Desde a edição de 2019, quando lançou o projeto Bienal nas Escolas, a Bienal do Livro Rio vem extrapolando os pavilhões do Riocentro para “ocupar” unidades da rede pública com o objetivo de aproximar autores e alunos e estimular de uma forma potente o gosto pela leitura. Em ano de Rio Capital Mundial do Livro, o projeto ganhou força e chegará a dez escolas municipais e estaduais do Rio e Baixada Fluminense. No Rio2C, Henrique Dau e Bebel Werneck, responsáveis pelo projeto Rio Capital Mundial, informaram que o Bienal nas Escolas deste ano deve impactar cerca de 3,5 mil estudantes. Com o patrocínio da Light, as visitas vão ocorrer até novembro, mobilizando milhares de estudantes. Desta vez, além da Secretaria Municipal de Educação, a parceria também se estende à Secretaria Estadual de Educação; e ambas indicaram as escolas participantes. O projeto focará em alunos de 10 a 15 anos, que vão vivenciar atividades criativas, imersivas e de intensa interação. Neste ano, o mote da iniciativa será “Um Rio de Histórias”, promovendo a valorização da cultura local. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Pela primeira vez na história, a Bienal do Livro Rio oferece uma noite exclusiva de pré-estreia, uma iniciativa desenvolvida pelo TikTok em parceria com o evento para envolver ainda mais apaixonados por literatura. Serão distribuídos dez mil convites gratuitos para a "Pré-estreia: Bienal Para Você", uma noite especial que acontecerá no dia 12 de junho, das 17h às 22h. Exclusiva para convidados, essa première literária reunirá criadores de conteúdo conhecidos da comunidade BookTok, autores brasileiros e fãs, oferecendo uma programação inesquecível pensada especialmente para os amantes de livros. Os interessados poderão reservar suas entradas a partir desta quinta (5 de junho), às 10h, pela plataforma Ticket360. Para resgatar o convite, é necessário inserir o código de cupom "TIKTOKPRE". Cada pessoa poderá retirar até um ingresso por CPF, respeitando a ordem de chegada na fila virtual. Durante o evento, haverá uma experiência VIP com criadores de conteúdo do BookTok, que conduzirão a "Tour Guiada", uma visita exclusiva em pequenos grupos. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O 9º Prêmio Vivaleitura – Edição 2025, organizado pelos ministérios da Cultura e da Educação, vai destinar R$ 550 mil a 25 práticas inovadoras que fomentam a leitura e escrita no país. O lançamento foi realizado na Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles (BDB), em Brasília, na última terça-feira (3). A ação é uma parceria da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação (OEI) que objetiva mapear a realidade brasileira. Mais de 14 mil experiências foram catalogadas, nas cinco regiões do Brasil, nas edições anteriores. As inscrições on-line começam dia 10 de junho e seguem até 11 de julho de 2025. Mais informações, na Plataforma do Mapa da Cultura. Cinco categorias essenciais para a promoção da leitura e literatura no país serão contempladas: bibliotecas Públicas, comunitárias e privadas; escolas públicas, privadas e bibliotecas escolares; espaços diversos de práticas continuadas em diversos ambientes; escrita criativa com ações voltadas para a produção escrita; e iniciativas no sistema prisional e socioeducativo. A premiação será concedida da seguinte forma: R$ 50 mil para o vencedor e R$ 15 mil para cada finalista (2º ao 5º lugar), somando R$ 550 mil total em prêmios de reconhecimento. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Governo de São Paulo anuncia os curadores da 18ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura. Integram a comissão Janaina Soggia, José Luiz Tahan, Jurandy Valença, Sandra Espilotro e Ubiratan Brasil, profissionais de destaque nos campos da literatura, crítica e produção cultural. A premiação contempla duas categorias: Melhor Romance do Ano de 2024 e Melhor Romance de Estreia do Ano de 2024. Cada ganhador receberá R$ 200 mil. As inscrições já estão abertas e seguem até 18 de julho. As vencedoras do Prêmio São Paulo de Literatura 2024 foram Luciany Aparecida e Eliane Marques. Luciany Aparecida foi premiada pela obra Mata doce (Alfaguara – Grupo Companhia das Letras). Já na categoria Melhor Romance de Estreia do Ano de 2023, Eliane Marques foi reconhecida por Louças de família (Editora Autêntica Contemporânea – Grupo Autêntica). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Já estão abertas as inscrições para as seis missões internacionais do CreativeSP no 2º semestre. Fruto da parceria entre a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e a InvestSP — agência vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico —, o programa selecionará até 60 empresas para participar de alguns dos maiores eventos globais da economia criativa: Festival Fringe de Edimburgo (Escócia), Gamescom (Alemanha), Tokyo Game Show (Japão), Worldwide Music Expo-Womex (Finlândia), Ventana Sur (Argentina) e Feira do Livro de Frankfurt (Alemanha). O prazo para se inscrever termina 45 dias antes do início de cada missão. No caso da Feira de Frankfurt (14 a 22/10), as inscrições vão até 30 de agosto. O regulamento e o formulário estão disponíveis no site da InvestSP. Além de promover novos negócios, atrair investimento estrangeiro e ampliar a geração de emprego e renda no setor audiovisual, o programa incentiva a troca de conhecimentos e a inserção internacional das empresas paulistas. Cada participante selecionado pode receber reembolso de até US$ 3 mil em despesas elegíveis, cobrindo até 50% dos custos da viagem. As missões incluem eventos de networking e contam com ações de consultoria, monitoramento de resultados e acompanhamento pós-evento. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Algumas palavras viram mantras no mercado editorial: “curadoria”, “metadados”, “ecossistema”, “POD”. Mas nenhuma soa tão bonita na teoria (e é tão negligenciada na prática) quanto “integração”. Hoje, a tecnologia já permite cruzar dados de estoque e vendas, transformando informação em decisão. Uma editora pode saber, com apenas um dia de defasagem, o que foi vendido nas principais redes e até em livrarias independentes. Isso é um avanço, mas não pode parar aí. Imagine se, além de saber o que vendeu ontem, a editora também checasse quanto ainda tem no estoque da distribuidora e da livraria. E a livraria soubesse o que ainda há no estoque da editora. Imagine agora cruzar isso com projeções de demanda, baseadas em histórico, campanhas, sazonalidade e já sugerir automaticamente o pedido de reposição. Sem a velha ligação: “Tem tal livro? Por que não mandou?” Podemos ir além. Hoje, há editoras que trabalham com impressão sob demanda (POD), mas muitas livrarias ainda nem sabem como pedir esse livro. Às vezes, recebem a resposta de que o título está esgotado quando, na verdade, ele está disponível para impressão imediata. Faltou o quê? Informação. Faltou integração. Faltou inteligência. (...) O que o mercado precisa é de inteligência de reposição, cruzada com o perfil de cada loja. Clique no Leia mais para acessar a íntegra deste artigo.

A Editora Panini anunciou nesta semana a chegada de um novo selo editorial: o Panini Books, dedicado exclusivamente à literatura asiática. Com lançamento oficial das obras marcada para a Bienal do Livro Rio 2025, o selo nasce com o objetivo de valorizar a diversidade cultural de países como Japão, Coreia do Sul e China, conectando leitores brasileiros a novas histórias. A editora realizou na noite de terça-feira (3) um evento no Cine Marquise, em São Paulo (SP), para anunciar a novidade para influenciadores, imprensa e parceiros comerciais. Em um painel, convidados compartilharam curiosidades e reflexões sobre o impacto e a força da cultura asiática no Brasil, e a Panini apresentou o conceito do Panini Books, revelando as capas e sinopses das primeiras seis publicações do novo selo. O catálogo inicial inclui romances contemporâneos, narrativas de fantasia com elementos históricos e mitológicos, obras de literatura fantástica e o cada vez mais popular gênero "healing" (de cura), conhecido por tramas que promovem o bem-estar e a autodescoberta. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Salão do Livro do Piauí (Salipi) chega à sua 23ª edição com uma programação diversa e marcada por grandes nomes da literatura nacional, homenagens e a estreia de oficinas práticas de escrita criativa. O evento será realizado de 6 a 15 de junho, no Espaço Cultural Rosa dos Ventos, na Universidade Federal do Piauí (UFPI) (Av. Universitária, s/n, Ininga – Teresina / PI). Entre as novidades deste ano está o espaço dedicado a oficinas de escrita criativa com autores como Clara Mello (RJ/PI), Vitória Pilar (PI), Felipe Munhoz (SP) e Leno Carvalho (PI). No campo da literatura fantástica, o público contará com a presença de expoentes como Márcio Benjamin (RN) e Cristhiano Aguiar (PB/SP). As atividades se somam ao tradicional Curso de Escrita Literária e ao Seminário Língua Viva, que já confirmou nomes como Fabrício Carpinejar (RS), Monja Coen (SP), Milly Lacombe (RJ), Sônia Guimarães (SP) e Lira Neto (CE). A edição de 2025 presta homenagem à professora Sueli Rodrigues, destacada por sua atuação em defesa dos direitos humanos, da educação e da democracia. O evento também celebra o centenário de nascimento de três figuras marcantes da cultura brasileira: Clóvis Moura, Manoel Paulo Nunes e Dalton Trevisan. Com o tema “Ler e Escrever – Existir e Resistir”, o Salipi 2025 busca consolidar seu papel como um dos maiores encontros literários do Nordeste. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A 12ª Miolo(s), feira de arte gráfica autoral que conecta publicadores do Brasil e da América Latina na Biblioteca Mário de Andrade (BMA), em São Paulo/SP, anunciou seu calendário. O Esquenta Miolo(s) ocorrerá de 3 a 7 de novembro, com atividades prévias ao evento. Nos dias 8 e 9 de novembro, a Feira Miolo(s) terá espaço a centenas de expositores. A Miolo(s) é inteiramente gratuita, tanto para público quanto para os participantes, que são instigados a doar publicações para a BMA, fazendo com que a biblioteca pública tenha um acervo de referência do gênero. Nas próximas semanas, será divulgada na conta oficial da Miolo(s) nas redes sociais a convocatória para publicadores. No ano passado, a Miolo(s) viu seu perfil internacional consolidado. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Grupo Editorial Summus está à procura de um assistente editorial. As atribuições do cargo incluem fazer preparação e revisão de texto; validar preparações e revisões de colaboradores externos; montar cronogramas de produção para os livros e acompanhá-los detalhadamente; produzir textos de contracapa e orelha; solicitar e acompanhar o envio de becapes pelos fornecedores externos; solicitar ISBN e ficha catalográfica; revisar releases de imprensa e do departamento comercial; responder ou encaminhar e-mails de autores; e executar demais tarefas de rotina administrativa do departamento. São requisitos: formação superior nas áreas de Jornalismo, Letras, Editoração ou Produção Editorial; inglês fluente; experiência recente mínima de três anos no mercado editorial; domínio do pacote Office e Adobe e desejável conhecimento do InDesign; ser capaz de trabalhar com livros de assuntos variados; residir em São Paulo; e ter disponibilidade imediata para trabalho presencial com possibilidade de híbrido. Os interessados devem enviar currículos com pretensão salarial até o dia 20 de junho para o e-mail rh@gruposummus.com.br com o assunto "Assistente Editorial 2025".

A Editora Gente abriu uma vaga para coordenador comercial sênior. É preciso ter experiência sólida em Inside Sales B2B; mínimo de cinco anos com atendimento e/ou vendas; domínio da língua portuguesa (oral e escrita); vivência no mercado de livrarias; organização e habilidade para lidar com múltiplas demandas; perfil de liderança, boa comunicação e negociação. Formação em Administração e Excel avançado são diferenciais. A vaga é presencial e interessados devem encaminhar currículos para pamela.montalvao@editoragente.com.br com a pretensão salarial até 16 de junho.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre os livros previstos para a semana entre 14 e 20 de julho estão Guerra em Gaza (Quadrinhos na Cia), em que Joe Sacco, relevante jornalista em quadrinhos, reage ao conflito em Gaza e retrata sangrento episódio da guerra que começou em 2023. Também entre os quadrinhos, em Afrodite: quadrinhos eróticos (2ª edição) (Veneta) o casal de poetas Alice Ruiz e Paulo Leminski, que enfrentaram a censura com histórias cheias de um erotismo libertário, produzem estes gibis eróticos; e Vera Iaconelli apresenta um ensaio memorialístico de sua história familiar e de seu processo de análise ao longo da vida em Análise (Zahar). Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

Em meio às comemorações dos 60 anos de editora, a Mundo Cristão prepara um retorno estratégico à Bienal do Livro Rio após 17 anos. Uma das mais tradicionais do segmento religioso no país, a casa editorial apresenta uma programação especial para jovens leitores de ficção cristã. Nos últimos anos, esse subgênero literário ganhou força no catálogo da casa, que historicamente se destacou por títulos de formação espiritual, teologia e desenvolvimento pessoal. Desde 2023, quando Corajosas foi lançado, romances cristãos deixaram de ser uma aposta para se tornarem fenômeno editorial. O título, escrito por autoras brasileiras, já ultrapassou a marca de 100 mil exemplares vendidos. As romancistas que estarão no evento são Queren Ane, Tatielle Katluryn, Thais Oliveira, Arlene Diniz, Pat Müller e Gabrielli Casseta. “O retorno à Bienal marca uma virada para a Mundo Cristão. Mais do que celebrar o passado, a editora olha para o futuro, ao reconhecer um novo perfil de leitores — que buscam histórias com enredo, emoção e fé, sem abrir mão da qualidade literária”, detalha o diretor de operações, Renato Fleischner. Ao longo do evento, a editora promoverá sessões de autógrafos, mesas temáticas e lançamentos sobretudo de ficção cristã contemporânea. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Faber-Castell prepara a sua primeira participação na Bienal do Livro Rio. Na edição 2025, que acontecerá de 13 a 22 de junho no Riocentro, Barra da Tijuca, a marca vai receber o público apresentando o conceito "Marque o que te Marca", que celebra as histórias e os trechos de livros que merecem ser destacados pelos leitores, puxando para a linha de marcadores de texto da marca. O estande de 60m² terá cenografia assinada pela agência de live marketing BTO+, com uma experiência imersiva que destaca as linhas Textliner 46, SuperSoft Gel, Grifpen e a novidade Grifpen com cheirinho. A principal atração será uma parede sensorial que convida os visitantes a experimentarem os perfumes dos marcadores Grifpen, inspirados em aromas como guaraná, frutas tropicais, bala de canela, menta fresca, maçã verde e chá de jasmim. "Estamos muito animados em participar pela primeira vez da Bienal do Livro no Rio de Janeiro e apresentar o conceito 'Marque o que te Marca' ao público carioca", afirma Flávia Giordano, diretora de Marketing da Faber-Castell para a América Latina. "Acreditamos que a leitura e a escrita são ferramentas poderosas para a transformação da educação e cultura", complementa. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Editora Arpillera terá estande na Bienal do Livro Rio instalado na Calçada Literária (Pavilhão 4, estande CL-7). Cada exemplar da editora é costurado à mão, com capas vazadas, papéis de diferentes texturas e aplicações de tecidos, bordados e outros materiais inusitados. Criada em 2022, a Arpillera aposta no resgate do fazer manual, no livro como objeto artístico e na valorização de narrativas diversas. Seu catálogo já reúne 60 autoras e autores de todo o Brasil, em obras de poesia, contos, romances e crônicas. Durante os dias de Bienal, o estande da Arpillera também será palco de sessões de autógrafos com vários escritores da casa, promovendo a troca direta entre criadores e leitores. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Homem com homem (Ercolano, 352 pp, R$ 98), antologia organizada por Ricardo Domeneck, reúne uma poesia diversa em estilos e linguagens do primeiro quarto de século XXI. Nascidos entre 1969 e 2000, em diferentes regiões do país, os 21 poetas convidados a publicar sua lírica nestas páginas conferem voz ao desejo em seus múltiplos matizes, com ironia e contemplação filosófica. João Silvério Trevisan escreve, em seu prefácio, o que “o primeiro homem descobriu ao seu lado outro homem e sentiu seu corpo transtornado por um frêmito inexplicável”. Assim, em uma incursão pelo imemorial universo homoerótico masculino, revela-se ao leitor desses poemas a união carnal de corpos que se desejam. Em Homem com homem, o homoerotismo é tratado não apenas como tema literário, observa Guilherme de Assis no posfácio, mas como experiência e vivência que atravessa o corpo — e a cabeça do poeta, geradora de certa textualidade. No atual contexto sociopolítico, em que os direitos LGBTI+ ainda são contestados e revogados em muitos países, o desejo sobrevém como ato de resistência e celebração.

A obra estado febril (Macabéa, 98 pp, R$ 52,90) é um coming of age de uma menina desobediente, que resgata vozes femininas esquecidas e reflete sobre a escrita como ato de resistência. Para a autora Thaís Campolina, "é da desobediência que surgem a criação, o pensamento crítico e a busca pelo conhecimento". Além de ser uma entusiasta da poesia, Thaís se mune dos mais variados assuntos pelos quais se interessou ao longo de sua vida para a construção de poemas que vão desde memórias de família até a mais profunda ligação com as estrelas e a criação do universo. Tudo isso sem deixar para trás as histórias das mulheres, sejam próximas a ela, como suas avós, sejam as grandes cientistas e escritoras que viram seus feitos esquecidos ou creditados a colegas homens. A memória se manifesta recorrentemente no livro. Isso porque Thaís acredita que, de certa forma, é na infância que está a origem de tudo: nos laços e exemplos familiares. Estar diante das possibilidades que o mundo oferece e se perceber diferente de todos, inclusive daqueles que eram até então eram tudo que se conhecia é um assombro, assim como é voltar para a casa e observar as idiossincrasias familiares como algo que também nos constitui.

Composto de ritornelos, figuras que se repetem ao longo da leitura, o livro Pássaros de giz (7Letras, 120 pp, R$ 56) é como uma música esparsa, repleta de assonâncias e aliterações. O mesmo pássaro que canta para marcar território também convida à aproximação do desconhecido. A divisão da obra em três partes é uma tentativa de pôr ordem em meio ao caos. A primeira seção, “O mar por perto”, se apresenta como um gesto territorializante, no qual os poemas parecem querer alcançar um espaço já conhecido através da cidade, da casa e da infância. Uma criança dando voltas na praça que circunda a igreja que continua redonda. Este começo soa como uma afirmação de que essa terra é nossa — realizando uma forma de pertencimento, a busca de consolo ao redor de um mundo desorganizado, como já anunciam os jornais, embora sempre relembrando que “o oco da noite é um pouco o eco do mundo”. Na segunda parte, Paulo Fraga-Queiroz inicia um diálogo com diversos poetas, proclamando o momento em que o desejo se expande e “o poeta insone procura”. Neste impulso, ocorre uma linha de fuga desse território anterior, mais pessoal. Ao se abandonar, o poeta encontra outros poetas: Manoel de Barros, Adélia Prado, Camões, Fernando Pessoa, Drummond etc. A partir disso, revelam-se epifanias acerca da noção de autoria.

Cronofagia (Artêra, 68 pp, R$ 52), livro da multiartista Carla Brasil, reúne 37 poemas que não pedem licença: urram, debocham, sangram — e voltam em forma de versos para mastigar o absurdo do tempo presente. Não se trata apenas de uma coletânea de poemas — é um manifesto poético que escancara as feridas de um tempo que nos consome enquanto promete liberdade. Com prefácio do cineasta, dramaturgo e também poeta Ruy Guerra, a obra já nasce com o peso de uma validação rara: “É muito bom ler uma jovem poeta, como Carla Brasil, que na sua primeira arremetida chega tão longe. Me dá vontade de usar um daqueles sonoros palavrões descarados, para escancarar o meu entusiasmo”, escreve ele. A autora irá lançar a obra durante a Bienal do Livro Rio, com sessão de autógrafos marcada para dia 20 de junho, às 21h, no estande do Escreva, Garota!.

Pouco de nada (Folhas de Relva, 137 pp, R$ 63,90) é a estreia do multiartista Alberto Eloy. A obra de poesia flerta com a literatura de cordel, uma das grandes inspirações do autor, para abordar temas do cotidiano, da filosofia, da ecologia, e do papel do artista na sociedade brasileira. Os textos reunidos no livro correspondem a uma produção realizada nos últimos 13 anos. A princípio pensado em torno de 60 poemas, divididos em quatro subtemas, da metalinguagem ou, o que se circunscreve ao próprio fazer poético; da margem, ou, que se se faz não se estando angariado pela dita e “dura” indústria cultural, “mainstream”, indo, de certa forma, um pouco a reboque de problemáticas levantadas por Adorno; do amor e seus “demônios”, e, por último, questões ligadas ao reinante niilismo em voga, se fazendo presente portanto aqui poemas de cunho mais crítico, mais combativo, com críticas políticas, sociais etc.