Estive a semana passada inteira no WebSummit, provavelmente um dos maiores (se não o maior) evento de inovação do mundo, que aterrissou fora da Europa pela primeira vez. O evento foi no Riocentro, mesmo local das Bienais do Livro no Rio de Janeiro. Fiquei por 3 dias imerso em um ambiente em que se discutiu o futuro, para onde vamos, IA, ChatGPT, etc etc…mas onde também se fala muito de inovação e tudo que rodeia esse assunto.
Algumas coisas foram muito interessantes, como o Airbnb dizendo que a criação de comunidade e a humanização do host são cada vez mais prioridades, ou a discussão com o editor-chefe da Wired perguntando ao próprio ChatGPT ao vivo se ele iria acabar com o jornalismo (segundo ele, não vai).
Mas o que mais me chamou e chama a atenção nesses eventos que envolvem inovação e startups é que na minha cabeça existem dois grupos bem claros de pessoas e profissionais: os que imaginam que estão correndo uma prova de 100m rasos e os que entendem que estão em uma maratona. Me explico!
Acho que para a minha geração, de quase 40 anos, as startups e seus CEOs estrelados são nossos astros do rock. O Vale do Silício foi por muitos anos nossa utopia e fundar uma startup que vire um unicórnio foi e ainda é o sonho de muitos contemporâneos meus. Então, na minha visão existe um grupo que, inspirado por poucas e milionárias (bilionárias) histórias de startups enxerga esse caminho como uma prova de 100m rasos, um atalho para ficar milionário, consagrado e ser o novo "guru empreendedor CEO founder" do mercado. Não vejo problema nenhum na ambição, mas acho que inovação não é isso; a mim, me parece muito mais uma percepção errada do que a tecnologia proporciona como ponte. Adoraria esse atalho "mega-sena", mas não acredito que ele exista para 99% das startups. Não via esse caminho.
Já no outro grupo, estão as pessoas com as quais mais me identifico, as que acreditam que inovação é uma jornada, uma maratona, quase que uma visão de mundo. Algo que exige consistência, direção e foco. Não se constrói uma empresa sólida e reconhecidamente inovadora (com raríssimas exceções) sem dedicação de tempo e energia.
O que isso tem a ver com conteúdo? Tudo.
Primeiro que o conteúdo hoje é uma fonte – quase – inesgotável de referências do que se fazer e do que não se fazer (o que às vezes é ainda mais útil).
Segundo porque, quando trabalhamos com conteúdo e queremos incluir inovação, estamos falando de uma jornada de tentativa e erro, de experimentação e reavaliação. Inovar em conteúdo é testar formatos, testar modelos, testar histórias. Está muito longe de ser algo que acontece da noite para o dia e muda tudo!
Inovação não é uma fagulha de criatividade que aparece do nada… inovação é consistência, é repertório, é continuar realizando e se provando. Se você quer que seu negócio, seu conteúdo e suas histórias sejam vistas como algo inovador, é preciso que isso seja vivido no dia a dia, como um permanente estado de espírito.
Inovar em conteúdo é correr uma maratona, porque só com consistência e tempo é possível construir histórias que são pra sempre.
Palme é um executivo da cultura e do entretenimento com +12 anos de experiência na liderança de projetos que envolvem conteúdos multi formatos, tecnologia e streaming; além de empreendedor, professor, mentor e colunista. Nos últimos anos liderou projetos que somam mais de 10 mil horas de conteúdo em áudio, entre audiobooks, podcasts e audioseries.
Atualmente é CMCO (Chief Marketing & Content Officer) e um dos sócios do Skeelo.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews
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