Chico Buarque, 80 anos: sete novos livros ou edições sobre o autor, cantor e compositor
Escritor completou oito décadas de vida no último dia 19 de junho; Companhia das Letras vai lançar novo romance

Chico Buarque: diversas editoras estão com lançamentos para celebrar os 80 anos
Chico Buarque completou
80 anos no último dia 19 de junho e para celebrar a data diversas editoras lançaram ou relançaram livros sobre a trajetória do escritor, cantor e compositor,
vencedor do Prêmio Camões 2019. A Companhia das Letras, que edita seus livros, planeja para o início de agosto o lançamento de uma nova ficção de Chico,
Bambino a Roma. "Leque de impressões de uma infância vivida e imaginada,
Bambino a Roma tem nas memórias de Chico Buarque a matéria-prima para sua ficção", diz a editora.
No material de divulgação do livro, o crítico e professor Silviano Santiago deixou a seguinte observação: "'Como foi que a infância passou e nós não vimos', observou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Na idade madura, Chico Buarque mira os tempos idos para narrar e curtir a infância em Roma, como se assistisse a um filme em que todos os personagens aparentam estar de passagem por lá. 'No estrangeiro', ressalta ele, 'é tudo estranho.' No passado, o bambino brasiliano largara mão da ideia de um diário, sugerido pela mãe. Optava pelo esquecimento, que abriria espaço para a imaginação ficcional cobrir as lacunas da memória."
Com isso em mente, o PublishNews separou alguns dos lançamentos e novas edições referentes à obra de Chico Buarque, em celebração aos seus 80 anos, com as sinopses fornecidas pelas editoras:
- Para seguir minha jornada – Chico Buarque 80 anos (Nova Fronteira), de Regina Zappa
Músico, escritor, dramaturgo e patrimônio vivo da cultura deste país, Chico Buarque de Hollanda incrementou, como poucos, a nossa cena artística nas seis últimas décadas. Nesta edição ampliada e revista de
Para seguir minha jornada, Regina Zappa nos dá o retrato mais completo e autêntico desse personagem que vem nos emocionando, acolhendo e representando com poderosos hinos políticos e sociais e tantas trilhas sonoras capazes de embalar antigos e futuros amantes. Sua vida é documentada aqui com manuscritos, reportagens, entrevistas, relatos e fotos, que são verdadeiros registros de época, pois as histórias — de Chico e do Brasil — se conjugam. Prefaciado pela cantora Mônica Salmaso, que acompanhou Chico em sua última turnê, este livro-almanaque vai deleitar o leitor com imagens raras de todas as fases da vida e da obra desse genial e inigualável artista brasileiro.
528 pp | R$ 189,90 (pré-venda)
- Chico Buarque em 80 canções (Editora 34), de André Simões

Em junho de 2024, Chico Buarque chega aos 80 anos com uma obra que é um verdadeiro monumento da cultura brasileira. Embora tenha atuado em diversos gêneros — literatura, teatro, cinema —, foi como cancionista que primeiramente se destacou e produziu de maneira mais prolífica, sendo suas canções seu maior legado para as artes nacionais. Celebrando as oito décadas de vida de Chico, o jornalista André Simões analisa 80 canções do compositor, traçando um painel representativo de toda a sua carreira. De “Pedro pedreiro” (1965) a “Que tal um samba?” (2022), cada um dos breves capítulos mantém a ideia central de que uma canção não pode ser satisfatoriamente entendida e avaliada quando se trata isoladamente de música ou letra. As análises consideram não apenas a interação lírico-musical, mas também elementos como arranjo, interpretação, contexto histórico e recepção, entre outros. Repassando a carreira de Chico, também se mostra parte relevante da história do Brasil nos últimos 60 anos. O volume inclui ainda vasta iconografia dos álbuns e a discografia completa do artista.
368 pp | R$ 87
- Chico Buarque ou a Poesia Resistente – Ensaios sobre as letras das canções recentes (Ateliê Editorial), de Adelia Bezerra de Meneses
Adelia Bezerra de Meneses, autora e pesquisadora que venceu o Prêmio Jabuti em 1982 pela obra
Desenho mágico – onde examinou textos em torno das canções de Chico contra a ditadura da época – neste novo livro analisa as recentes canções do cantor e compositor, como
Que Tal um Samba?, As Caravanas, Massarandupió, Tua Cantiga, bem como de álbuns do cantor após a reabertura democrática brasileira. A escritora expressou que, no livro, tratou as canções pesquisadas como poemas: “Todos exemplos dessa capacidade de concretar emoções, figurar sentimentos, de fornecer uma imagem plástica, visual, sensorial da realidade. Sim, já dizia Hegel, a poesia é o luzir sensível da ideia. Pois bem, é esse ‘luzir sensível da ideia’ que eu busco, analisando as canções de Chico enquanto poemas”.
208 pp | Preço na pré-venda: de R$ 115 por R$ 80
- Chico Buarque – A Transgressão em Três Canções (Ateliê Editorial), de Eduardo Calbucci
Na obra de Eduardo Calbucci, resultado de uma dissertação de pós-graduação defendida em 2003, é apresentada uma análise semiótica, do viés francês, de três músicas de Chico Buarque:
Mar e Lua e
Não Sonho Mais, ambas do álbum
Vida (1980), e
Uma Canção Desnaturada, de
Ópera do Malandro (1979). O autor explicou o motivo da pesquisa das três músicas: “A escolha de canções de Chico Buarque nasceu sobretudo da hipótese de que uma análise é tanto mais rentável quanto mais refinada é a criação estética”. Calbucci faz um aprofundado estudo da narrativa das letras e, principalmente, da transgressão das canções do aniversariante, como apontou no texto introdutório do livro. O livro agora publicado, resultado da celebração dos 80 anos de Chico Buarque, Calbucci finalizou: “Vale dizer que os oitenta anos de Chico Buarque, que acabaram por estimular a publicação deste trabalho, são um bálsamo para quem defende a ciência, a arte e a universidade pública”.
256 pp | Preço na pré-venda: de R$ 85 por R$ 60
- Trocando em miúdos: Seis vezes Chico (Record), de Tom Cardoso
Dono do eu lírico feminino mais aclamado do Brasil, contestador irredutível da ditadura civil-militar e vencedor do prêmio Jabuti por três vezes, Chico Buarque tornou-se um símbolo nacional, que diz: não é possível fazer cultura sem pensar a política. A narrativa habilmente tecida por Tom Cardoso nos leva a explorar os meandros das experiências de Chico, desde os embates com a censura durante os anos sombrios da ditadura militar até os aspectos mais íntimos de seus processos criativos. Passamos por seis temas extremamente caros à vida pública e particular do cantor e compositor: a política, a literatura, a fama, as polêmicas, a censura (assim como a autocensura) e o futebol. O autor reúne depoimentos, entrevistas e uma extensa pesquisa bibliográfica para apresentar ao leitor o retrato múltiplo de um dos maiores artistas vivos da cultura popular brasileira.
280 pp | R$ 79,90
- O que Não tem Censura nem Nunca Terá: Chico Buarque e a Repressão Artística na Ditadura Militar (L&PM), de Márcio Pinheiro

A ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1985 coincidiu com a fase inicial da carreira de Chico Buarque, um dos maiores compositores da história da música brasileira. Foi em 1966 que o jovem estudante de arquitetura lançou “A banda”, seu primeiro grande sucesso. Nesse mesmo ano, “Tamandaré”, outra composição sua, foi proibida pelo Serviço de Censura, por ofender o almirante Tamandaré, o patrono da Marinha. Era o primeiro encontro de Chico com a Censura – o primeiro de muitos. Este livro traz um relato da relação conflituosa entre um dos artistas mais geniais já produzido pelo Brasil e a Censura oficial do regime militar. Ao mesmo tempo, trata-se de um magistral resgate da perseguição e da repressão artística no mais recente período em que todas as liberdades foram suspensas em nosso país. Um deleite para fãs e não fãs; para os que viveram durante a repressão militar e para as novas gerações que pouco ou nada sabem sobre o que é viver e criar sob o autoritarismo.
224 pp | R$ 54,90