. Sua influência vai além das páginas de seus livros, estendendo-se para gerações de escritores, ilustradores e educadores que encontraram inspiração em sua obra”, disse Alfredo Weiszflog, referência no mercado editorial brasileiro e que esteve 50 anos à frente da Melhoramentos. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O austríaco Heinz Janisch venceu o Prêmio Hans Christian Andersen, a mais importante distinção da literatura infantil no mundo e que tinha Marina Colasanti entre os finalistas. O anúncio foi feito durante um painel no primeiro dia da Feira do Livro Infantil de Bolonha. Realizado pelo International Board on Books for Young People (IBBY), o prêmio reconhece conquistas ao longo da vida e é concedido a um autor e ilustrador cujas obras tenham feito uma contribuição importante e duradoura para a literatura infantil. Segundo o Júri, Janisch é um mestre dos contos que deixam espaço para a imaginação dos leitores. “Embora muitas de suas obras sejam humorísticas, às vezes até absurdas, ele tem um elemento filosófico em sua escrita que muitas vezes torna seus livros profundos. Seus textos simples são significativos, e o ditado ‘menos é mais’ pode ser aplicado ao autor vencedor de 2024”. Os critérios utilizados para avaliar as nomeações incluem a qualidade estética e literária, bem como a frescura e inovação do trabalho de cada candidato; a capacidade de ver o ponto de vista da criança e de estimular a sua curiosidade; a autêntica diversidade de expressão; e, a relevância contínua das obras para crianças e jovens. Na categoria Ilustração, que tinha o brasileiro Nelson Cruz entre os finalistas, o vencedor foi canadense Sydney Smith. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O PublishNews anuncia nesta sexta-feira (5) uma promoção em dois dos seus produtos comerciais, com desconto de 50%. São eles: a Área Indie, espaço publieditorial em que autores e editoras podem anunciar os seus livros, em formato de nota no site e na newsletter; e banners – espaços publicitários – no site e mobile. O valor da Área Indie, na promoção, é de R$ 150. Os banners, por sua vez, têm diferentes valores, de R$ 515 a R$ 2.790, já com o desconto. A promoção é válida apenas para pagamentos à vista ou divididos no máximo em duas parcelas, em acordos finalizados com o comercial do PN até as 13h da próxima sexta-feira (12). A divulgação na Área Indie será feita a partir da primeira semana de maio, de acordo com a demanda de anúncios. A data de publicação das matérias é encaixada na produção diária da redação do PublishNews, já que se trata de um publieditorial. Quanto aos banners, a disponibilidade é imediata. Interessados devem escrever para daniela@publishnews.com.br, em mensagem com o título “Promoção PN/abril”.

A parceria de Ziraldo com a Editora Melhoramentos começou há mais de meio século, quando o autor ilustrava os livros e materiais de papelaria da editora e, em 1980, ganhou um marco com o mais famoso livro de Ziraldo, o primeiro na parceria com a editra: O menino maluquinho. Foi um grande sucesso já em seu lançamento, na Bienal Internacional de São Paulo, e até hoje teve 4 milhões de exemplares comercializados. Com a morte do autor no sábado, a editora divulgou um balanço da sua colaboração: 142 títulos e mais de 14 milhões de livros vendidos. Entre os números de Ziraldo na Editora Melhoramentos (entre 1980 e 2023), ainda constam 14 títulos de atividades; 14 projetos especiais, parcerias com empresas e secretarias públicas de diversas áreas; e 30 títulos do autor formaram um catálogo em outros idiomas, principalmente espanhol e inglês. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A repercussão da morte de Ziraldo, mestre da literatura infantil, dominou os principais meios de comunicação no fim de semana. No domingo, o artista foi velado no Museu de Arte Moderna do Rio (MAM). O Estadão deu a notícia de que Ziraldo terá uma estátua no Rio de Janeiro. Ainda no Estado, as artes que homenageiam o criador do Menino Maluquinho e uma reportagem que relembra a última entrevista de Ziraldo em 2018, em que o cartunista comentou sobre uma mudança no seu fluxo de trabalho, afirmando ter ficado "velho de repente". O Fantástico entrevistou a cineasta Daniela Thomaz, filha de Ziraldo, que lembrou quando foi visitá-lo na cadeia durante a ditadura militar. O g1 também destacou a trajetória do autor, um dos fundadores do Pasquim, e registrou a cobertura do velório, realizado no domingo no Museu de Arte Moderna do Rio. Na Folha, a colunista Alexandra de Moraes falou sobre como personagem Menino Maluquinho retrata a metamorfose da infância. Marcos Augusto Gonçalves lembra como o autor usou o humor contra a ditadura, o jornal também publicou um artigo sobre as polêmicas referentes a suas obras e uma lista com seus principais personagens. O Globo contou como nasceu O menino maluquinho, seu personagem mais conhecido, ouviu Zuenir Ventura, e registrou a amiza de Ziraldo e Luis Fernando Verissimo, bem como sua relação entre Carlos Drummond de Andrade e Ziraldo. Em 1979, o cartunista dedicou o livro O planeta lilás a Drummond. A colunista Miriam Leitão também publicou um texto em homenagem ao autor. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Enquanto entra na reta final para definição e divulgação da data de sua 22ª edição, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) anunciou Ana Lima Cecilio como a curadora de 2024, voltando a ter uma curadoria individual após três edições. Com mais de 20 anos de trabalho no universo editorial, tendo atuado em diversas áreas, como edição, clubes do livro e curadoria literária, Ana Lima traz na bagagem uma vasta experiência que visa um olhar atento e direto ao público leitor - o que as pessoas andam lendo, que autores e obras têm mobilizado encontros e discussões. Também haverá espaço para abordar temas contemporâneos na programação, como a emergência climática. “A trajetória de Ana Lima reflete sua paixão pela literatura, essa poderosa ferramenta para a compreensão do mundo e para a construção de pontes entre culturas, pessoas, cidade e natureza. Sua proximidade com o público leitor é um ativo importante para o trabalho como curadora da Flip”, explica Mauro Munhoz, diretor artístico da Festa. Na construção do Programa Principal dessa 22ª Flip, temas atuais trarão reflexões importantes. Clique no Leia mais acessar a íntegra desta nota.

No Podcast do PublishNews desta semana, conversamos com Raphael Montes. Escritor carioca nascido em 1990, ele começou a escrever aos 18 anos e publicou seu primeiro romance aos 22 (Suicidas). Agora, aos 34, lança seu 9º romance, Uma família feliz (Companhia das Letras) – cuja adaptação também estreou nos cinemas e marca sua estreia como diretor assistente. Raphael conversou conosco sobre o ofício de autor de histórias de suspense, crime e terror, sobre como enfrentou resistências no início da sua carreira, e de como buscar fugir dos modismos. Seu processo de escrita, a importância da leitura como entretenimento e a sua visão do nosso mercado editorial também foram temas da conversa – além, claro, da sua presença no audiovisual, como roteirista de seriados, novelas e filmes. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet; da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas; e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a entidade que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube.

A 61ª edição da Feira do Livro Infantil de Bolonha (BCBF) começou nesta segunda-feira (8) na BolognaFiere e vai até quinta (11), juntamente com seus eventos BolognaBookPlus (BBPlus), a extensão dedicada à publicação geral produzida em colaboração com a Associação Italiana de Editores (AIE), e Bologna Licensing Trade Fair/Kids (BLTF/K), especificamente para marcas e licenciamento de conteúdo para crianças e jovens. Após a edição festiva de 2023, celebrando 60 anos da BCBF, os pavilhões do Centro de Exposições BolognaFiere hospedam uma nova edição este ano, com aproximadamente 1.500 expositores de cerca de 100 países e regiões do mundo. 23 editoras brasileiras fazem parte da missão do Brazilian Publishers e outras 19 estão no estande do Instituto Emília. Novos participantes incluem Angola, Bielorrússia, Benin, Bolívia, Camarões, Colômbia, Luxemburgo, Maurício, Principado de Mônaco, Moldávia, Paraguai, Filipinas, Togo e Uganda, juntamente com novas iniciativas que oferecem análises detalhadas e suporte para a indústria editorial global, possibilitadas graças ao apoio da ITA - Agência de Comércio da Itália e do Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional (MAECI). Esta edição marca também a admissão da Feira do Livro Infantil de Bolonha como Membro Patrono da Associação Internacional de Editores (IPA), a maior federação mundial de associações de editores nacionais, regionais e especializadas. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Ler sempre foi minha atividade de eleição. Não somente porque vivia numa cidade pequena e sem televisão ou cinema, mas porque cedo descobri na leitura e na escrita de poemas uma forma de companhia. Mais tarde, já no Rio de janeiro, com 18/20 anos e cursando Letras, tive a sorte de encontrar um professor que descobriu a pólvora para mim. Ao me ver às voltas com as aulas de língua portuguesa que comecei a dar (bem antes de terminar a faculdade) ele me disse as palavras mágicas: “Suzana, a missão de um professor de língua portuguesa ou literatura é despertar o prazer de ler. Se você conseguir isso nas suas aulas, sua missão estará cumprida”. Os efeitos daquelas palavras pronunciadas pelo meu Mestre Luiz Filipe Ribeiro descortinaram para mim o meu futuro como profissional das letras (como autora e como professora). A partir daí me dediquei a esse quase esporte que seria tentar trazer meu alunos para as vantagens e/ou benefícios da leitura, justamente tratando-a com requintes de lazer. Mas por que toda essa introdução num texto que tem como objetivo falar de Ziraldo? Eu diria que tem a ver com essa espécie de destino que acabei traçando para mim, onde perseverei tentando introduzir o máximo de pessoas no universo do livro. Eu já havia lido Ziraldo quando o redescobri pela primeira vez. Dito dessa forma parece paradoxal, mas é verdade. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta coluna.

A Todavia abriu uma vaga de estágio no financeiro. Para se candidatar, é necessário cursar a partir do 2º ano ou 3º semestre em um dos cursos de Administração, Economia ou Ciências Contábeis; ter conhecimento do pacote Office; ter organização, foco, dinamismo e vontade aprender. As funções incluem auxiliar nas rotinas de contas a pagar e a receber; auxiliar no controle de contas; analisar, conduzir, prestar suporte e acompanhar as solicitações dos escritórios de cobrança; apoiar o time de gestão financeira e faturamento em processos; apoiar no processo de compras, orçamento, manutenção de relatórios e apresentações de resultados. Interessados devem encaminhar currículos para rafael@todavialivros.com.br até o dia 15 de abril com o título: Estágio área financeira.

Na última semana, a Sheika Bodour Al Qasimi, fundadora e presidente da Emirates Publishing Association (EPA), apresentou o novo Fundo de Sustentabilidade Editorial de Sharjah e anunciou o investimento de AED 10 milhões (cerca de R$ 13,7 milhões) para apoiar o setor editorial. A iniciativa, desenvolvida pela EPA e pela Sharjah Book Authority (SBA) em cooperação com a Sharjah Publishing City Free Zone (SPC Free Zone), tem como objetivo fornecer um sistema de apoio holístico à indústria editorial que inclui apoio financeiro, conhecimento especializado, oportunidades de aceleração de negócios e visa fomentar a inovação no setor. O anúncio foi feito durante uma cerimônia especial que comemorou o 15º aniversário da EPA e os seus esforços para promover o setor editorial nos Emirados Árabes Unidos (EAU). O evento contou com a presença de editores e representantes de organizações culturais proeminentes, reconhecendo e valorizando os seus parceiros na indústria do conhecimento. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Faleceu neste sábado (6), aos 91 anos, o escritor e desenhista Ziraldo, criador de obras clássicas como O menino Maluquinho e Flicts. Segundo a família do desenhista, que confirmou sua morte, ele faleceu dormindo, em casa, em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, por volta das 15h. Ziraldo nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG), teve seu primeiro desenho publicado quando tinha apenas seis anos de idade e iniciou sua carreira nos anos 1950, na revista “Era uma vez...”. Se formou em Direito em 1957 e, no mesmo ano, entrou para o time das revistas “A Cigarra” e, depois, “O Cruzeiro”. Nos anos 1960, foi um dos foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, um dos principais veículos a combater a ditadura militar. Nos anos seguintes, ficou conhecido por seus textos ácidos e suas ilustrações inconfundíveis. Turma do Pererê, Flicts e O menino maluquinho, são alguns dos seus clássicos.

O Instituto Cultural Sicoob UniCentro Br, em parceria com a Academia Goiana de Letras (AGL), anuncia a abertura do edital para o 4º Prêmio Nacional de Poesia 'Doutor João Ribeiro de Moura'. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas a partir desta segunda-feira (08), até às 23h59 do dia 31 de maio, no site do instituto. O edital completo também está disponível no portal. A Comissão Julgadora será composta por três poetas da AGL e o anúncio do resultado e a entrega dos prêmios acontecerão na sede do Sicoob UniCentro Br, em Goiânia, no dia 12 de agosto de 2024. Nesta edição, o 4º Prêmio Nacional de Poesia homenageia o médico João Ribeiro de Moura, um dos fundadores do Sicoob UniCentro Br. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A 14ª edição do tradicional Feirão de Livros da Editora UFPR ocorre entre os dias 9 e 11 de abril, no hall do prédio da Administração do Centro Politécnico (Av. Cel. Francisco H. dos Santos, 100, Jardim das Américas – Curitiba / PR). O evento oferece uma oportunidade para a comunidade acadêmica e o público em geral explorarem uma ampla seleção de livros, à venda com descontos que variam entre 40% e 50%. Outros 19 expositores, além da Editora UFPR, estão confirmados para participar do evento. A lista completa dos participantes pode ser consultada aqui. Além de poder conferir de perto todos os últimos lançamentos do catálogo da Editora UFPR – como os livros Energia nuclear: uma introdução e Psicanálise, catástrofe social e o trauma –, também será possível encontrar alguns títulos que estavam com tiragens esgotadas e que recentemente ganharam reimpressão, como é o caso de O diário do Beagle, de Charles Darwin (em tradução de Caetano Galindo). Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A escritora Nádia Gotlib é a convidada do Sempre Um Papo para o debate e o lançamento do livro Clarice na memória de outros (Autêntica) e sobre o filme A paixão segundo G.H., montagem na qual ela contribuiu com sua pesquisa. A conversa vai ter mediação de Afonso Borges e ocorre no dia 9 de abril, terça-feira, às 19h30, no Teatro da Biblioteca Pública Estadual (Rua João Gonçalves, 439 – Belo Horizonte / MG), que fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Clarice na memória de outros, é fruto de quatro décadas de pesquisa de Nádia Gotlib, que registra tais experiências mediante uma coleção de 65 vozes que se pronunciam em torno de Clarice Lispector. São cartas, fragmentos, entrevistas, anotações, artigos em recortes de jornais, poemas e crônicas de pessoas que tiveram diferentes modos de relacionamento com a escritora: familiares, amigos, colegas, admiradores, jornalistas, editores, pesquisadores, artistas plásticos, músicos, diplomatas, atores, escritores, críticos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Dois jovens se conhecem em um pub no sudeste de Londres. Ambos são negros e britânicos e receberam bolsas de estudo em colégios particulares, onde lutaram para pertencer. Agora, ele é fotógrafo; ela, dançarina — artistas tentando deixar sua marca em um mundo que ora celebra sua existência, ora a rejeita. De forma terna e cautelosa, apaixonam-se. Mas mesmo pessoas que parecem destinadas a ficar juntas podem ser separadas devido ao medo e à violência. Narrado com uma intimidade profunda, Mar aberto (Morro Branco, 208 pp, R$ 59,90 – Trad.: Camila Von Holdefer), de Caleb Azumah Nelson – finalista do Prêmio Dylan Thomas da Universidade de Swansea 2024 –, é uma visão intensa sobre cor e masculinidade. O romance dá espaço para questionamentos prementes da subjetividade negra: o que é ser um indivíduo quando o mundo enxerga apenas um corpo negro, como ser vulnerável quando apenas a força é respeitada ou mesmo como encontrar segurança no amor ainda que frente à possibilidade de perdê-lo.

Uma cidade onde os preconceitos são inexistentes, o sistema patriarcal não é definidor das relações sociais, as desigualdades socioeconômicas não são um problema e todas as pessoas têm os direitos fundamentais assegurados. Nesta utopia imaginada por Margareth Tassinari vivem as personagens de Por um vaso de hortênsias (Insular, 128 pp, R$ 46), que protagonizam um enredo sobre as conexões humanas e trazem o amor como principal fio condutor dos arcos narrativos. Os protagonistas são moradores de uma mesma rua sem saída e formam um panorama das complexidades sociais existentes no mundo real, ainda que eles vivam em um lugar idealizado. Há histórias sobre crianças criadas por avós; famílias amorosas que lutam para cuidar dos filhos no meio da rotina de trabalho; uma viúva que precisa conviver com a dor de nunca mais ter o marido por perto; uma jovem bailarina que se dedica integralmente para realizar o sonho de se profissionalizar, entre outras. Apesar de demonstrar uma sociedade utópica, a história conta também com personagens cruéis e egoístas, responsáveis por evidenciar as contradições da humanidade. É o caso da família de Irina e Plínio: enquanto a matriarca exige dos filhos uma perfeição inalcançável, obriga as crianças a amadurecerem antes do tempo e inferniza a vida de inquilinos para obter regalias, o patriarca se esconde por trás da imagem negativa da esposa para cometer os próprios erros sem ser percebido. A partir dos relacionamentos que os vizinhos mantêm entre si e ainda que haja conflitos entre alguns vínculos, o enredo destaca como a fraternidade, a solidariedade e o amor podem coexistir em meio aos paradoxos das vivências interpessoais.

Em A patroa (Dublinense, 192 pp, R$ 69,90 – Trad.: Diego Grando), Patience Portefeux é uma especialista em língua árabe que presta serviço para a justiça francesa. Traduzindo conversas de traficantes grampeados em escutas telefônicas, ela trabalha o quanto pode para garantir sozinha o sustento das filhas e os custos da mãe numa clínica de idosos. Quando um incidente a torna a única pessoa a saber o paradeiro de uma grande carga de drogas, Patience percebe que sua posição a deixa sempre um passo à frente da polícia e dos criminosos. Com a perspectiva de resolver seus problemas imediatos e quem sabe resgatar uma vida de luxo perdida, ela entra para o mundo do crime e se torna, então, a Patroa. A autora Hannelore Cayre nasceu em Neuilly-sur-Seine, na França, em 1963. É romancista, roteirista, diretora de cinema e advogada criminal. Além de filmes e romances, já produziu também uma história em quadrinhos. A patroa recebeu o Prix du Polar Européen e o Grand Prix de la Littérature de Crime, dois grandes prêmios para romances policiais.

Girando em torno de quatro personagens centrais — e intrinsecamente imperfeitos —, Belos fracassados (Trodavia, 280 pp, R$ 79,90 - Trad.: Daniel de Mesquita Benevides), de Leonard Cohen, é a história franca e bem-humorada de um narrador sem nome, sua esposa Edith, seu amigo e mentor F., e Catherine Tekakwitha, uma mítica santa virgem do povo mohawk. As complexidades dessa relação a três aumentam em espiral com a morte de Edith e F., logo no início do romance, levando o narrador, devastado pelas perdas, a questionar a natureza do amor, da sexualidade e da espiritualidade, em uma série de flashbacks líricos e eróticos. Escrito às vésperas da guinada do autor rumo à música pop, em que se consagraria como um dos maiores compositores e intérpretes da segunda metade do século XX, Belos fracassados é uma tragédia erótica clássica, incandescente em sua prosa e estimulante por sua arrojada união entre sexualidade, memória e fé.