Itamar Vieira Junior gostaria de bater um papo literário com Machado de Assis, acredita na pulsão da vida e não acredita que algum autor possa ser uma unanimidade dentro da diversidade das possibilidades da experiência humana. Nesta entrevista ao PublishNews, Itamar estava em clima de despedida de sua Trilogia da Terra, mas já interessado em iniciar novos temas e trabalhos. Em outubro de 2025, o escritor e geógrafo de Salvador (BA) lançou Coração sem medo (Todavia), livro que que trata de temas como a luta de trabalhadores rurais e urbanos pela terra e ancestralidade. Dois Prêmios Jabutis depois — de romance literário em 2024 por Salvar o fogo e, em 2020, por Torto arado, na mesma categoria — e de dominar o mundo literário com prêmios e vendas, o texto de seu primeiro romance passa agora por adaptações para o teatro e espera uma versão audiovisual em 2026. Um dia antes de viajar à Brasília para divulgar o novo livro, Itamar falou sobre o gostinho especial de encerrar a trilogia e sobre o sentimento criado por esse universo literário nos últimos oito anos de sua vida. "Para mim, foi um mergulho muito profundo nessas narrativas. Na relação de homens e mulheres com a Terra em diferentes tempos e atravessando diferentes lugares", afirma. Clique no Leia mais para ler a entrevista na íntegra.

A 27ª edição da tradicional Festa do Livro da USP será realizada entre 26 e 30 de novembro de 2025, na Av. Prof. Mello Moraes, travessa C, na Cidade Universitária, em São Paulo (SP). O evento permite a exibição de praticamente toda a produção das casas editoriais, inclusive de obras de fundo de catálogo pouco expostas e comercializadas. Para a edição deste ano, já estão confirmadas 210 editoras, e a relação delas pode ser consultada no site da Festa; a lista dos livros comercializados no evento será disponibilizada no site conforme a confirmação pelas editoras participantes. Este ano o evento contará com cinco novas editoras confirmadas, que participarão pela primeira vez do evento: Ars et Vita, Darkside, Rocco, Seiva e Tabla. Editoras universitárias de todo o Brasil estarão presentes no estande coletivo da ABEU (Associação Brasileira das Editoras Universitárias) ou em bancadas próprias, como a Editora da Unicamp, a Editora da Unesp, a Editora da UFMG e muitas outras. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Os vencedores do Digital Publishing Awards foram anunciados durante a Feira do Livro de Frankfurt, e a seleção reflete uma diversidade de soluções com as quais a indústria está respondendo aos desafios da revolução da inteligência artificial, da inclusão e da descoberta. Em sua palestra "Além da Página. Como os Inovadores Africanos Estão Reimaginando a Publicação", a embaixadora de áudio da Feira e editora de audiolivros Ama Dadson estabeleceu uma conexão com o vencedor da categoria Produto/Modelo de Negócios, o Digital Story Time da eKitabu. As inovações no setor não estão mais ocorrendo apenas nos grandes mercados de livros ocidentais, mas também nas periferias, às vezes em cooperação com empresas ocidentais. O júri elogiou a alta qualidade consistente das inscrições, que incluíram descobertas notáveis até mesmo para membros experientes. Assim como nos anos anteriores, áudio, edtechs e IA surgiram como temas principais. Segundo o júri, os aplicativos de IA estão agora integrados como recursos centrais em produtos e serviços, em vez de aparecerem como ferramentas autônomas. A jornalista brasileira Talita Facchini fez parte do corpo de jurados desta edição. Clique no Leia mais para ver os vencedores.

O 5º Festival Mário de Andrade divulgou a lista de editoras e autores independentes selecionados para o evento, que será realizado de 24 a 26 de outubro com o tema "100 anos da Biblioteca: Memória e Futuro". Serão mais de 30 instituições e indivíduos dedicadas à literatura presentes na Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94, República – São Paulo / SP) para comercialização de livros. O festival é promovido pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Entre as editoras que estarão presentes, a Ping Pong Educação, criada em 2009, foca em livros educativos, em respeito às diversidades e às pessoas com deficiência. A Mães Que Escrevem é uma revista que utiliza a leitura e a escrita para revelar narrativas femininas e maternas, o projeto funciona também como um espaço aberto de publicação literária. Clique no Leia mais para ver todos os selecionados.

A Catavento Books, livraria, clube de leitura e distribuidora de livros infantis em português sediada na Califórnia (EUA), anunciou o lançamento de um selo editorial. A Catavento Press nasce com a missão de traduzir e publicar autores e ilustradores brasileiros em inglês, ampliando o alcance mundial da literatura infantil produzida no país. “O que nos move é o desejo de abrir uma janela para o imaginário brasileiro”, diz a criadora da Catavento Books e, agora, da Catavento Press, Michelle Rolinski, em nota distribuída à imprensa. “Acredito que as histórias do Brasil são únicas e precisam ser compartilhadas com leitores de todo o mundo". Leia a notícia completa.

Idealizado pela escritora e ativista Thais Pessanha, o Clube de Leitura Ossos de Pássaro está entre os finalistas da 67ª edição do Prêmio Jabuti, na categoria Fomento à Leitura. A poucos dias da cerimônia de premiação, marcada para o dia 27 de outubro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o projeto celebra um marco: é a primeira vez que um programa voltado à promoção da leitura com foco na pauta das pessoas com deficiência chega a essa etapa de um dos mais importantes prêmios literários do país. Criado para ser um espaço de diálogo com a sociedade, o projeto nasceu com o propósito de discutir, por meio dos livros, a representatividade das pessoas com deficiência e promover uma análise crítica sobre as formas de inclusão e diversidade na sociedade. Com curadoria e mediação da própria autora, o Clube realiza encontros mensais gratuitos online, sempre ao vivo e com recursos de acessibilidade, unindo literatura, educação e direitos humanos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – traz dois novos editais. O primeiro objetiva a aquisição de material pedagógico para promover a formação de hábitos de leitura, com valor de pouco mais de R$ 800 mil e pregão marcado para o dia 31 de outubro. O segundo trata da aquisição de livros, com cerca de R$ 680 mil disponíveis e sua disputa será realizada no dia 3 de novembro. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A escritora e líder comunitária Rosemary Alvarez de Souza, conhecida como Dona Rosinha, vai lançar o seu primeiro livro aos 66 anos. Memórias do meu quilombo (Pallas Editora) chega às livrarias do país com prefácio da escritora Conceição Evaristo e orelha de Fabiano Piúba, do Ministério da Cultura (MinC), reunindo 16 narrativas curtas e memórias em primeira pessoa escritas a partir da vivência da autora no Quilombo Morro Santo Antônio, em Itabira (MG). “Apresentar o conjunto de relatos que compõe este pequeno livro me trouxe uma profunda satisfação. Porque, se pequeno é em sua materialidade, grande, imenso, é o seu significado. Trata-se de um livro que encena o movimento de uma pessoa das classes populares que se apropria da escrita para salvaguardar as suas memórias”, afirma Conceição, que estará ao lado da autora e de Piúba no lançamento do livro, durante a Flitabira. Leia a notícia completa para acessar o serviço do evento em Minas.

Em Central Europa (Companhia das Letras, 768 pp, R$ 149,90 — Trad.: Daniel Pellizzari), o autor William T. Vollmann mostra diferentes histórias que mesclam personagens reais e fictícios e são entremeadas num ritmo frenético. Se há um fio maior no meio desse caleidoscópio composto de uma "série de parábolas sobre agentes morais em momento de decisão", como o próprio autor descreve o romance, ele se encontra na figura de Dmitri Chostakóvitch, cujo embate contra o regime comunista reflete questões sobre liberdade artística no totalitarismo. Nesta tradução rigorosa e obsessiva de Daniel Pellizzari, o estilo até vertiginoso de escrita de Vollmann ganha vida pela primeira vez no Brasil.

Em Pasta senza vino (Dublinense, 320 pp, R$ 69,90) Antonello é um italiano inconsequente e metido a conquistador. Sua única ocupação é atrair clientes para o restaurante onde trabalha (ou para si, quando for una bella donna) na Florença dos anos 60. Mas essa vida de aventuras amorosas sofre uma virada quando ele conhece uma turista carioca que, entre segredos e sabores, o leva a atravessar o oceano para compreender o próprio coração. O autor, Eduardo Krause, nasceu em Porto Alegre, em 1980. Seu primeiro romance, Pasta senza vino, foi concebido durante o ano em que morou em Florença e, desde o lançamento, em 2014, teve seis reimpressões antes de chegar à segunda edição. Pela Dublinense, também lançou Brava serena, obra finalista dos prêmios Minuano e da Academia Rio-Grandense de Letras, já em segunda edição e com direitos vendidos para o cinema e para tradução em árabe; e Operatio Buccellatum (2022), conto publicado na série Contém 1 Drama e negociado para o mercado italiano. Também é autor de Ótimo, Timóteo (Editora Piu), sua estreia na literatura infantil.

Pressionado a se casar aos 23 anos, Jean Péloueyre se vê fadado a conviver com a rejeição de sua esposa por toda a vida. Todos, incluindo ele, o acham física e espiritualmente inadequado ao amor. Ainda assim, Jean deseja encontrar o sentido dessa relação mesmo quando tomado pela melancolia, já que morrer sem herdeiros significaria deixar sua fortuna para um primo desagradável. Por isso, ele insiste, com seu jeito discreto e autocrítico, em tornar o matrimônio um pouco menos trágico para Noémi d’Aratiailh. Noémi, por sua vez, enganou a si mesma com a promessa de casamento com um rapaz de boa família. Não demorou para se perceber sufocada por essa escolha, porém, como cristã devota, sabia que o divórcio era um pecado fora de cogitação. Assim, passou a se esforçar para desenvolver uma forma de amor que transcendesse as aparências. Conseguiu florescer uma compaixão pela figura vacilante do marido, mas, confusa entre a aversão a Jean e o dever religioso, abafar seus outros desejos carnais era ainda mais difícil. Publicado originalmente em 1922, O beijo no leproso (José Olympio, 112 pp, R$ 64,90 – Trad.: Ivone Benedetti) é um marco da maturidade literária de François Mauriac e expõe a preciosidade de sua escrita, capaz questionar o pêndulo da moralidade cristã.

Muitas histórias vividas durante a pandemia de Covid 19, de memória tão recente e estranhamente tão distante. Foi um período único, terrível e extraordinário em que o gênero humano, de alguma forma, teve que se reinventar para sobreviver. Focado nesse deprimente momento histórico que suspendeu no ar muitas esperanças e disparou angústias e medos inesperados, o novo romance de Milly Lacombe, Eu te amo, cretino (Seja Breve, 192 pp, R$ 69,90), põe na berlinda um casal hetero de alta combustão: Marina e Otávio. Capítulo a capítulo, Marina e Otávio vão marchando no mesmo compasso diário do resto da humanidade, de um cômodo a outro, trancados em casa e dentro de si, cada um na sua e ao mesmo tempo de olho no outro, lavando roupa suja, discutindo a relação sem fim, bebendo do desespero e comendo da desilusão para reencontrar um lugar ao sol – nem que seja um raiozinho inexpressivo – que possa banhar e iluminar uma relação em frangalhos, na qual o afeto parece submerso, mas, veja bem, ainda não está morto.