Não é difícil imaginar o destino do livro de folhas derivadas da celulose, dado o crescimento do e-book e das possibilidades que surgem das leituras no ambiente digital, e que proporcionam, desde uma proveitosa audição do livro, até a leitura fracionada e amplamente acessível.
No entanto, para mim, não seria tão óbvio, afinal, em outro tempo, criticava a pressa em torno dos milagres cantados para o formato e-book, e que, ao contrário do que se dizia, seu sucesso não fora meteórico e destruidor das folhas, a exemplo do ocorrido na música digital, diante do CD e vinil. Portanto, o e-book, a meu ver, na época, tinha muita bajulação em torno da indústria e não do livro em si.
Como o leitor e leitora já perceberam, tinha, e tenho explicações a dar, afinal o formato e-book não só está vivo, como foi o grande destaque, junto do modelo streaming (Netflix e outros) para audiovisual, nesse período de pandemia. E tal foi, que, aliviada a pressão social e humanitária da pandemia, os e-books e outros modelos virtuais de acesso ao conteúdo, chegaram a impressionantes patamares, tão altos que dali não recuarão tão fácil.
Para os autopublicadores e pequenos editores, que é o público a que gosto de me dirigir, a importância do e-book em ePub, layout fixo, MOBI e alguns no PDF, não é mais somente das facilidades do sistema que a Amazon propõe, e que era, de certa forma, umas das coisas que me incomodava, afinal a Amazon bancava o buraco negro do universo da autopublicação virtual com seu KDP. O e-book, porém, longe das amarras da Amazon, mostrou-se com o passar dos anos numa incrível ferramenta multiplicadora do livro, do acesso ao livro e do livro em papel, nos diferentes formatos impressos possíveis.
Na conta do Google Books, assim como de todas as livrarias internacionais e sem fronteiras, das empresas que levaram os livros virtuais para dentro de escolas (em formas fracionadas de leitura), e, entre outras conquistas, também graças à impressão sob demanda (POD), que tem no e-book um divulgador e vendedor de livros, o e-book é, inevitavelmente, agora, um gigante integrado ao livro e ao que vier como livro.
Não há mais como se pensar em livro sem pensar na sua versão digital. Não dá para pensar num livro, na sua capa, sem o formato digital da primeira capa, essa é que ficará mais visível na memória do internauta. Não dá mais para pensar num livro sem pensar num título forte e na criação dos seus metadados. Não dá para pensar em livro sem também elaborar uma excelente sinopse e numa, ainda melhor, apresentação e resenha. Até podemos desprezar suas orelhas, coisas do tempo exclusivo do papel, ou do texto de lombada (o que seria um horror), mas muita coisa foi e está sendo mudada, e a principal é que o livro digital está aí, veio para dominar e mudar o mundo.
Paulo Tedesco é escritor, editor e consultor em projetos editoriais. Desenvolveu o primeiro curso em EAD de Processos Editorais na PUCRS. Coordena o www.editoraconsultoreditorial.com (livraria, editora e cursos). É autor, entre outros, do Livros Um Guia para Autores pelo Consultor Editorial, prêmio AGES2015, categoria especial. Pode ser acompanhado pelo Facebook, BlueSky, Instagram e LinkedIn.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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