Esta é a última newsletter completa do PublishNews em 2021. O ano que passou seguiu sendo de muitos desafios para o mercado editorial e, como já é uma tradição, o PN faz uma retrospectiva do ano que passou. Nos dias 20 e 21, os assinantes receberão boletins especiais reunindo lançamentos selecionados pela nossa redação, que volta das férias de fim de ano no dia 3 de janeiro. Desejamos boas festas aos assinantes, anunciantes, apoiadores e amigos do livro e que 2022 seja mais leve. Até lá.

Quando o assunto é a indústria do livro, a palavra “retomada” poderia resumir bem 2021. Foi ano em que o varejo apresentou crescimento consistentes e sequenciados; as pequenas e médias redes de livrarias passaram a ocupar espaços deixados por Cultura e Saraiva, em recuperação desde 2018, e também foi o ano que as editoras viram seu faturamento apurado com a venda de livros digitais crescer. Mas também foi ano em que o mercado precisou demonstrar força e se impor contra uma proposta de tributação do livro e também de luta a favor de uma regulação do comércio de livros no país. O PublishNews reuniu as principais notícias do ano e dividiu em oito tópicos: varejo, conteúdos digitais, a tributação do livro, a privatização dos Correios, a Lei do Preço Fixo (Lei Cortez), o retorno das feiras, os destaques internacionais e ainda quem nos deixou em 2021. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta matéria.

No ano em que completou 20 anos, o PublishNews se firmou como o principal portal de notícias e de informações do setor editorial brasileiro. Foi o ano que marcou o lançamento do PublishNews+, área exclusiva para assinantes que traz serviços como o Radar de Licitações, Próximo Capítulo, que apresenta os livros que chegarão às livrarias daqui a 45 dias, e ainda o Painel Analítico da Lista dos Mais Vendidos. Outro projeto que colocamos em marcha foi o Sabatina PublishNews que recebeu Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza; Marcus Teles, diretor da Livraria Leitura; Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL, Marcos Guedes, CEO da Saraiva, e Luiz Schwarcz, fundador e CEO da Companhia das Letras. Lançamos ainda o DNA PublishNews, nosso laboratório de mídia com o projeto da Residência Literária Virtual do Flipoços, que recebeu os autores portugueses Teolinda Gersão e Joel Neto. Outro lançamento de 2021 foi o Área Indie, que reúne mensalmente lançamentos de autores independentes ou autopublicados. Além tudo isso, lançou a newsletter de sábado, que traz os destaques do que foi notícia no nosso portal ao longo da semana. E o PN também contratou um novo diretor executivo. Ricardo Arcon assumiu o posto em novembro. Clique no Leia Mais e confira outros destaques do ano para o PublishNews.

O aplicativo 12 minutos se apresenta como “uma empresa de educação e desenvolvimento pessoal”, que promete “tornar acessíveis os conceitos complexos que antes precisavam de 200 páginas para serem explicados”. Eles oferecem, por meio de uma assinatura, acesso a “microbooks”, definidos por eles como “uma resenha critica curta, direto ao ponto com os conceitos chave de um livro”. Já na home, por exemplo, eles destacam os livros O ponto da virada (Sextante), de Malcolm Gladwell, e O poder do hábito (Objetiva), de Charles Duhigg, segundo a própria plataforma, o campeão de acessos. A Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) entraram na Justiça questionando o uso comercial dos microbooks. No entendimento das entidades, trata-se de uma adaptação de uma obra originária e como tal, está protegido pelos direitos autorais. Em março deste ano, ao ser questionado pelo PublishNews, sobre o recolhimento de direitos autorais, a plataforma informou, via assessoria de imprensa, que “os microbooks que o 12 minutos trabalha são autorais e opinativos, configuradas na lei brasileira como paráfrase ou resenha crítica”. Não é o que pensam as entidades. Na avaliação dos grêmios, a plataforma viola os direitos autorais, com agravante de lucro, e ainda praticam concorrência desleal, uma vez que oferecem o microbook em substituição ao livro. O tema foi parar na Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde foi avaliado pelo desembargador Rui Cascaldi. Ele atendeu parcialmente o pedido das entidades e determinou a suspensão do uso das ilustrações das capas e dos títulos de todas as editoras representadas pela ABDR. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

Por dois anos – 2018 e 2019 – a Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews teve como campeão o livro A sutil arte de ligar o foda-se (Intrínseca), de Mark Manson. Agora, no final de 2021, tudo indica que teremos um outro bicampeão de vendas. Mais esperto que o diabo (Citadel), de Napoleon Hill, vendeu este ano 104.762 exemplares até o momento e deve encerrar 2021 como o Livro Mais Vendido do Ano. Escrito em 1938, após uma das maiores crises econômicas, e precedendo a Segunda Guerra Mundial, o livro é considerado um manual para todas as pessoas que desejam ser mais espertas que seus medos, problemas e limitações. Nesse fechamento parcial – ainda teremos mais duas listas antes do fim do ano – o segundo colocado, O poder da autorresponsabilidade (Gente), de Paulo Vieira, aparece com 71.480 cópias vendidas e logo em seguida vem Clarissa Pinkola Estes e o seu Mulheres que correm com os lobos – capa dura (Rocco), com 69.290 exemplares vendidos. Em Ficção, o campeão deste ano é a obra brasileira Torto arado (Todavia), de Itamar Vieira Junior. Vencedor de diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio LeYa, Oceanos e Jabuti, o livro que conta a história das irmãs Bibiana e Belonísia vendeu até o momento 67.390 exemplares, isso é 14 mil a mais que o segundo lugar da categoria, A garota do lago (Faro Editorial), de Charlie Donlea e que também ficou na mesma posição em 2020. Fechando o pódio de Ficção está Os sete maridos de Evelyn Hugo (Paralela), de Taylor Jenkins Reid. Clique no Leia Mais para conferir os livros mais vendidos de 2021 e cada categoria.

Em sua última eleição do ano, a Academia Brasileira de letras (ABL) elegeu nesta quinta (16), em sessão híbrida no Petit Trianon, o escritor e professor Eduardo Giannetti para a Cadeira 2, na sucessão do Acadêmico Tarcísio Padilha, que faleceu em setembro deste ano vítima da covid-19. Ele recebeu 18 votos dos 34 presentes e disputava com o escritor Gabriel Chalita e o advogado Sergio Bermudes. Nascido em Belo Horizonte, Gianetti é economista, professor, autor e palestrante formado na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Teoria Econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia e teoria econômica, história do pensamento econômico, economia do bem-estar, ética e economia. É assessor do partido político Rede Sustentabilidade, sendo o responsável por elaborar os planos econômicos de Marina Silva para as campanhas presidenciais de 2010, 2014 e 2018. Giannetti também é autor de diversos livros e artigos, sendo alguns deles traduzidos para diversos idiomas. Venceu duas vezes o Prêmio Jabuti com as obras Vícios privados, benefícios públicos? (1994) e As partes & o todo (1995). Entre suas últimas publicações estão os livros Elogio do vira-lata e outros ensaios e O anel de Giges, ambos publicados pela Companhia das Letras.

Aliviada a pandemia, embora ainda não terminada, aos poucos foi ficando claro o grande volume de gente querendo publicar e fazer ler suas histórias e pensamentos sob o formato de livro. Lançamentos pipocaram por livrarias e os anúncios e avisos nas redes sociais com maior intensidade nos últimos meses desse 2021, nos fez ver que a vida intelectual parecia rebrotar no Brasil. Não fosse o negacionismo criminoso do governo central brasileiro, possivelmente teríamos um 2021 próximo da normalidade, o que, ainda que pese a variante Ômicrom da gripe – que foi longe de ser uma “gripezinha” –, poderíamos termos visto lançamentos e as estimadas feiras de livros desde os primeiros meses do ano. Uma lástima, sem dúvida, pois obrigados somos a celebrar simplesmente por estarmos vivos, enquanto mais de 600 mil brasileiros pereceram. O que pareceria um exagero, é mais do que a realidade, nua e absolutamente crua. Se após os lançamentos e as feiras vem a ressaca de fim de ano, podemos contar também com o próximo passo, afinal escritor vive de escrever, pago ou não por isso, e editora vive de fazer e vender livro, e nem sempre ganhando com isso. Então, 2022 está aí, e é hora do autor e do editor seguirem adiante, celebrarem a vida e retomarem os projetos. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra deste artigo.

Só nesse mês de dezembro, o PublishNews divulgou 16 vagas relacionadas ao mercado editorial e livreiro e, na última newsletter de 2021, vão mais três para encerrar o ano. O Grupo Novo Século abriu uma vaga para assistente de marketing e mídias sociais para cuidar da produção e gestão de conteúdo em ambiente digital, participar do desenvolvimento, planejamento e implementação de ações on e off e auxiliar em atividades rotineiras de Social Media. A Alta Books está à procura de um auxiliar administrativo-financeiro que tenha experiência com Excel e facilidade na lida com números e documentos. Já a editora Rua do Sabão procura um designer gráfico freelancer para ser o responsável pela diagramação de livros e fechamento de arquivos. As informações completas sobre cada uma das vagas estão nos links correspondentes.

O Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços) será o único representante do Brasil e da América Latina no Festival de Literatura do Mundo 2022, realizado pelo Festival de Bergen, da Noruega, no dia 5 de fevereiro. A curadoria brasileira apresentará, no evento internacional, os autores Nélida Piñon, Ailton Krenak, Milton Hatoum, Nara Vidal, Paulo Scott e Kátia Bandeira de Mello Gerlach. Para a organizadora e idealizadora do Flipoços, Gisele Corrêa Ferreira, é um orgulho poder projetar a literatura brasileira para além das fronteiras. “Para nós do Flipoços, o convite foi recebido com muita alegria, seremos os representantes do Brasil e da América Latina neste festival ambicioso que reúne 12 países. A curadoria do festival de Literatura do Mundo nos escolheu pelo reconhecimento no meio literário brasileiro", disse. Além da Noruega (LitFestBergen) e Brasil (Flipoços), irão participar festivais de literatura da Austrália (Western Writers Australia), Índia (Jaipur Literary Festival), Emirados Árabes Unidos (Emirates Airline Festival ofLiterature), Botswana (Gaborone Book Festival), Inglaterra (Cheltenham Literature Festival), França (Columbia Institute for IdeasandImagination), Hungria (The Translator's House), Canadá (Toronto International Festival of Authors), Estados Unidos (Bay Area Book Festival) e China (Cultural Exchange).

A Sharjah Book Authority (SBA), organizadora da Feira Internacional do Livro de Sharjah, anunciou esta semana a Itália como o país convidado de honra da 41ª edição da feira, marcada para novembro de 2022. A escolha tem como objetivo destacar os laços bilaterais entre os Emirados Árabes Unidos e a Itália em muitas esferas, incluindo a cultural. “Estamos ansiosos para receber alguns dos maiores escritores e artistas da Itália no SIBF 2022. Por meio da seleção da Itália como país convidado de honra, buscamos promover o diálogo intercultural entre os dois países”, disse Ahmed Al Ameri presidente da SBA. Ainda segundo ele, essa parceria segue os planos do governante de Sharjah, o Sheikh Dr. Sultan bin Muhammad Al Qasimi, de “construir pontes de compreensão cultural entre povos em todo o mundo e promover valores comuns através do conhecimento, arte e literatura”.

Em junho deste ano, o clube de leitura com temáticas ligadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) em Língua Portuguesa, divulgou as 175 obras selecionadas. Agora, o clube lançou o catálogo Capítulo Brasil, desenvolvido em português e inglês e que reúne informações sobre os títulos selecionados. A publicação digital, disponível gratuitamente nos sites dos parceiros do Clube de Leitura ODS, é uma proposta do projeto para apoiar o trabalho dos educadores e bibliotecários, principais mediadores das leituras dos títulos junto às crianças e jovens. As obras são voltadas para crianças e jovens, de seis a 12 anos, e funcionam como referência de leitura sobre os temas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A ilustração da capa do catálogo foi doada por Roger Mello para a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Já o projeto gráfico foi assinado pelo estúdio Versalete. No material, os títulos são agrupados e apresentados por ODS. Ao final dos 17 capítulos, há uma lista com os nomes dos escritores, dos ilustradores, dos tradutores e dos editores dos livros. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

Os projetos Casa do Bem Viver e Circulando Livros e Saberes, ambos ligados à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), de Piracicaba, se juntaram com a Rede Brotar para lançar uma campanha de financiamento coletivo para a construção da Biblioteca Pindorama Ayvu, na Reserva Indígena Rio Silveira, localizada entre os municípios paulistas de Bertioga, São Sebastião e Salesópolis. Ali vivem cerca de mil pessoas divididas em cinco núcleos familiares das etnias Guarani Mbya e Guarani Ñdeva. As pessoas da reserva vivem da venda de artesanato e turismo, que foi fortemente impactada pela pandemia. O projeto tem por meta alcançar R$ 40 mil. Até o fechamento desta edição, tinha arrecadado R$ 2,7 mil. Clique aqui para apoiar. Mais informações no perfil do projeto no Instagram.

As recentes imagens de helicópteros retirando diplomatas e cidadãos norte-americanos de Cabul – diante do colapso do governo afegão e da tomada do poder pelo Talibã – renderam comparações com outro episódio que representou uma enorme humilhação para os EUA. Em 1975, as forças comunistas do Vietnã do Norte invadiram Vietnã do Sul e tomaram a capital Saigon, aliada dos norte-americanos, encerrando um dos conflitos mais longevos e sangrentos do século XX, em plena Guerra Fria. Cristalizada como um dos conflitos armados mais emblemáticos da história moderna e uma consequência da polarização criada pela Guerra Fria, a Guerra do Vietnã resultou em três milhões de mortes estimadas. Dividido entre o norte – apoiado pela União Soviética – e o sul – de aliados anticomunistas, como EUA e Austrália –, o país teve sua unidade nacional em xeque durante três décadas. Mas, embora muitos pensem nessa guerra como um evento trágico para os norte-americanos, o jornalista e historiador Max Hastings o remonta, na obra Vietnã (Intrínseca, 848 pp, R$ 99,90 - Trad.: Berilo Vargas), como uma épica tragédia vietnamita, em que o lado vitorioso também saiu perdedor: cada baixa no exército ianque representava a morte de quarenta vietnamitas. Dando voz a uma vasta gama de personagens reais, Hastings questiona se algum dos lados merecia mesmo ter saído vencedor.

Os últimos czares (LeYa, 280 pp, R$ 40), de Paulo Rezzutti, resgata o desaparecimento de Nicolau II, sua mulher, Alexandra, e seus cinco filhos para desvendar um dos maiores mistérios do século XX, com direito a uma infinidade de boatos e versões sobre o que realmente teria acontecido com os Romanovs, os últimos czares da Rússia. Neste livro, que reúne imagens inéditas sobre o cotidiano da família real, o escritor e pesquisador junta os dois lados da moeda - com reis, rainhas, intrigas palacianas e luxo, de um lado, e fome, miséria, palavras de ordem exigindo justiça social, revolucionários, lutas e morte, de outro - numa história só: a da família Romanov, os últimos czares da Rússia imperial, que foram presos e depostos do poder pelos bolcheviques durante a revolução de outubro de 1917 e assassinados em 1918. Com informações detalhadas, imagens inéditas ao público brasileiro, registrando o cotidiano da família real, Os últimos czares tem foto colorizada da capa evidenciando minúcias e detalhes inéditos ao gênero.