Feira de Frankfurt 2024 fecha dias comerciais com resultados positivos: 9% mais visitantes
PublishNews, Talita Facchini, 21/10/2024
Maior evento do setor editorial contou com mais de 4,3 mil expositores e 114 mil visitantes comerciais vindos de 131 países

© Frankfurter Buchmesse
© Frankfurter Buchmesse
A Feira do Livro de Frankfurt se mantém como o maior e mais importante evento para profissionais do setor editorial mundial. Em seu relatório oficial, referente aos três primeiros dias de evento (16 a 18 de outubro) – voltados para profissionais do setor – a organização da Feira reportou um aumento de 9% em relação aos visitantes profissionais, vindos de 131 países. A expectativa era que até domingo (21) o número total de visitantes profissionais chegasse a 114 mil. Em 2023 foram 105 mil, vindos de 130 países.

Essa 76ª edição contou com mais de 4,3 mil expositores que apresentaram seus livros, produtos e serviços na feira, o que representa um aumento de 7,5% em comparação a 2023 (4 mil expositores). Além disso, o sábado da feira (19) teve os ingressos esgotados.

Já o Literary Agents & Scouts Centre (LitAg) – que meses antes do início da feira já estava com ingressos esgotados – recebeu 320 agências de 31 países; no LitAg e no Publishers Rights Centre, 593 mesas foram vendidas no total (2023: 588 mesas). Alguns dos acordos de direitos significativos na feira foram um livro de memórias do repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, que já foi preso; a aquisição global de três romances históricos de Philippa Gregory; e a trilogia de fantasia The Rainshadow Orphans, da escritora britânica Naomi Ishiguro.

Em um breve resumo, a feira iniciou na terça com uma coletiva para jornalistas na qual a escritora turca Elif Shafak frisou que a “literatura pode e deve ser um ato de esperança”.

Na abertura oficial, a Feira como um lugar diverso e democrático foi o tema frisado na maioria dos discursos. Juergen Boos, presidente do evento, destacou que o evento não é apenas um lugar para fazer negócios, mas também uma plataforma para o discurso democrático: “Não se trata de quem levanta a voz mais alto. Trata-se de ouvir uns aos outros. Trata-se de discussões e conversas que levam à abertura, troca e percepção respeitosa de diferentes perspectivas. Esta é a ideia de Frankfurt. A feira do livro como uma plataforma para o discurso pacífico e democrático. Para autores, pensadores, ilustradores, tradutores, editores, jornalistas e fãs de cultura de todo o mundo.”

Em uma mesa na sexta, sobre o poder de contar histórias e os direitos humanos, organizado pelas Nações Unidas em cooperação com a Feira, a autora Corinna Kulenkamp disse: “Contar histórias é um direito humano, sim, mas nestes tempos contar histórias se torna uma obrigação humana.”

A Itália, país convidado de honra, transformou seu pavilhão em uma grande praça italiana e trouxe para a feira mais de 90 autores, incluindo nomes como Roberto Saviano, Donatella di Pietrantonio, Antonio Scurati, Francesca Melandri, e outros.

Outros tópicos quentes discutidos nos palcos da feira do livro incluíram sustentabilidade – principalmente em relação à inteligência artificial –, acessibilidade, tradução e áudio.

*A jornalista viajou com o apoio do CreativeSP, e do Publishing Perspectives, veículo de comunicação ligado à Feira de Frankfurt.

[21/10/2024 08:00:00]