'A promessa', de Damon Galgut, é um drama épico que se desenrola no ritmo implacável da história da África do Sul, revelando suas desigualdades e transformações com o fim do apartheid, por meio de três irmãos e quatro funerais
Em uma fazenda em Pretoria, na África do Sul, no fim dos 1980, Rachel Swart, em seu leito de morte, pede ao marido que prometa transferir para a empregada Salome a propriedade da casa em que mora. A filha mais nova, Amor, é testemunha de que seu pai garantiu à esposa que cumpriria a promessa. Pretoria, 1995. Nelson Mandela é presidente do país, e a família Swart está reunida mais uma vez, agora para o enterro do patriarca. Amor e seus irmãos são praticamente desconhecidos um para o outro. Assombrados por uma promessa não cumprida, eles acabaram se distanciando após a morte da mãe. À deriva, a vida dos três transcorre pelos caminhos da África do Sul. Anton é um rapaz brilhante, mas se ressente de tudo o que poderia ter conquistado; Astrid tem na beleza seu maior poder; a caçula Amor carrega a culpa por seus familiares não terem honrado com a palavra que a mãe deu a Salome. Ao longo de três décadas e reunida por quatro funerais, a família cada vez menor reflete a atmosfera de seu país – um misto de ressentimento, renovação e, sobretudo, esperança. Além de ter vencido o
Booker Prize de 2021,
A promessa (Record, 308 pp, R$ 69,90 – Trad.: Caetano W. Galindo), de Damon Galgut, foi considerado o livro do ano pelo Sunday Times, Guardian, Observer e Daily Telegraph.
