Dois grandes nomes da música e literatura nacional estreiam novas obras na Lista Nielsen PublishNews: Chico Buarque e Rita Lee. Na apuração que prioriza os autores nacionais mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento no país, entre 15 de julho a 11 de agosto, a obra Bambino a Roma (Companhia das Letras), de Buarque, garantiu a décima posição em Ficção. No livro, o cantor, compositor e autor apresenta um leque de impressões de uma infância vivida e imaginada e traz vislumbres da relação com o pai, a mãe e os irmãos. A obra estreou na Lista de Mais Vendidos do PublishNews no início de agosto. A segunda estreia de Ficção é a edição com brindes de O mito do mito (Globo Livros), livro inédito de Rita Lee, que ocupa a 18ª posição. A obra, uma ficção com toques de realidade e mistério, começou a ser escrita em 2005 e foi finalizada em 2019. Mas Rita decidiu lançá-la apenas com uma condição: postumamente. “Não quero ninguém me perguntando de meras coincidências com fatos ou pessoas reais. Escritora‐mistério”, escreveu no livro. Na história, a cantora é a própria protagonista e mergulha em uma sessão de terapia com um doutor esquisitão, que só atende quando o sol se põe. No divã, ela se abre em busca de respostas para profundos questionamentos internos. Ainda em Ficção, o pódio é composto por Tudo é rio (Record), de Carla Madeira; a edição comemorativa de A hora da estrela (Rocco), de Clarice Lispector; e Olhos d’água (Pallas), de Conceição Evaristo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Banca Tatuí – livraria ligada à Editora Lote 42 – vai operar a livraria do estande da Colômbia na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a convite da Asociación Colombiana de Libreros Independientes (Acli). De acordo com o editor, livreiro e agitador cultural João Varella, o processo de importação de cerca de 600 títulos colombianos já está em fase final. Títulos de autores colombianos publicados no Brasil também estarão disponíveis. A Bienal, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), ocorre entre os dias 06 e 15 de setembro, no Distrito Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1300 – São Paulo / SP), onde são esperados mais de 600 mil visitantes. O pavilhão da Colômbia – convidada de honra desta edição – fica no estande E30 e terá uma área de 300m². "Os livros importados, 1.689 exemplares (443 kg em 20 caixas), já estão em Guarulhos na fase final da burocracia", explica Varella ao PublishNews. Ele conta que os livros não terão nenhum ágio especial, ou seja, serão vendidos no mesmo preço de capa praticado na Colômbia, realizado o câmbio para o real. "É uma boa oportunidade. Geralmente, livros importados têm diversas taxas", comenta. Um romance de ficção de cerca de 200 páginas, por exemplo, deve ser vendido a R$ 70 aproximadamente, mas há exemplares que vão custar até R$ 18. A Banca Tatuí também fechou uma parceria com a Inovação Distribuidora, para vender no estande livros de autores colombianos publicados por editoras brasileiras – García Márquez sendo o nome mais óbvio –, e também realizou uma curadoria entre as editoras brasileiras independentes. São cerca de 300 exemplares que serão repostos de acordo com a necessidade. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O resultado da categoria Poesia da edição 2024 do Prêmio Sesc de Literatura foi impugnado, de acordo com o Sesc. O candidato selecionado, apesar de ter inscrito uma obra inédita, já tinha um livro de poesia publicado em 2023, o que infringe o item 2 do artigo 2 do edital, que prevê que: “O/A candidato/a, bem como sua obra, deverá ser inédito para qualquer categoria em que se inscrever, podendo ter até um livro publicado em outra categoria do Prêmio Sesc de Literatura.” Dessa forma, conforme avaliação da comissão julgadora final, o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2024 na categoria Poesia passa a ser Antonio Veloso Maia, 73 anos, morador de Niterói (RJ), com o livro Contra a parede. O Prêmio Sesc de Literatura 2024 anunciou os vencedores na última sexta-feira (30): o romance Bololô: gaiola vazia, de autoria de Ricardo Mauricio Gonzaga; o livro de contos A glória dos corpos menores, de Patricia Souza de Lima, além do novo livro de poesia, agora. As obras foram selecionadas entre 2.731 inscritas, sendo 1.427 livros de poesia, 656 de contos e 648 romances. Esta edição do Prêmio Sesc foi marcada por polêmicas. No mês de março, o Grupo Editorial Record enviou ao PublishNews uma nota demonstrando "extremo incômodo" com alguns aspectos da edição 2024. Ainda no final daquele mês, o edital de 2024 do prêmio interrompeu a parceria de 20 anos com o Grupo. A partir de agora, os livros vencedores passarão a ser publicados pela Editora Senac Rio. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em meio às crescentes discussões sobre o papel dos audiolivros para tornar a literatura mais acessível, a editora Pingue Pongue Educação vai além. A casa tem apostado em publicações inclusivas sobre diversidade, e seu catálogo conta com recursos especiais de acessibilidade e obras escritas por pessoas com deficiência, ou seus cuidadores. Dentro dessa proposta, se destacam ainda temas como educação não violenta, educação antirracista e amorosidade. Um dos recursos que a Pingue Pongue oferece é o ColorAdd, uma codificação que permite a pessoas com daltonismo identificar as cores inseridas nos livros – a editora é a única do Brasil a utilizá-la. A Pingue Pongue também publica livros com fontes ampliadas para pessoas com baixa visão e fontes especiais para pessoas com dislexia, além de títulos em Braille e táteis. "Apresentamos para o público leitor e especialmente para educadores um catálogo que, além de incluir as minorias nos temas e na linha editorial como um todo, dá voz a autores e autoras com lugar de fala em cada assunto", afirma Aldrey Queiroz, diretor executivo da Pingue Pongue Educação. "Queremos contribuir para uma cultura de diversidade e de inclusão no sentido literal da palavra". Um dos próximos livros lançados pela Pingue Pongue é Socorro, meu filho não estuda!, de Tais Bento e Roberta Bento, criadoras do site SOS Educação. O evento de lançamento será durante a Bienal do Livro de São Paulo, no dia 8 de setembro, às 17h (no Espaço Educação). *Este artigo é um publieditorial do Studio PN. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Rafaela Pechansky é jornalista e mestre em comunicação, e entrou para a TAG em 2018. Quando assumiu o cargo de analista, inicialmente supervisionava a operação dos clubes TAG Curadoria e Inéditos e mantinha contato a produção gráfica com editoras e leitores. Em paralelo, supervisionava projetos complementares ao livro, como revistas, mimos, aplicativos e podcasts, além de colaborar com as equipes de gestão de clientes e marketing para desenvolver campanhas de comunicação eficazes. Em dezembro de 2020, foi promovida a Publisher e, desde então, ajudou a publicar 144 livros. Em 2024, Rafaela é uma das finalistas do Prêmio Jovens Talentos, do PublishNews. No dia 9 de setembro, durante a programação do InterLivro, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, será anunciado o vencedor do Prêmio Especial que viajará para Frankfurt com as despesas de passagem e hospedagem custeadas pela organização do prêmio. O PublishNews perguntou a Rafaela Chiapin Pechansky o que ela está lendo, e esta foi a resposta: "Estou lendo Ricardo e Vânia (Todavia), que havia sido muito bem recomendado por amigos e que estava na minha lista de leituras há tempos". Clique no Leia mais para ler a resposta na íntegra.

Os Prêmios Jabuti e o Jabuti Acadêmico estarão presentes na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorrerá de 6 a 15 de setembro de 2024, no Distrito do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1300 – São Paulo / SP). O evento contará com um estande, que faz parte da programação oficial do evento, dedicado às premiações e sessões de autógrafos com autores finalistas e vencedores das últimas edições. Entre os autores do Prêmio Jabuti que participarão das sessões de autógrafos estão Fabrício Corsaletti, autor do livro Engenheiro fantasma (Companhia das Letras), premiado como Livro do Ano; Marcos Nobre, vencedor na categoria Ciências Sociais com Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro (Todavia), e Matthew Shirts, jornalista e ativista vencedor na categoria Ciência com Emergência climática (Claro Enigma). A escritora Emília Nunez vencedora na categoria Infantil da principal premiação de literatura do Brasil, estará no estande para autografar Doçura (Tibi). Também participarão Marcelo D’Salete, vencedor com a HQ Mukanda Tiodora (Veneta), Fabio Victor, autor premiado em Biografia e Reportagem com a obra Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro (Companhia das Letras) e Paulo Fehlauer, premiado na categoria Escritor(a) Estreante com o romance Extremo oeste (Cepe). A programação completa das sessões de autógrafos poderá ser conferida nos sites das premiações. As sessões ocorrerão sempre às 11h, 13h, 15h, 17h e 19h, durante toda a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. No dia 3 de setembro, às 12h, serão distribuídas as senhas para cada sessão, pelo site da Fever. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) levará autores e lançamentos para a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (6 a 15 de setembro). Durante o evento, a entidade abrirá espaço para apresentação e lançamento de obras ligadas à indústria gráfica. Entre os autores estão confirmados Ana Lorenzo, Antonio Dalama Lorenzo, Camila Curiel, Carlos Silgado, Cesar Mangiacavalli, Euclides Amaral, Hamilton Terni Costa, M. Dolores Frias e Rodrigo Abreu. Além disso, para incentivar o gosto pela leitura, a Abigraf, juntamente com apoiadores parceiros, promoverá em seu estande (A81) uma programação voltada ao público infantil e infantojuvenil, incluindo ações educativas sobre o papel, atividades, brincadeiras lúdicas e distribuição de presentes como cadernos, livros e materiais escolares. As atividades acontecerão em todos os dias da Bienal, das 9h às 17h, e aos finais de semana, das 10h às 17h. “A Bienal do Livro de São Paulo é o maior e principal evento literário do ano e, como uma entidade que sempre trabalhou em prol da educação e do incentivo à leitura, é com muito orgulho que anunciamos a participação da Abigraf com uma extensa programação de lançamentos e de atividades para as crianças e adolescentes, que são os leitores e autores do futuro”, salienta João Scortecci, presidente da Abigraf Regional São Paulo e curador da participação da entidade no evento. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo (6 a 15 de setembro), a Leiturinha, maior clube de assinaturas de livros infantis brasileiro, oferecerá ao público atividades que buscam estimular a imaginação das crianças. No estande da marca (C76), os visitantes poderão conferir prateleiras com as principais publicações do clube e participar de uma programação que contará com a presença de autores e da personagem da marca, Bebel, "a abelha mais leitora do Brasil". O grande destaque da Leiturinha na Bienal serão os Originais Leiturinha, histórias criativas separadas por idade e enviadas em primeira mão para os assinantes, além de produtos como mochila e bolsa que terão a estampa das personagens mais amadas entre os fãs. Além disso, a marca anunciará o lançamento de um livro sobre um dos músicos mais renomados da MPB, previsto para vir a público ainda neste ano. “Mais do que uma simples área de exposição, nosso desejo é proporcionar um ambiente interativo onde as crianças possam explorar, brincar e participar de atividades relacionadas à leitura”, conta Raissa Modro, gerente de Branding da Leiturinha. Clique no Leia mais para conferir as atrações da Leiturinha na Bienal.

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI), a Academia de Letras da Bahia (ALB) e o Gabinete Português de Leitura (GPL) realizam no dia 12 de setembro (quinta-feira), o III Simpósio Baiano de Jornalismo e Literatura, com o tema “Verdade e Liberdade de Expressão”. A ABI recebe, em sua sede na Praça da Sé – no centro de Salvador –, o encontro gratuito e aberto ao público, com foco nos profissionais e estudantes das áreas de Comunicação, Letras, Tecnologia e todos os interessados em debater sobre a importância do fortalecimento da democracia. As atividades terão início às 8h30 e finalizam às 17h30. Para participar, basta realizar inscrição no Sympla clicando aqui. Em sua terceira edição, o simpósio vai tratar da importância do jornalismo e da literatura na busca pela verdade e para a desconstrução do contexto atual de proliferação de notícias falsas, impulsionado pela velocidade e profusão cada vez maior de informações, bem como a utilização equivocada das novas tecnologias. Serão homenageados a jornalista catarinense Juliana Dal Piva (ICL Notícias), apresentadora do podcast A vida secreta do Jair e autora do best-seller O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro (Zahar); o jornalista britânico Dom Phillips (assassinado em 2022 na Amazônia, junto com o indigenista Bruno Pereira), homenageado através de sua viúva, a ativista baiana Alessandra Sampaio; e o jornalista baiano Flávio Costa, colunista do Portal UOL e consultor editorial do site Alma Preta, autor de reportagens investigativas sobre corrupção no Judiciário e na política, crime organizado e violações de direitos humanos. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em 24 de agosto de 2024, Paulo Leminski completaria 80 anos. Para celebrar essa data, relembrar o poeta e enaltecer sua obra, o Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 – São Paulo / SP) preparou uma semana de programações variadas, incluindo mesa de debate, lançamento de livro, apresentações teatrais e musicais, e uma ocupação artística na Biblioteca, localizada no 15º andar, a partir desta terça-feira (3). Segundo Estrela Leminski, filha do poeta e uma das organizadoras dessa semana de celebrações, seu pai era um apaixonado por São Paulo: “essa cidade foi fundamental para o meu pai ser quem foi. Uma semana paulistana para comemorar tantos aspectos da sua vida e obra, no ano que ele faria 80 anos; ele deve estar muito feliz”. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Faber-Castell confirma presença na Bienal Internacional do Livro de 2024, entre os dias 6 e 15 de setembro no Distrito do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1300 – São Paulo / SP). Para a 27ª edição da feira, a empresa apresenta o conceito "Marque o que te marca" em seu estande, destacando sua linha de marcadores de texto, Textliner 46, SuperSoft Gel e Grifpen, incluindo os lançamentos: Coleção Revigora & Energiza e Relaxa & Reequilibra que possuem aromas diversos. A BTO+, Agência de Live Marketing, assina a cenografia do stand. Em um espaço de 60 m², a Faber-Castell tem como objetivo promover um ambiente interativo, inspirador e sensorial. O conceito "Marque o que te marca" busca estimular a criatividade e convida os visitantes a terem experiências em espaços instagramáveis com um cenário literário, um livro gigante interativo onde é possível testar todos os tipos de marcadores da Faber-Castell e uma parede sensorial em que os visitantes poderão sentir os aromas dos novos marcadores Grifpen com “cheirinhos”. “Quando fechamos a participação da Faber-Castell na Bienal do Livro em São Paulo, queríamos surpreender os apaixonados pela literatura, crianças, estudantes, educadores e profissionais de diversas áreas que participarem do evento. Foi pensando nisso que desenvolvemos um espaço que proporciona uma jornada para o visitante” declara Flávia Giordano, diretora de Marketing da Faber-Castell. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A nova edição da biografia Para seguir minha jornada: Chico Buarque (Nova Fronteira, 528 pp, R$ 189,90), escrita por Regina Zappa, chega em meio às celebrações dos 80 anos do renomado cantor e compositor. Publicada originalmente em 2011, a obra agora abrange também os últimos 13 anos da história de Chico, ressaltando suas produções musicais, literárias, turnês, engajamento político e a honraria do Prêmio Camões em 2019. O livro inclui ainda um prefácio de Mônica Salmaso, cantora que acompanhou o artista na turnê "Que tal um samba?". Baseada em extensa pesquisa e entrevistas com Chico e sua esposa, Carol Proner, a nova versão proporciona uma visão aprofundada dos anos mais recentes do músico. Mantendo o conteúdo original, a biografia ganhou três capítulos novos, que cobrem de 2011 a 2024. Nesse período, Chico lançou sete discos, três DVDs, escreveu livros e realizou três turnês no Brasil, das quais duas incluíram apresentações em cidades portuguesas. “Dos quatro livros que escrevi sobre o Chico, acho que Para seguir minha jornada é o mais completo, porque, além da história dele, esse livro contém muitas informações publicadas na imprensa nos anos 60, 70 e 80, que a tia dele colecionava. Nesta edição também tem detalhes sobre a visita ao Papa, tem a história de como ele escreveu Anos de chumbo durante a pandemia e como ele estava nesse período. É um livro muito completo e que descreve toda a trajetória dele até este ano de 2024”, afirma a autora.

Em poucas semanas, desde que substituiu Joe Biden na disputa pela Casa Branca, Kamala Harris passou à frente na média das pesquisas nacionais e rivaliza na corrida em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, estados decisivos na Muralha Azul. A atual vice-presidente dos EUA também se tornou uma preocupação inesperada para Donald Trump no Cinturão do Sol, onde até então os republicanos eram favoritos. Uma das grandes mulheres do seu tempo, Kamala Harris tem a sua trajetória na política marcada por ilustres e pioneiras conquistas, que agora são contadas na autobiografia As verdades que nos movem (Intrínseca, 352 pp, R$ 59,90 – Trad.: Ana Rodrigues, Cássia Zanon, Maria de Fátima Oliva Do Coutto e Regiane Winarski). A trajetória de Kamala Harris até o Senado dos Estados Unidos é o mote deste livro de memórias políticas. Na obra, a autora aborda a rotina da família em Oakland, onde cresceu, o convívio com os pais imigrantes — um importante economista jamaicano e uma indiana, já falecida, que se dedicou à pesquisa do câncer — e até um encontro às escuras com Douglas Emhoff, que acabou se tornando seu marido. Kamala também discorre sobre sua vasta experiência no campo do direito. Mas o foco está mesmo na construção de sua visão de mundo e das suas convicções. Kamala Harris oferece em As verdades que nos movem uma aula de gestão de crises e de liderança em tempos desafiadores.

No instante do dia 5 de março de 1902 em que um tiro de pistola encontrou a cabeça de Federico Ferrando, era seu amigo o poeta e narrador uruguaio Horacio Quiroga (1878-1937) quem tinha nas mãos a arma assassina. Uma resenha literária farpada provocou trocas de ofensas em páginas de jornais de Montevideo e a rixa entre desafetos desembocaria num duelo, do qual Horacio não teria sido mais do que coadjuvante — isto é, não fosse a ação do inesperado, com o azar como autor de um disparo enquanto Quiroga conferia a arma de seu apadrinhado. Mas a morte do companheiro foi também mais um entre os muitos desastres de sua vida — e, dependendo de como for contada, a sucessão de azares letais ganha ares de destino, com tragédias empilhadas por uma moira com um fraco por simetrias improváveis e amores difíceis (por mulheres, pela selva). Combinada ao insólito de sua literatura, a imagem de Horacio Quiroga sai maior do que a vida, mas também simplificada e um tanto folhetinesca. Já no livro O anarquista solitário (Iluminuras, 256 pp, R$ 98), a história de Quiroga é outra — e para a felicidade de seus leitores. Sendo autor da primeira biografia do escritor em língua portuguesa, Wilson Alves-Bezerra beneficiou-se aqui das versões da vida de Horacio já contadas em espanhol, mas também delas se distanciou sem cerimônia quando foram necessários alguns acertos de contas.

Qual a importância de uma nova biografia sobre um dos artistas mais conhecidos e icônicos das últimas décadas? Como ir além dos lugares-comuns e de tudo o que já se sabe sobre o músico que venceu inúmeros Grammys, um Oscar de melhor canção e até mesmo o Nobel de literatura? Como escrever uma biografia sobre Bob Dylan depois de tantas outras? Greil Marcus evita as trivialidades do gênero biográfico para apresentar a vida e a obra de Dylan de uma forma original. “Escrevo canções, toco no palco e gravo discos. É isso. O resto não é da conta de ninguém”, disse Bob Dylan em uma entrevista, em 2001. São centenas de canções, dezenas de álbuns e alguns livros escritos, inúmeros shows e entrevistas e, acima de tudo, incontáveis colaborações com outros artistas. Este é o ponto de partida de Greil Marcus em Folk Music — Uma biografia de Bob Dylan em sete canções (Zain, 256 pp, R$ 74,90 – Trad.: João Vitor Schmidt). Escrever uma biografia sobre Bob Dylan significa falar de Odetta, Woody Guthrie e Karen Dalton; de Peter, Paul & Mary e Elvis Presley; de Aretha Franklin, Joan Baez e Leadbelly. Significa buscar tantas vidas dentro de uma só. “Assim como a verdadeira plateia de Bob Dylan talvez sejam aqueles que vieram antes dele, aqueles que o artista tenta não desonrar quando canta suas canções ou transforma essas canções em outras, pode ser que sua biografia verdadeira esteja em habitar outras vidas”, escreve Greil Marcus, ao traçar um caminho — único e original — para tentar entender a verdadeira biografia de Bob Dylan.

Aretha Franklin começou a vida como a filha de ouro de um pregador batista progressista – e promíscuo. Criada sem a mãe, ela foi um prodígio do gospel que deu à luz dois filhos na adolescência e os deixou em sua cidade natal, Detroit, para tentar a vida em Nova York, onde lutou para encontrar sua verdadeira voz. Em 1967, um produtor judeu branco insistiu que ela voltasse às suas raízes gospel, que a fama e a fortuna finalmente vieram por meio de Respect e uma série rápida de sucessos. Ela continuou a evoluir por décadas, em meio a tragédias pessoais, apresentações surpresa no Grammy e reinvenções de carreira. De novo e de novo, Aretha teimosamente encontrou uma maneira de triunfar sobre os problemas, mesmo enquanto eles continuavam a crescer. Seu domínio da coroa foi tenaz e, em Respect: a vida de Aretha Franklin (Belas Letras, 595 pp, R$ 139,90 – Trad.: Karine Ribeiro), David Ritz dá ao leitor a vida definitiva de um dos maiores talentos de toda a cultura americana.