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Tendências, avanços e oportunidades no ESG e mercado editorial
PublishNews, Luciano Monteiro, 18/06/2025
Alto nível de uso de papel certificado e crescente debate sobre práticas mais sustentáveis são apenas alguns exemplos das movimentações do setor do livro

Uma das forças do meio editorial é a capacidade que temos de se articular em instituições setoriais | © Freepik
Uma das forças do meio editorial é a capacidade que temos de se articular em instituições setoriais | © Freepik
Um dos motores dos avanços em ESG — a sigla que denomina o conjunto de ações ambientais, sociais e de governança — é a crescente conscientização sobre os temas mais urgentes da agenda da sustentabilidade. O outro grande impulsionador é a pressão exercida pela legislação. Em um futuro não muito distante, empresas sediadas no Brasil e na América Latina poderão ser levadas a cumprir novas obrigações, à medida que normativas e marcos legais voltados à sustentabilidade avancem nas casas legislativas.

Essas tendências vêm formando movimentos que forçam mudanças. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a implantação das leis de proteção de dados em todo o mundo, que estabeleceu um novo padrão para o tratamento de eventuais problemas decorrentes de falhas de segurança ou ataques a bases de dados.

Em muitos países, já se observam tendências de ampliação da obrigatoriedade de relatórios ESG para mais setores da economia. Esses relatórios consolidam informações sobre os esforços das empresas em temas como medição da pegada de carbono, métricas de consumo e compromissos de redução, entre outros pontos. Antes restrita ao setor financeiro, a obrigatoriedade dessas informações já alcança diversos setores e empresas de diferentes portes.

Legislações sobre rastreabilidade ambiental e social nas cadeias produtivas também apresentam uma clara tendência de expansão. Essas normas exigirão que grandes fornecedores assumam compromissos no momento da assinatura de contratos e façam adesões cada vez mais frequentes a códigos de ética e conduta.

Na área ambiental, um exemplo relevante é o uso de fontes de energia limpa, outra demanda em crescimento. Nos últimos anos, no Brasil, mudanças nas normas permitiram que empresas de diferentes tamanhos tivessem acesso a esse mercado. Hoje, já vemos muitas companhias do nosso setor com contratos de fornecimento de energia limpa para suas operações — um avanço ambiental significativo.

No recorte social, ainda que o cenário global registre recuos nas políticas de diversidade e inclusão, na América Latina observo uma tendência de expansão dessas políticas, acompanhadas de ações voltadas à equidade de gênero, paridade salarial, acessibilidade, prevenção ao assédio e promoção dos direitos humanos.

Por fim, há novas pressões surgindo para movimentar as práticas de governança. Em contratos públicos, por exemplo, o caminho pode levar à exigência de programas de integridade e códigos de conduta como condição para fornecimento ao setor governamental.

Essas são extrapolações que faço olhando o cenário latino-americano. Mas como isso interfere no mundo editorial brasileiro? Vejo alguns caminhos que já estamos percorrendo. O alto nível de uso de papel certificado e o crescente debate sobre práticas mais sustentáveis, como a redução do uso de plásticos e a gestão de resíduos; a diversidade de autores e temas nos nossos catálogos e a maior representatividade e acessibilidade dos conteúdos, além da expansão de práticas de boa governança, são algumas das medidas que vejo avançando no mundo do livro e da leitura. Há um crescente interesse das nossas empresas nas pautas da sustentabilidade.

Uma das forças do nosso meio é a capacidade que temos de nos articular em instituições setoriais, como a Câmara Brasileira do Livro, para acompanhar e apoiar discussões regulatórias e políticas públicas. Isso nos dá uma melhor condição de adaptação para atender eventuais mudanças.

Cabe agora aliar esse interesse e conscientização em compromissos, integrando a sustentabilidade de forma estruturada às estratégias de negócios e às decisões cotidianas. Esse movimento não é apenas uma resposta à regulação iminente, mas uma oportunidade de posicionar o setor como referência ética, cultural e ambiental.

Luciano Monteiro é diretor corporativo global de Comunicação e Sustentabilidade do grupo educacional Santillana, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Grupo de Editores Iberoamericano.

**Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews


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