A saudade não me deixa ficar longe desta coluna querida. Além de amar o PublishNews e sua equipe, simplesmente não consigo viver sem os feedbacks e emails dos leitores queridos (sem ironia). Leitores estes que em alguns casos se tornaram grandes amigos.

Mas desde minha última coluna muita coisa aconteceu, não é? Bom, vamos passar a limpo rapidamente: as gigantes dos e-books se estabeleceram no país, abriram quiosques e entraram na briga; já tem editora vendendo 5% de seu faturamento em livros digitais (haha, não posso dizer qual); quase todas as editoras brasileiras já têm, pelo menos, um responsável pela distribuição e gerenciamento de conteúdo digital; o Kobo Glo é o leitor preferido dos brasileiros (este dado é por minha conta); cursos sobre o digital estão pipocando; autores começam a vislumbrar as possibilidades digitais; grandes autores internacionais estão assinando exclusividades com ebookstores e o acervo digital está lindo e cada vez mais atraente. Como nas minhas primeiras colunas, continuo tendo a sensação de dez anos de mercado em um.

As iniciativas de meus companheiros de digital também são um sucesso: lembram da AED? Vingou! Fazem vários encontros e estão preparando cursos com foco no profissional digital.

Temos também diversos obstáculos ainda para derrubarmos: o governo ainda não nos forneceu uma legislação que enquadre o e-book, os editais ainda são muito vagos em relação ao digital e o marketing ainda não conseguiu se desvencilhar do papel, ou seja, a verba para divulgação não contempla o digital com ações efetivas.

É, muita coisa ainda tem que acontecer para que eu me sinta confortável… Vocês acompanharam a London Book Fair? Viram como o mercado digital tem se voltado para os autores? E quando tenho contato com os autores brasileiros, ainda sinto muito despreparo e desinteresse no digital. Lembram que já falei disso? Pois é, as plataformas que existem precisam que os autores sejam, no mínimo, heavy users da Web, sendo que a maioria não é! Será que deveríamos incluir uma matéria digital na cadeira de Letras? Eu acho uma ótima ideia. Iria facilitar demais o trabalho de editoras, plataformas e todos os envolvidos no processo do e-book. Sonho muito? Ok, tenho que admitir que sou muito empolgada, mas essa coluna também é pra isso!

Será que não estamos esquecendo de ajudar os autores? Será que eu deveria escrever mais sobre isso e provocar mais esta discussão dentro das editoras? Será que não fazemos isso com medo que as editoras percam terreno? E será que elas perderiam de fato?

Aguardando seus comentários e sugestões de assuntos para a próxima coluna: