Livros fora dos prêmios literários: já aconteceu outras vezes
PublishNews, Redação, 28/07/2023
PublishNews relembra outras ocasiões em que, por diferentes motivos, obras ficaram de fora de importantes premiações

© George Rudy / Shutterstock
© George Rudy / Shutterstock
O erro da editora Companhia das Letras que acabou deixando seus autores de fora do Prêmio São Paulo de Literatura 2023 tem repercutido no mercado editorial e além (Patuá, Quelônio, Giostri e Scortecci também tiveram livros desclassificados por motivos semelhantes neste ano).

A Companhia publicou nas redes sociais um pedido público de desculpas no qual admitiu que por um erro interno o envio dos materiais impressos não ocorreu dentro do prazo. A editora frisa ainda que reconhece que a falha causa impacto na vida e carreira dos seus autores.

Apesar das retratações e das diversas opiniões e comentários de autores e leitores sobre o assunto, não é a primeira vez que editoras cometem o erro ou que livros deixam de participar de prêmios literários por outros motivos.

Em 2011, por exemplo, todos os autores da Rocco ficaram de fora do Prêmio Portugal Telecom (atual Oceanos) – entre eles Silviano Santiago, Patrícia Melo, André de Leones e Adriana Lisboa – porque a editora esqueceu de fazer as inscrições. Na ocasião, a casa também pediu desculpas. E em 2014, outro caso: a Prumo/Rocco também não inscreveu a obra Terminália, de Roberto Taddei, no Prêmio São Paulo.

Também em 2011, o Prêmio Jabuti desclassificou quatro obras por estarem em desacordo com o regulamento: As horas de Katharina (Record), de Bruno Tolentino, na categoria Poesia; O outono da Idade Média (Cosac Naify), de Johan Huizinga, na categoria Tradução; e Itinerário de uma falsa vanguarda (Editora 34), de Antonio Arnoni Prado, na categoria Teoria e Crítica Literária. Na época a CBL lamentou a “equivocada aceitação das inscrições” e se comprometeu a tomar providências para não repetir o erro, como por exemplo, dar maior ênfase na divulgação dos itens restritivos das inscrições.

Outro caso ocorreu com a obra Mão Afro-brasileira – significado da contribuição artística e histórica, volumes 1 e 2, com organização de Emanoel Araujo e coedição da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e o Museu Afro-Brasil, que foi desclassificada na ocasião por não ser uma obra inédita.

Já em 2017, foi a vez da Record não inscrever a obra Ferrugem, de Marcelo Moutinho, no Prêmio Oceanos. Só restou mais uma vez o pedido de desculpas público, no qual a casa alegou um erro no cadastramento da obra. “O livro havia chegado em nosso estoque no dia 28 de dezembro de 2016, mas só foi distribuído em 2017. Quando a Record foi inscrever os livros de 2017 buscou no sistema os livros que entraram em estoque em 2017, e nisso o ótimo livro de Moutinho ficou de fora. Lamentamos demais. Sabemos da nossa responsabilidade, e de como um prêmio deste patamar pode mudar a vida do autor”, comentou Cassiano Elek Machado, diretor editorial da Record ao PublishNews.

Ainda segundo ele, depois do episódio isolado, o Grupo que conta com mais de 10 mil livros publicados se atenta ainda mais à data de inclusão dos livros no seu sistema – já que a data de publicação das obras pode influenciar nos pré-requisitos dos prêmios literários, como ocorreu no caso citado da Imprensa Oficial.

[28/07/2023 11:00:00]