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Dois celulares, muitas reflexões
PublishNews, Camila Cabete, 03/04/2025
Em novo texto, Camila Cabete fala sobre a importância de se abrir para o novo e entender antes de julgar

© Camila Cabete
© Camila Cabete
Hoje eu uso dois celulares — como quase todo mundo: aquele que fica em casa e o que me acompanha pra todo lugar. Ontem, parei pra pensar na nacionalidade dos meus aparelhos: um coreano, outro chinês. Quem diria? Eu, que já fui Apple maníaca, que amava o design e visitava lojas da Apple em toda viagem. Fã de carteirinha.

Mas o que isso tem a ver com mercado e com essa coluna? Tudo.

Isso mostra como os mercados e as tecnologias mudam. Imagina se eu ficasse estagnada numa marca só por hábito... Se a preguiça de mudar de ecossistema me mantivesse nos mesmos padrões de consumo e criação? Seria o fim. Tudo se transforma o tempo todo — e a geopolítica está aí pra provar.

Estar aberto ao novo e disposto a rever opiniões nos torna mais inovadores. Consumir com criticidade também. Cuidado, não estou falando de sair correndo atrás de todo modismo ou trend — até porque ninguém dá conta de ser um adulto funcional e ainda acompanhar tudo que surge. Falo de opinião de usuário. Como você pode ser contra algo que nem sequer entendeu?

Isso era muito comum no mercado editorial. Alguns anos atrás, quando eu dava palestras ou cursos sobre livros e digital, mais da metade dos participantes chegava completamente "verde" no assunto. Muitos nunca tinham consumido nada digital. Hoje parece absurdo, né? Como alguém que trabalha com livros nunca experimentou um audiolivro ou e-book?

Meu ponto é: precisamos entender as inovações antes de ir contra. Porque, no fim das contas, ser contra não muda muita coisa. Quando algo novo surge, já era — ele existe, é incontrolável. O que nos resta é discutir, usar e buscar as melhores práticas. (E cobrar legislação, né?). Notas de repúdio e manifestos contra IA funciona, de forma prática, pra quê? (essa é uma pergunta legítima, pq eu não entendo, de verdade).

Se não nos apropriarmos do novo, ficamos à margem. Bolhas surgem — seja de novas gerações, seja de más práticas — e a gente nem percebe. A série Adolescência esfregou isso na cara das gerações X, Y e millennials.

Podemos fazer melhor, sempre. Podemos ocupar esses novos espaços, levar discussões necessárias e proteger as gerações mais novas. Como eu disse no começo, não se trata só de trocar de celular — trata-se de sair do lugar de conforto para aprender.

Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.

Link para o LinkedIn

camila.cabete@gmail.com (Cringe!)

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

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