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Direto da Bienal: uma correspondente estressada!
PublishNews, 06/09/2013
Direto da Bienal: uma correspondente estressada!

Há muito tempo não sentia algo parecido. Tinha realmente esquecido o que é estresse. Chamo de estresse o sentimento de perder o controle sobre algo – não acho que trabalho, ou ter muitas coisas para fazer, seja estressante. Mas ficar horas e horas parada no meio da cidade, a caminho de uma feira do livro muito importante, isso para mim é estresse dos brabos.

A Bienal está assim. Desculpe o desabafo de uma carioca desesperada, que só pensa em como as coisas piorarão e não cansa de repetir o jargão "imagina na Copa". Mas é o que se tem para a Bienal.

Fiquei um dia hospedada na Barra (bairro ao lado do Riocentro) pensando, ingenuamente, que adiantaria. Levei mais de uma hora para chegar ao evento. A organização em si está boa. Primeiro ano com presenças da Kobo, Kindle e Google. Muitas presenças de fora, chutaria até dizer que tivemos mais gringos este ano. Mas o evento também tem mais do mesmo... Sem muitos espaços tecnológicos, comida cara, churros a 4 reais (exclamação de uma adolescente espantada), banheiros nada desesperadores, muitos autores, lugares para os adolescentes se auto fotografarem...essas coisas.

É, eu esperava mais desta coluna. Esperava mais da Bienal? Não sei, pois eu só consigo pensar na Copa.

Um movimento maravilhoso que tem chamado a minha atenção é uma preocupação maior das editoras com a parte promocional dos e-books. Pela primeira vez, antes da Bienal, tive boas reuniões de brainstorming sobre promoções e divulgação. Há muita coisa que pode ser feita para promover o livro e conteúdo digital. Precisamos entender melhor, pois a tecnologia do e-reading ainda possui muitos limites, e precisamos saber até onde podemos ir. Um exemplo: não há ainda solução viável para o e-autógrafo. Com base nesses limites, precisamos usar a criatividade para divulgar e difundir a literatura.

Vocês também não acham incrível que todos os usuários de smartphones no Brasil possuem uma biblioteca em potencial ao alcance? Na minha época (tenho 34 anos, para quem não sabe), a Bienal era o grande momento para comprar livros. No meu bairro não havia uma única livraria. Eu consegui minha coleção Monteiro Lobato amarela graças ao Círculo do Livro. Então íamos para a Bienal e abastecíamos a biblioteca para o ano todo...Bom, mais ou menos, pois livro era caro, objeto de luxo. E dentro das possibilidades, pois a realidade da inflação astronômica não era fácil. Hoje é muito diferente, com todas essas transformações, precisamos reinventar a Bienal, não acham? Sugiro mudar de local no Rio (rá rá, brincadeira). Falo de mudança conceitual mesmo. Para quê vamos à Bienal hoje? (neste momento escuto um ensurdecedor barulho de jovens gritando por algum escritor popstar – adoro isso!).

Enfim, está na hora dos setores de marketing e merchandising reverem seus conceitos. Vários blogueiros, formadores de opinião, já pedem livros digitais para divulgação e, pasmem, as editoras ainda têm resistência! Hello... É muito mais barato distribuir livros digitais. Mas aí, o marketing tem que pensar em como atingir o leitor e a opinião somente com arquivos digitais. Agências de publicidade já têm essa preocupação, mas não tem nada muito legal acontecendo no momento.

Mês que vem, temos muitas novidades. Em outubro teremos a convenção do livro digital organizado pelos meus amigos da Simplíssimo. Em novembro, a Múltiplos Contemporâneos no CCBB. Organizem-se para participar! Postarei links sobre os dois eventos nas minhas redes sociais. @camilacabete

Qualquer mensagem de apoio, não deixem de me mandar, mas só apoio neste momento, por favor (até não precisar mais ir à Barra diariamente).

camila.cabete@gmail.com

Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.

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camila.cabete@gmail.com (Cringe!)

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

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