Com lojas fechadas, varejo de livros perde 47,6% do seu faturamento
PublishNews, Leonardo Neto, 06/05/2020
Segundo a Nielsen, entre os dias 23/03 e 19/04, livrarias, lojas de autoatendimento e supermercados venderam 1,3 milhão de exemplares a menos do que em igual período de 2019

Com livrarias fechadas, vendas de livros derretem | Divulgação / Livraria da Vila
Com livrarias fechadas, vendas de livros derretem | Divulgação / Livraria da Vila
A Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) acabam de divulgar os resultados do Painel do Varejo de Livros no Brasil referente aos dias compreendidos no intervalo de 23 de março a 19 de abril. Em comparação com igual período de 2019, as vendas caíram 47,6% em valor e 45,35% em volume. Isso quer dizer que os estabelecimentos monitorados pelo instituto de pesquisa deixaram de vender 1.314.781 exemplares no período. Na mesma base de comparação, o faturamento caiu de R$ 125,3 milhões para R$ 65,7 milhões, perda de quase R$ 60 milhões.

De 31 de dezembro de 2019 até 19 de abril de 2020, os comércios monitorados pela Nielsen faturaram R$ 537 milhões, queda 8,81% frente aos R$ 589 milhões apurados em igual período de 2019. No acumulado do ano, a variação no volume é negativa em 8,7%. Nos quatro primeiros meses do ano, foram vendidos 11,1 milhões de exemplares, enquanto que em igual período do ano passado, foram vendidas 12,2 milhões de cópias.

Nunca é demais registrar que as quedas são provocadas principalmente pelo fechamento das lojas físicas como medida de contenção da disseminação do novo coronavírus.

A Nielsen e o SNEL conseguiram extrair dos dados uma notícia positiva. É que, como mostra o gráfico abaixo, há uma gradual recuperação quando se olha a evolução semana a semana. Passado o impacto inicial do fechamento das lojas, as vendas apresentam recuperação gradual, finalizando o período com um volume próximo a 2/3 do ano anterior.

Evolução semana a semana das vendas de livros | fonte: Nielsen
Evolução semana a semana das vendas de livros | fonte: Nielsen

Nesse momento atípico do mercado, talvez valha relembrar a metodologia utilizada pela Nielsen para apuração de suas vendas. O instituto de pesquisa coleta os dados diretamente do “caixa” das livrarias, e-commerces e varejistas colaboradores (confira a lista completa no fim desta matéria). Cada vez que os estabelecimentos parceiros vendem um produto com ISBN, essa informação é coletada de forma eletrônica, processada e atualizada, gerando relatórios semanais. O que o Painel do Varejo de Livros no Brasil apresenta é um resumo dessas informações, uma espécie de termômetro das vendas de livros a varejo no país.

No relatório, portanto, não estão computadas vendas feitas em outros canais, além daqueles estabelecimentos monitorados pelo instituto de pesquisa. Ou seja, vendas diretas de editoras ou em canais alternativos não passam pelo radar da Nielsen.

Clique aqui para conferir a íntegra do relatório.

Estabelecimentos monitorados pela Nielsen

  • Amazon.br
  • Americanas
  • Americanas.com
  • BIG
  • BIG Bom Preço
  • Carrefour
  • Cultura
  • Curitiba
  • Disal
  • Escariz
  • Extra
  • Leitura
  • Livraria da Vila
  • Nobel
  • Pão de Açúcar
  • Saraiva
  • Shoptime
  • Submarino
[06/05/2020 10:00:00]