Perez também compartilhou que a Amazon já investiu, entre logística e serviços de nuvem, e outros, mais de R$ 33 bilhões no Brasil. São mais de 100 pontos de distribuição, entre centros de logística e estações de entrega espalhadas por todo o país.
"Por definição, a gente quer ter todas as obras produzidas por autores ou por editoras se conectando com o leitor final, maximizando a oferta", explica, sobre a filosofia da varejista. "É o nosso dia-a-dia. Temos formas de mensurar e contar para o detentor do direito que é muito importante para o cliente que ele possa consumir da forma que quiser. Isso traz uma coexistência saudável entre as diferentes unidades (loja de livros físicos, KDP, Audible, etc). Temos dados internos para concluir que quanto mais um consumidor consome algum formato, maior a chance de ele também consumir outros formatos, ou seja, se forma um ciclo virtuoso. Quanto mais formatos e obras disponibilizamos, mais esse ciclo roda", conclui.
Perez comentou ainda a relação da Amazon com outras livrarias e instituições brasileiras ("acho que tem espaço para essa discussão ser mais fluida"), os negócios com as editoras ("temos uma característica de trabalhar muito os catálogos") e livros digitais ("ao longo do tempo, a gente foi insistindo muito na questão de conseguir gerar essa oferta multiformatos").
Sobre as pesquisas recentes do mercado editorial (Produção e Vendas, Panorama do Consumo de Livros e outras), Perez comentou que um dos principais desafios é entender como fazer o livro disputar com outras formas de consumo e entretenimento, como os streamings. Ele reconhece também que é uma missão do mercado entender e trabalhar para recuperar as perdas históricas demonstradas nas pesquisas, mas que o surgimento das mídias digitais já aponta para formas de diversificação dos portfólios.
"Ao longo desses anos, vimos o surgimento das mídias e formatos digitais, tanto o ebook, vendas à la carte, quanto modelos de assinatura, não só da Amazon, mas de outras empresas que oferecem serviços muito legais também. Esses números não estão computados lá (nos números gerais da PeV), a mesma coisa pra audiolivro, então eu acho que tem uma lição de casa aqui do mercado de tentar quantificar isso de forma mais completa e entender como é que esse cenário fica quando a gente olha formatos diferentes na mensuração", comentou.
Sobre um dos principais gargalos do mercado atualmente – o preço do livro –, Perez diz que ele é importante, mas que o cliente também tem outras preocupações na hora da compra. "Olhar para o preço é importante, claro, é um dilema atual, mas questões de diferentes formatos em oferta, bibliodiversidade, possibilidade de receber o livro rapidamente em casa, ter indicações personalizadas, segurança com os dados de pagamento, etc, também são igualmente relevantes na hora da venda", analisou.
Entre esses assuntos, ele também respondeu a questões sobre a Lei Cortez e sobre outros dados das pesquisas, como o crescimento da importância das livrarias exclusivamente virtuais nas vendas das editoras ao mercado privado.
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