Com tanta agitação e programação intensa, continuo tentando colocar minha vida operacional em dia. Mas me comprometi a sempre escrever, mesmo que apenas crônicas da vida de uma operária do e-book (que com certeza dariam um livro isso).
Eu não poderia deixar passar em branco os acontecimentos nas ruas do Rio e das principais cidades do país, e ligá-los ao nosso mercado. Uma vez historiadora, sempre historiadora.
Vivemos num mundo onde a meritocracia nunca teve muito destaque. Estou me referindo ao nosso mercado. Não sejamos ingênuos e achemos que muitos editores e profissionais renomados, verdadeiros superstars do editorial, chegaram ao patamar de estrelas pura e simplesmente por mérito. O mercado ainda é essencialmente familiar. E esse termo, “familiar”, diz tudo, não?
Tudo bem, a generalização é muito limitante, mas vamos ser sinceros aqui?
Vejo nosso mercado editorial passar pelas mesmas transformações que (acredito) nosso país esteja passando. As pessoas têm cobrado resultados, têm se perguntado sobre posicionamento. As editoras, numa busca desesperada de se renovar e acompanhar o mercado mundial, se veem na obrigação de buscar novos talentos, de pagar melhor e, acreditem, de ser participante ativa de um movimento baseado em mérito, se tornando assim, menos políticas.
Tenho lido, em todas as publicações especializadas, sobre a busca de renovação das editoras. Mas em lugar algum vejo referência ligada ao profissional e a novas estruturas internas. Mas isso é fato e está em pleno curso. O filho do dono da editora que não tem talento, hoje está buscando seus talentos fora da empresa do pai. Os editores pedem e procuram, como agulha no palheiro, novos profissionais, com um perfil totalmente novo (Aficionados por tecnologia e literatura, ora vejam só...quem diria que fosse um dia ver essas características ligadas numa mesma frase). E uma coisa bem interessante que escuto dessas pessoas que buscam novos talentos é: “que seja bom caráter”.
Amigos, vejam que revolução nosso meio vem sofrendo. Estamos ou não estamos acompanhando as mudanças políticas do país? Vocês sabem que sou uma otimista incorrigível, mas, utopias à parte, vale até uma análise mais profunda, não acham? Já deixei bem claro aqui, nesta coluna, que não tenho muito talento para política, mas atentem para uma coisa: política é diferente de relacionamento, e não necessariamente caminham juntos. Isto eu atesto com conhecimento de causa.
Acha que exagerei? Perguntas e sugestões? camila.cabete@gmail.com
Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.
camila.cabete@gmail.com (Cringe!)
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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