A épica tragédia vietnamita
PublishNews, Redação, 16/12/2021
Jornalista e historiador que cobriu a Guera do Vitenã, um dos conflitos mais sangrentos do século XX, esmiúça a dinâmica e os bastidores dos campos de batalha

As recentes imagens de helicópteros retirando diplomatas e cidadãos norte-americanos de Cabul – diante do colapso do governo afegão e da tomada do poder pelo Talibã – renderam comparações com outro episódio que representou uma enorme humilhação para os EUA. Em 1975, as forças comunistas do Vietnã do Norte invadiram Vietnã do Sul e tomaram a capital Saigon, aliada dos norte-americanos, encerrando um dos conflitos mais longevos e sangrentos do século XX, em plena Guerra Fria. Cristalizada como um dos conflitos armados mais emblemáticos da história moderna e uma consequência da polarização criada pela Guerra Fria, a Guerra do Vietnã resultou em três milhões de mortes estimadas. Dividido entre o norte – apoiado pela União Soviética – e o sul – de aliados anticomunistas, como EUA e Austrália –, o país teve sua unidade nacional em xeque durante três décadas. Mas, embora muitos pensem nessa guerra como um evento trágico para os norte-americanos, o jornalista e historiador Max Hastings o remonta, na obra Vietnã (Intrínseca, 848 pp, R$ 99,90 - Trad.: Berilo Vargas), como uma épica tragédia vietnamita, em que o lado vitorioso também saiu perdedor: cada baixa no exército ianque representava a morte de quarenta vietnamitas. Dando voz a uma vasta gama de personagens reais, Hastings questiona se algum dos lados merecia mesmo ter saído vencedor.

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[16/12/2021 20:00:00]