Segundo o editor, o público evangélico brasileiro está em crescimento. “Ele precisa da leitura para sustentar a própria fé, é um público que já tem o desejo de ler. A gente tem muita confiança que há espaço para coisas novas e inovadoras nessa área e, felizmente, estamos fazendo isso por uma editora que tem décadas de experiência e direção visionária, para apoiar iniciativas inovadoras.”
Omar fala ao PublishNews sobre os planos para o selo, que chega às livrarias com dois lançamentos, As mais lindas histórias da Bíblia, de Aline Barros, e Criação de filhos baseada na graça, do americano Tim Kimmel. “Vamos crescer aos poucos, formar catálogo, uma coisa a médio prazo. Estamos confiando que vai dar certo esse projeto.”
PublishNews - Como você define o tipo de livro que a editora busca colocar no mercado?
Omar Souza - A Novo Céu quer trazer para o público evangélico obras que promovam desenvolvimento pessoal e desenvolvimento dos valores espirituais, familiares. Essa é a base da escolha dos títulos. Não vamos iniciar com livros de alto teor teológico. A ideia é lançar livros para qualquer leitor cristão, seja evangélico ou não, católico, espírita, qualquer um que veja aqueles títulos e se sinta motivado para se desenvolver espiritualmente.
A princípio nós vamos trabalhar com autores brasileiros e estrangeiros. Vamos revezar, trabalhando a princípio com um ou dois lançamentos por mês, querendo ampliar esse número, sempre valorizando os escritores brasileiros. Eu acho que quem tem mais capacidade para falar sobre espiritualidade cristã brasileira é o líder, o pregador, o teólogo ou o pensador cristão brasileiro. Mas há material estrangeiro de muita qualidade, que serve para o Brasil, tem uma linguagem universal sobre os valores espirituais. Buscamos autores estrangeiros que já tenham uma credibilidade, que tenham desenvolvido uma plataforma lá fora, para a gente ter o respaldo de sucesso em outros mercados. E com resultados tanto em termos de aceitação quanto de vendas. A gente precisa de produtos com apelo comercial para sobreviver.
PN - Aline Barros, que abre as publicações, é um grande nome, uma garantia de retorno, não?
OS - Aline é uma pessoa que ganhou celebridade e credibilidade sem abrir mão em momento algum dos valores dela. Cantora consagrada, é também pastora, mãe, esposa. Ela dá um testemunho muito positivo a partir dos valores nos quais ela acredita. A gente precisa de pessoas assim. Ela tem uma plataforma muito vasta, uma respeitabilidade muito grande. Assim como o juiz William Douglas, que vamos publicar. Ele tem um reconhecimento não apenas por parte da igreja, mas também como escritor. Publicou vários livros que foram sucesso de vendas, é uma pessoa pela qual temos muito carinho. Outro nome forte é o Rodrigo Silva, uma das grandes autoridades quanto o tema é a Bíblia. Arqueólogo, tem conhecimento imenso da história bíblica. Publiquei livro dele e sei como seu trabalho é sério. Tem valor enorme para todas as denominações evangélicas .
PN - Existem características especiais necessárias para o time do selo? É preciso ser evangélico para ter um bom desempenho nessa empreitada?
OS - Não é requisito para todo o processo editorial que a pessoa seja evangélica. Um diagramador, por exemplo, fará o seu melhor mesmo não sendo ligado à igreja. Mas em alguns processos a gente tem que necessariamente ter um evangélico, uma pessoa que conheça o linguajar específico, conheça a teologia, os costumes que são caros aos evangélicos e protestantes. Por exemplo, a captação. Não podemos entregar a captação de títulos a alguém sem esse conhecimento, tem que ser alguém que possa dizer que isso ou aquilo não bate, não está de acordo com o pensamento evangélico. Sempre vai ter um evangélico a ver o trabalho do autor.
Tenho responsabilidade nisso também, claro. Lembro que em livros que publiquei, às vezes a tradução da palavra “pray” era “rezar”, um termo que o evangélico não usa em hipótese alguma, isso é um termo católico. Esse tipo de processo sempre tem que ter o crivo de um evangélico.