Sharjah: O crescimento do mangá no mercado internacional e os novos formatos de conteúdo
PublishNews, Talita Facchini, 1º/11/2022
Temas foram debatidos no segundo dia da conferência de editores e que antecede a abertura oficial da Feira do Livro de Sharjah

O segundo dia da conferência de editores da Feira Internacional do Livro de Sharjah (SIBF) destacou como as partes interessadas da indústria editorial estão trabalhando para alavancar sua propriedade intelectual (IP) e desenvolver fluxos de renda inovadores à medida que a indústria de conteúdo continua a se transformar e evoluir em ritmo acelerado.

Na mesa intitulada “Novas formas de licenciamento de conteúdo”, os participantes - Carla Herbertson (Small Audio), Michael Beckett (Miko) e Julie Attrill (Willey) – disseram que a demanda por diversificar e atrair os hábitos de consumo do público está redefinindo o know-how editorial tradicional. “A criatividade é a chave para desenvolver o envolvimento do consumidor e desbloquear o potencial organicamente. Tentar encontrar novas maneiras de satisfazer e envolver os usuários finais, principalmente as crianças, é um desafio. Os pais de hoje estão procurando novos caminhos para envolver as crianças e afastá-las das telas digitais”, analisou Michael.

Já Carla citou que a falta de familiaridade com a tecnologia é uma barreira para as inovações nos modelos de negócios tradicionais na publicação. “Pequenas editoras estão mais dispostas a experimentar novos formatos e desenvolver novos fluxos de renda”, acredita a fundadora e diretora da Small Audio, no Reino Unido. Ela acrescentou ainda que o áudio é um nicho de mercado poderoso, e que o consumo de conteúdo de áudio, especialmente entre a geração mais jovem, está em alta. “Como editores, esta é uma oportunidade de criar estratégias e monetizar essas demandas.”

Outro painel no segundo dia de conferência abordou o crescimento dos mangás e webtoons no mercado internacional. Kevin Hamric, vice-presidente de vendas de publicação da VIZ Media, considerada a maior distribuidora de mangás do mundo, disse que o consumo de anime e mangá se tornou mais comum durante a pandemia, com as vendas aumentando exponencialmente em todos os mercados globais. “Também faz parte da mudança geracional, o mangá hoje é lido por todos os grupos demográficos em todos os gêneros.”

Segundo Daihei Shiohama, presidente e CEO da Media Do International, o mangá compreende 88% do mercado de livros digitais no Japão. “Estamos conectados a mais de 2.200 editoras e adquirimos negócios com foco em gerenciamento e marketing de conteúdo digital. É uma nova forma de consumo de mídia publicada e deve crescer”, disse.

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[01/11/2022 08:00:00]