"Não se trata de um livro de memórias, mas uma ficção a partir da memória", disse Luiz Schwarcz, diretor e editor da Companhia das Letras, à Folha de S. Paulo. "Mesmo fatos reais são narrados com recursos ficcionais e há partes puramente ficcionais. Classificar o livro como ‘memórias’ seria enganar o leitor."
N'O Globo, Nelson Vasconcelos observa que o livro está pronto para adaptações. "Com suas observações e ironias, comentários distraídos e outras manhas, Chico escreveu uma obra que deflagra mil e uma histórias paralelas — tudo, como sempre, depende mais do leitor do que o escritor. E o escritor, neste caso, não parece muito disposto a “esclarecer” o que andou contando neste novo livro — que tem jeitão de comover muitos júris de prêmios literários até porque, como um retrato dos nossos tempos, tudo ali pode ser fake. Se as fotos de família são verídicas, de fato, nada garante que o tal Francesco e seus interlocutores tenham existido. E isso não faz qualquer diferença", escreveu o crítico.
Diz a sinopse da editora: "Via San Marino, 12. No primeiro andar do prédio baixo e amarelo, o menino traça rotas no mapa-múndi que cobre a parede do quarto. A náusea sentida durante a navegação do Brasil à Itália ficara para trás e as viagens cartográficas vão sendo deslocadas, em escala menor, para os percursos pelas ruas de uma cidade a ser descoberta. Reminiscências diversas compõem esse trajeto: as primeiras manifestações do desejo; as partidas no gol a gol com Amadeo, o filho do quitandeiro; a escola e suas fugas; cartas, bilhetes e romance, toda uma escrita endereçada a Sandy L., sua paixão juvenil; a dor da apendicite. Em sua bicicleta niquelada com pneus brancos, Chico Buarque faz o zigue-zague por Roma, solta às vezes a mão do guidom e ensaia um equilíbrio fino entre lembrança e imaginação. Nesse passeio delicado, vislumbres da relação com o pai, a mãe e os irmãos somam-se às experiências formativas projetadas por um narrador às voltas com o passado."
Outro livro que aparece pela primeira vez na categoria Ficção é o mangá Jujutsu Kaisen: Batalha de feiticeiros 01 (Panini), de Gege Akutami. No livro, o estudante ginasial Yuta Okkotsu passa por algo que é bem incomum, até mesmo para adolescentes. "Ele é assombrado por sua falecida amiga de infância, Rika Orimoto, uma maldição muito mais forte que o comum e que não pode ser facilmente vencida. A vida de Yuta muda quando ele conhece o feiticeiro mais forte do mundo Satoru Gojo, que o convence a entrar para a Escola de Jujutsu afim de aprender como se livrar de sua maldição. Nesse processo, Yuta acaba aprendendo mais sobre o mundo dos feiticeiros e maldições, e parando em um grande conflito que poderá mudar o rumo da humanidade", diz a sinopse da editora.
A infância também é o tema de outra novidade da semana, Quando a infância dói (Literare Books), organizado por Karla Filó. Com o objetivo de abordar os transtornos da infância e as terapias que promovem saúde mental e neurodesenvolvimento às crianças, o livro desafia uma visão idealizada dos transtornos na infância. "Os temas vão desde gestação, puerpério, neurodesenvolvimento, cérebro, terapias, transtornos da infância, traumas, problemas escolares, negligência e dificuldades de aprendizagem, famílias, vivências do bebê até o adolescente", diz a editora.
A Lista divulgada nesta sexta-feira (2) contabiliza as vendas em 39 livrarias brasileiras entre o período de 22 a 28 de julho. No geral, houve queda de 16% no volume de vendas em relação à semana anterior.
Sextante, Grupo Editorial Record e Planeta lideram o ranking das editoras com mais títulos entre as diversas categorias.