Calma, caro leitor. Logo explicarei esse “baixa” entre aspas do título. Mas vamos começar com as histórias em quadrinhos no Prêmio Jabuti.
Este foi o segundo ano da categoria no Jabuti, e já dá pra dizer que os quadrinhos se consolidaram no prêmio. Fui jurado da categoria este ano e fiquei muito contente em ver o bom número de inscritos e alto nível das histórias. Pelo menos cinco ou seis finalistas poderiam ter ganhado o prêmio.
Outro indicio de que os quadrinhos estão em alta no Jabuti foi ver muitos profissionais ligados as HQs, autores, editores, jornalistas especializados e agregados, presentes na premiação, todos ansiosos e felizes por estarem ali, numa bela integração do mercado editorial.
Ter a chancela do Jabuti ajuda bastante o mercado de quadrinhos a largar seu complexo de vira-lata e acreditar que tem espaço e é importante para o mercado editorial. Em contra partida, o Jabuti ganha em diversidade e se revitaliza ao incluir e manter a categoria de Histórias em Quadrinhos, contribuindo e muito para a união do mercado editorial em um momento tão difícil.
Já a Comic Con Experience, que acontece esta semana, de 5 a 9 de dezembro em São Paulo e é o maior evento Geek da América Latina e um dos maiores do mundo, parece perder fôlego quando o assunto são os quadrinhos. Não que tenha pouca coisa, por isso as aspas no “baixa” do título.
A CCXP é, de longe, o melhor evento de cultura pop do Brasil. E, este ano, terá um dos maiores Artists Alley (beco dos artistas) do mundo, com mais de 300 mesas e mais de 500 quadrinistas expondo, vendendo e autografando seus trabalhos. Virão vários autores internacionais também. Por outro lado, poucas editoras estarão presentes com estandes e nem a Comix, maior lojas de quadrinhos do Brasil, terá estande este ano. Com isso, a oferta de quadrinhos e a experiência do contato entre leitor e editores acaba reduzida.
Entendo que a feira é um negócio, mas acredito que ter as editoras como parceiras poderia fazer muito bem ao evento. Poderia se criar um “Beco das editoras”, onde também se poriam as lojas especializadas, como acontece em muitos grandes eventos de quadrinhos no exterior, e isto seria um belo chamariz para a CCXP, atraindo este público específico e melhorando a experiência dos visitantes, e ao mesmo tempo, é claro que seria ótimo para lojas e editoras pois, com a crise do mercado editorial estar em contato direto com seu público-alvo é fundamental.
Quem sabe isso não seja possível no futuro? Eu espero que sim e, verdadeiramente, acredito que um dos caminhos que temos para enfrentar essa crise é a união de autores, editoras, eventos e lojas em torno de objetivos comuns: sobrevivência e expansão do nosso mercado.
Sugestão de Leitura: Falando em Jabuti, minha sugestão de leitura é a lista inteira dos finalistas do Jabuti deste ano. Lendo todos, você terá uma ótima noção do tanto de coisas legais e diferentes que estão sendo publicados hoje no Brasil, indo de Mauricio de Sousa e suas Graphics MSP até Angola Janga (Veneta), o álbum vencedor escrito pelo Marcelo D’Salete e que trata sobre os quilombos no Brasil, passando pelo incrível álbum de tiras Morrer de Amor e Continuar Vivendo (Instante), da Lorena Kaz.
Cassius Medauar (@cassiusmedauar) é formado em Jornalismo pela Cásper Líbero e está no mercado editorial há vinte anos, tendo trabalhado como editor (Conrad, Pixel/Ediouro e JBC), tradutor e jornalista freelancer. Fanático por quadrinhos, cultura pop em geral e esportes, traduziu coisas como Beber, Jogar e F@#er, O vendedor de armas, a série Dexter, as biografias de Michael J. Fox, Tim Burton e Lily Allen, Cicatrizes (HQ), entre outros. Nos sete anos como Gerente de Conteúdo da Editora JBC, foi responsável pela mudança de qualidade da linha de mangás e HQs da editora e a implantação de seu modelo digital (publicações em e-book e mídias sociais). Sua coluna aborda especialmente o mercado de quadrinhos e geek, mas digital, trabalho freelancer, surfe e futebol podem marcar presença.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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