
No último dia 11, durante uma sessão na Câmara Municipal, o vereador Thomaz Henrique cobrou a retirada. “A gente quer saber quem aprovou, quem comprou esses livros para as escolas públicas do município, quem permitiu isso aqui? Precisa ser punido, não acredito que o prefeito concorde com isso aqui, e esse livro tem que ser recolhido das escolas”, disse. Logo depois, comemorou a ação da prefeitura.
A Prefeitura de SJC, em nota enviada ao PublishNews afirmou que o livro “foi recolhido das salas de leitura de todas as unidades de ensino para que o conteúdo seja reavaliado pela equipe técnica da Secretaria de Educação e Cidadania” e reforçou que “os exemplares nunca estiveram disponíveis nas salas de aula ou nas bibliotecas públicas do município, apenas nas salas de leitura das escolas”.
As entidades do livro se reuniram para repudiar os casos de censura pelo país. Você confere a nota completa clicando aqui.
A obra apresenta as histórias de grandes mulheres, cientistas de diversas áreas, a exemplo de Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Dorina Nowill, Débora Diniz e Marielle Franco, entre outras, cujas origens e formações diversas contribuíram para a difusão do conhecimento e a defesa dos direitos humanos. Assim como a autora Flávia, a maioria das mulheres elencadas é negra e brasileira, mas também há destaque para mulheres indígenas, brancas e estrangeiras.
Em nota publicada nas redes sociais, a Mostarda disse que recebeu a notícia com surpresa e repudiou a decisão. “Enfatizamos que a Editora Mostarda tem como diretrizes a educação antirracista, a diversidade, a igualdade entre os gêneros e o respeito à ciência [...] Assim, repudiamos qualquer tipo de censura e defendemos que obras que promovem o pensamento crítico e o exercício da cidadania devem permanecer nas escolas, sem quaisquer impedimentos de ordem autoritária”.
Nos comentários, nomes como Eliana Alves Cruz e Henrique Rodrigues mostraram apoio à editora. "Precisamos encontrar formas de combater a censura na sua raiz, assumindo que existe uma guerra cultural acontecendo. No caso da literatura, ficamos indignados com os casos divulgados, enquanto nem conseguimos mensurar aqueles que não vêm a público. Escolas e instituições públicas e provadas estão praticando algo que deveria ser tipificado como crime", disse Henrique.
Confira a íntegra da nota da Mostarda: