FRANKFURT – A Feira do Livro de Frankfurt é a oportunidade para encontrar e ouvir de perto os executivos e executivas das maiores empresas do setor editorial no mundo – e nesta quarta-feira (15) as profissionais mulheres comandaram as discussões. Embora seja comum ouvir nas mesas e palestras que ainda é necessário haver mais mulheres nessas posições – ou talvez por isso –, uma das mesas mais concorridas do dia ocorreu em um palco modesto, mas lotado, e reuniu Chantal Restivo-Alessi (CEO International na HarperCollins) e Núbia Cabutí (CEO no Penguin Random House Grupo Editorial). O Global 50 CEO Talk de 2025 foi realizado no International Stage, entre os “Halls” 5 e 6. O Pavilhão de Frankfurt, que ficava na Ágora da Feira e recebia os principais eventos, não foi montado neste ano. Leia a cobertura do editor Guilherme Sobota.

FRANKFURT – Se há alguns poucos meses se notava forte resistência quanto ao uso de inteligência artificial na produção de audiolivros, as discussões sobre o assunto na Feira do Livro de Frankfurt indicam um novo tipo de disposição na indústria. As empresas de IA e de audiolivros estão remando numa mesma direção: oferecer possibilidades na área tanto para editoras quanto para leitores e ouvintes, mantendo a transparência com os envolvidos nos processos, dos autores dos livros, passando pelos narradores, até o consumidor final. Não se trata de simplesmente substituir a narração humana pela tecnologia TTS, na qual o robô lê o livro e fornece o áudio. Mas a tecnologia parece ter chegado muito próxima a um ponto em que é mais do que satisfatória, e diversas ferramentas já estão em uso ou em versão beta. Um dos principais assuntos foi o de licenciamento de vozes. *O jornalista viajou com o apoio do CreativeSP. Clique no Leia mais para ler a matéria.

A professora Nina Beatriz Stocco Ranieri, titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e coordenadora da Cátedra Unesco de Direito à Educação, assume a curadoria do Prêmio Jabuti Acadêmico 2026. Ela é a sucessora do físico Marcelo Knobel, que esteve à frente das duas primeiras edições do prêmio. Promovida pela Câmara Brasileira do Livro, a premiação valoriza obras de destaque nas áreas acadêmica, científica, técnica e profissional. Nina é especialista em Direito Público e Direito à Educação, ocupou cargos de gestão no Governo do Estado de São Paulo e na USP. Autora de livros e artigos jurídicos, integra conselhos editoriais no Brasil e no exterior e, desde 2018, ocupa a Cadeira nº 16 da Academia Paulista de Educação. Leia o que diz a nota enviada à imprensa.

A 44ª Feira Internacional do Livro de Sharjah (SIBF) anuncia que receberá 2350 editores representando 118 países. A programação oficial do evento será em novembro, no Expo Centre Sharjah. No total, serão realizados mais de 1200 eventos com a participação de mais de 250 convidados de 66 países, incluindo autores, artistas e intelectuais aclamados. As novidades da feira incluem a Pop-Up Academy, a Farmácia da Poesia, organizada pelo Reino Unido e o Estúdio de Podcast que receberá vários podcasts árabes populares. E dez países vão participar pela primeira vez do evento. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Quem disse que livro não desfila? Nos próximos dias, a São Paulo Fashion Week será palco de um movimento simbólico e, ao mesmo tempo, estratégico: a Estante Virtual patrocinará um desfile. À primeira vista, pode parecer uma ação inusitada para uma marca do universo do livro. Mas, na prática, esse gesto sinaliza uma transformação mais ampla — a literatura ocupar espaços centrais da economia criativa, rompendo a fronteira tradicional das livrarias e feiras literárias para dialogar com novos públicos e linguagens culturais. Até hoje, como mercado, interagimos menos do que poderíamos com o ecossistema criativo. Moda, música, audiovisual e games aprenderam a construir narrativas que extrapolam seus produtos: vendem experiências, criam comunidades e definem comportamentos. Leia a coluna exclusiva de André Palme.

O Grupo Elo Editorial participou de mesa sobre tecnologia e acessibilidade no Festival Folio, evento literário realizado em Portugal, na cidade de Óbidos. O encontro reuniu escritores, editoras, artistas e educadores de diversos países, teve como foco o papel da literatura na sociedade contemporânea e o impacto das novas tecnologias na formação de leitores. Durante o evento, representantes do Grupo apresentaram o trabalho das editoras brasileiras no uso de ferramentas com Realidade Virtual e Realidade Aumentada, incluindo recursos de acessibilidade, como uso de áudio descrição e Libras para estimular o prazer da leitura entre crianças e jovens. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre as novidades programadas está Sepulcros de caubóis (Companhia das Letras), que apresenta três narrativas póstumas de Roberto Bolaño, em que autobiografia, fabulação alucinada e memórias da ditadura chilena se entrelaçam no inconfundível universo literário do autor. Outra novidade é Antissemitismo estrutural (História Real), no qual Gustavo Binenboj analisa as raízes do sentimento de hostilidade aos judeus e propõe um letramento anti-antissemita. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

O projeto Literatura Acessível, do Instituto Incluir, está entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2025, na categoria Fomento à Leitura, uma das mais simbólicas da principal premiação do livro e da leitura no país. A iniciativa completou dez anos em 2024, quando atendeu a cerca de 10 mil crianças e jovens em 22 municípios brasileiros, entre escolas, bibliotecas e espaços comunitários, com o apoio de parceiros comprometidos com a inclusão e a cidadania cultural. "Quando tornamos a palavra acessível, abrimos caminhos para uma sociedade mais consciente, crítica e plural”, afirma Carina Alves, fundadora e presidente do Instituto Incluir e idealizadora do projeto. Leia a notícia completa.

No final de outubro, o Sesc Santa Catarina vai realizar uma nova edição do projeto Biblioteca Inquieta, com programação gratuita em 25 de suas unidades. As atividades — que vão de leituras públicas e mediações literárias a vivências poéticas e oficinas — celebram o livro, a leitura e a poesia contemporânea brasileira. Cada biblioteca receberá um poeta residente, que atuará junto à comunidade local em ações de mediação cultural e criação literária. Ao fim das residências, os escritores produzirão textos inéditos em prosa ou verso, que integrarão uma coletânea do projeto a ser lançada em 2026. Conheça os poetas que foram convidados a participar da iniciativa.

Após doze anos sem publicar um livro inédito — desde o comovente Miserere, em 2013 —, Adélia Prado, 90 anos, retorna ainda mais profunda e madura em O jardim das oliveiras (Record, 144 pp, R$ 59,90), um livro que é, ao mesmo tempo, síntese e reinvenção de sua obra, um mergulho poético na aridez e na transcendência, no mistério e na lucidez. Os poemas aqui reunidos retomam temáticas vivas na obra da autora, como o conflito essencial entre luz e sombra, fé e dúvida, poesia e silêncio. Em versos de grande força simbólica, o sagrado e o cotidiano se entrelaçam com rigor e desatino. A poeta elabora uma reflexão radical sobre a origem da linguagem poética e seu papel diante do mundo: “Era Deus quem doía em mim”, escreve, em um dos momentos mais cortantes da obra.

Conversas no espelho (Novelo Editorial, 140 pp, R$ 58,60) é a obra de estreia de Maria Eduarda Andrade, nascida em 1999, na Brasilândia, São Paulo. Recém-formada em Relações Internacionais pela Universidade Federal do ABC, a autora traz em sua escrita a sensibilidade de uma pessoa que cresceu cercada por livros e pelo incentivo amoroso da mãe — que resultou numa semente que floresceu em poesia. O livro é um convite ao leitor a promover o autoconhecimento. Nele, sentimentos, angústias e paixões são costurados em versos que acolhem, tocam e refletem a experiência de ser — e sentir. Livro é uma leitura para se reconhecer, se emocionar e abraçar com o peito aberto.

O poeta alagoano Erick Sampaio estreia na literatura com o livro No tempo de um cigarro, ou coisas demais para se perderem em minutos (Arpillera, 108 pp, R$ 60). A obra reúne poemas curtos e sintéticos, que exploram a força da imagética e das abstrações livres para transformar pausas banais em instantes de reflexão íntima. Entre a chama, a fumaça e as cinzas, títulos das três partes que compõem o livro, o autor percorre experiências marcadas pelas transições de espaços, pelos relacionamentos, pela bissexualidade, pela vivência racial e pelo corpo inserido na paisagem urbana. Com linguagem direta e ao mesmo tempo profundamente sensível, Erick abre brechas para que o cotidiano se revele em sua intensidade poética. A edição artesanal do livro traz um detalhe singular: a capa ilustrada pelo próprio autor recebeu um tratamento manual em que um dos cantos é queimado de verdade com isqueiro, gesto que também se repete nas páginas de abertura de cada parte. Como todas as publicações da Editora Arpillera, cada exemplar é costurado à mão e numerado, reforçando o caráter único da obra.

No verão de 1926, os poetas Boris Pasternak, Marina Tsvetáieva e Rainer Maria Rilke — cada um em um país (Pasternak na Rússia, Tsvetáieva na França e Rilke na Suíça) — iniciam uma correspondência excepcional, marcada pela poesia, a paixão e a impossibilidade do encontro. Quase um século mais tarde, Alberto Martins parte dessas cartas para escrever os poemas de Boris e Marina. Em Boris e Marina (Companhia das Letras, 152 pp, R$ 89,90), os autores originais tornam-se personagens de uma história de amor improvável, numa obra que encena as conversas, os desafios e as apostas desses grandes escritores. Para Arlete Cavaliere — professora de teatro, arte e cultura russa da USP —, que assina a orelha desta edição, "o resultado é uma lírica narrativa inusitada, em que as vozes dos protagonistas recriadas atravessam radicalmente o fazer poético."

Quando Adão Ventura lançou o olhar para a sua própria realidade de homem negro numa sociedade racista, forjou uma voz das mais bela e forte dentro da poesia brasileira. É todo esse percurso que os leitores encontrarão em A cor da pele: poesia reunida (Círculo de Poemas, 320 pp, R$ 94,90), desde a sua estreia, com uma série de poemas em prosa com tons surrealistas, passando pelo poeta combativo que vai se revelar completamente a partir dos anos 1980 e pelos magistrais retratos líricos do Vale do Jequitinhonha, até o conjunto final de 37 poemas esparsos, reunidos pela primeira vez em livro. Organizado pelo poeta Fabrício Marques, que assina o posfácio e as notas à edição, o livro traz ainda uma resenha escrita por Silviano Santiago na ocasião do lançamento do clássico que dá nome a esta edição, A cor da pele.