Obras da Companhia das Letras são inabilitadas pelo Prêmio São Paulo de Literatura
PublishNews, Guilherme Sobota, 26/07/2023
Outras editoras também tiveram livros inabilitados por conta dos mesmos motivos; Grupo informa que vai trabalhar para que a decisão seja revista

Ruy Castro é um dos autores que tiveram seus livros inabilitados no Prêmio SP 2023 | © Stephanie Saramago/Divulgação
Ruy Castro é um dos autores que tiveram seus livros inabilitados no Prêmio SP 2023 | © Stephanie Saramago/Divulgação
Todos os 28 romances inscritos pelo Grupo Companhia das Letras no Prêmio São Paulo de Literatura 2023 foram inabilitados, segundo o Diário Oficial do Estado de São Paulo divulgado na última segunda-feira (24). A informação foi divulgada primeiro pela coluna Babel, do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário aponta que a editora não enviou os livros físicos para a Secretaria. "Não foram enviados à Secretaria de Cultura e Economia Criativa os 10 exemplares, a Ficha de Inscrição e o comprovante de inscrição online, descumprindo assim a determinação do item IV, subitem 4.2 do Edital do Concurso. Inscrição não concluída", é o texto que aparece referente aos livros do Grupo.

De acordo com o Edital, as inscrições são realizadas em duas etapas, uma on-line e outra que corresponde ao recebimento, por parte da Secretaria, de exemplares impressos dos livros e da ficha de inscrição. "Inscrições cujos itens requeridos nessa etapa da inscrição não forem enviados estritamente dentro do prazo determinado do item 3.2.1 deste edital serão sumariamente desclassificadas", afirma o documento.

Lázaro Ramos, Marcelo Rubens Paiva, Carol Bensimon, Jarid Arraes, Sergio Rodrigues, João Anzanello Carrascoza, Luiz Ruffato, Lourenço Mutarelli, Ruy Castro, Eliana Alves Cruz, Ricardo Lísias e Geovani Martins são alguns dos autores dos livros com "inscrições não concluídas" para o Prêmio deste ano.

Em 2022, sete dos 10 finalistas da categoria Melhor Romance do Ano eram da Companhia das Letras, inclusive o vencedor, o livro Uma tristeza infinita, de Antonio Xerxenesky.

Em nota, a editora afirmou que vai fazer o possível para que a decisão seja revista. “Confirmamos que houve um erro em relação ao envio dos exemplares físicos dos livros inscritos no Prêmio SP – embora as demais etapas do processo de inscrição on-line, como o envio da documentação e de pdfs das obras, tenham sido cumpridas dentro do prazo. Por justiça aos nossos autores e ao nosso trabalho editorial, vamos fazer o possível para que um erro humano não prejudique as 28 inscrições da Companhia das Letras e que a decisão seja revista", diz a nota do Grupo.

Outras editoras também tiveram livros inabilitados por conta dos mesmos motivos, como a Patuá (que teve dois finalistas na categoria Melhor Romance de Estreia ano passado), a Quelônio, a Giostri e a Scortecci.

Retificações

A outras informações faltantes, a que o Edital se refere como "saneamento de falhas", cabem recursos no prazo de cinco dias úteis, a contar da publicação da ata no Diário Oficial. "Entende-se por saneamento de falhas: envio de documentos, certidões ou declarações faltantes ou reenvio de documentos incompletos, de documentos ilegíveis e de documentos sem assinatura, com assinatura fixada como imagem ou com prazo de validade vencido", diz o texto.

A 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura, o maior do país em premiação individual para o gênero, reportou um recorde de inscrições em 2023: ao todo, 453 obras foram inscritas.

Em junho, o Prêmio divulgou o corpo de jurados desta edição, com nomes como Jeferson Tenório, Ieda Lebensztayn, Cida Saldanha, Claudia Abeling, Luiz Rebinski e Karina Menegaldo.

[26/07/2023 09:10:00]