
Entre as novidades deste ano está o espaço dedicado a oficinas de escrita criativa com autores como Clara Mello (RJ/PI), Vitória Pilar (PI), Felipe Munhoz (SP) e Leno Carvalho (PI). No campo da literatura fantástica, o público contará com a presença de expoentes como Márcio Benjamin (RN) e Cristhiano Aguiar (PB/SP). As atividades se somam ao tradicional Curso de Escrita Literária e ao Seminário Língua Viva, que já confirmou nomes como Fabrício Carpinejar (RS), Monja Coen (SP), Milly Lacombe (RJ), Sônia Guimarães (SP) e Lira Neto (CE).
A edição de 2025 presta homenagem à professora Sueli Rodrigues, destacada por sua atuação em defesa dos direitos humanos, da educação e da democracia. O evento também celebra o centenário de nascimento de três figuras marcantes da cultura brasileira: Clóvis Moura, Manoel Paulo Nunes e Dalton Trevisan.
Com o tema “Ler e Escrever – Existir e Resistir”, o Salipi 2025 busca consolidar seu papel como um dos maiores encontros literários do Nordeste.
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Homenagem
Esta edição tem a proposta de transcender o ato de ler: transformá-lo em gesto político, forma de resistência e exercício coletivo de esperança. Sob a inspiração da professora e ativista Sueli Rodrigues, homenageada desta edição, o Salipi se entrelaça com as urgências do presente e as lições do passado. Sueli, que perguntava “Quando vamos viver desfrutando a vida?”, deixou como legado a busca por uma existência mais justa, mais plena, mais coletiva. E é neste espírito que o evento se reconecta com o saber ancestral, com os coletivos, com a educação e com a chama da transformação social.
Celebrações
Três nomes, três trajetórias e um centenário que une gerações em memória e resistência. Em sua 23ª edição, o Salipi presta homenagem a Clóvis Moura, Dalton Trevisan e Manoel Paulo Nunes, que em 2025 completariam 100 anos de nascimento. A escolha reforça o compromisso do evento com a valorização da memória intelectual e cultural do país.
Clóvis Moura foi sociólogo, poeta e historiador que fez da luta do povo negro o centro de sua análise crítica sobre o Brasil. Dalton Trevisan, o recluso de Curitiba, revolucionou o conto ao explorar a força do silêncio, da tensão e do cotidiano fragmentado. Já Manoel Paulo Nunes marcou o Piauí com sua atuação na crítica literária, no magistério e na formação de gerações de leitores e escritores.
De acordo com o festival, a celebração desses centenários vai além da reverência. "É um gesto político, cultural e afetivo, que reafirma o papel da literatura e do pensamento como formas de resistência. Suas obras seguem vivas — ecoando nas páginas, nas ideias, nos debates e nas ruas".
O Salão do Livro do Piauí é realizado anualmente pela Fundação Quixote em parceria com a Universidade Federal do Piauí.