A multiplicidade de vidas em uma utopia possível
PublishNews, Redação, 08/04/2024
'Por um vaso de hortênsias', de Margareth Tassinari, narra histórias de pessoas unidas pelas vivências em uma sociedade segura, próspera e igualitária

Uma cidade onde os preconceitos são inexistentes, o sistema patriarcal não é definidor das relações sociais, as desigualdades socioeconômicas não são um problema e todas as pessoas têm os direitos fundamentais assegurados. Nesta utopia imaginada por Margareth Tassinari vivem as personagens de Por um vaso de hortênsias (Insular, 128 pp, R$ 46), que protagonizam um enredo sobre as conexões humanas e trazem o amor como principal fio condutor dos arcos narrativos. Os protagonistas são moradores de uma mesma rua sem saída e formam um panorama das complexidades sociais existentes no mundo real, ainda que eles vivam em um lugar idealizado. Há histórias sobre crianças criadas por avós; famílias amorosas que lutam para cuidar dos filhos no meio da rotina de trabalho; uma viúva que precisa conviver com a dor de nunca mais ter o marido por perto; uma jovem bailarina que se dedica integralmente para realizar o sonho de se profissionalizar, entre outras. Apesar de demonstrar uma sociedade utópica, a história conta também com personagens cruéis e egoístas, responsáveis por evidenciar as contradições da humanidade. É o caso da família de Irina e Plínio: enquanto a matriarca exige dos filhos uma perfeição inalcançável, obriga as crianças a amadurecerem antes do tempo e inferniza a vida de inquilinos para obter regalias, o patriarca se esconde por trás da imagem negativa da esposa para cometer os próprios erros sem ser percebido. A partir dos relacionamentos que os vizinhos mantêm entre si e ainda que haja conflitos entre alguns vínculos, o enredo destaca como a fraternidade, a solidariedade e o amor podem coexistir em meio aos paradoxos das vivências interpessoais.

Tags: Insular, romance
[08/04/2024 07:00:00]