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O Rio — e o Brasil — continua lendo!
PublishNews, André Palme, 08/07/2025
Em novo artigo, André Palme fala sobre as experiências que viveu em sua 11ª Bienal do Livro

'A Bienal mostra que o livro continua relevante, mesmo diante de tantas transformações digitais' | © Filmart
'A Bienal mostra que o livro continua relevante, mesmo diante de tantas transformações digitais' | © Filmart
Começar com um pé direito é bom. Começar no meio de uma tempestade de livros, pessoas e ideias é melhor ainda. Hoje escrevo só como um breve relato da minha 11ª Bienal.

Cheguei ao Rio de Janeiro há duas semanas para assumir a operação da Estante Virtual e, logo de cara, mergulhei na Bienal do Livro Rio. Não consigo imaginar um início mais simbólico: estandes cheios, corredores lotados, livros por todos os lados e uma atmosfera vibrante que celebra a potência da leitura.

A Bienal é mais do que um evento comercial ou literário. Ela é um retrato vivo da diversidade do mercado editorial brasileiro e, ao mesmo tempo, um espelho das transformações no comportamento dos leitores. Em poucos dias, vi de perto o impacto que autores, influenciadores e editoras têm sobre o público – especialmente o jovem, que comparece em peso, com brilho nos olhos e livros nas mãos.

Entre os momentos mais marcantes, destaco a presença de Raphael Montes lotando o Auditório Ziraldo com 300 pessoas e os encontros com criadores de conteúdo, como Paulo Ratz no estande da EV, que passou mais de cinco horas conversando com leitores, tirando fotos e distribuindo autógrafos. Esses momentos mostram a força da conexão direta entre quem escreve, quem recomenda e quem lê.

Mais do que uma feira de livros, a Bienal é um espaço de encontro, formação e descoberta. Jovens leitores, crianças com seus pais, educadores, bibliotecários, profissionais da cadeia do livro... todos circulando, debatendo, se emocionando. É bonito de ver. Genuíno. Inspirador.

Outro ponto que chama atenção é como o evento se torna um palco de inovação e tendências. Editoras testam novos formatos de ativação, autores se aproximam de suas audiências com estratégias cada vez mais criativas, e a relação com o conteúdo se torna mais dinâmica, multiformato e interativa. A Bienal, nesse sentido, é também uma vitrine de como o livro pode se integrar a novas linguagens e plataformas sem perder sua essência.

E é também um termômetro. A Bienal mostra que o livro continua relevante, mesmo diante de tantas transformações digitais. Ele muda de formato, de linguagem, de canal. Mas permanece central na experiência de quem busca significado, conhecimento e conexão.

Esta edição da Bienal deixou uma mensagem clara: não há futuro para o livro sem comunidade, sem escuta, sem presença. O que se vive nos corredores vai muito além da compra e venda de exemplares. Ali se constrói memória, pertencimento, paixão. E isso é o que sustenta qualquer cadeia criativa no longo prazo.

Estar na Bienal logo no início da minha jornada profissional no Rio foi um privilégio. E uma confirmação: se o livro não para, a gente também não pode parar. Seguimos lendo, criando e celebrando esse universo que resiste, se reinventa e continua pulsando.

Palme é um profissional do mercado de publishing, liderando e sendo pioneiro em importantes inovações do setor, especialmente com conteúdos e negócios digitais.

Possui mais de 20 anos de carreira, sendo 13 deles no mercado de livros e na liderança de projetos que envolvem marketing, tecnologia e principalmente conteúdos em todos os seus formatos. Nos últimos anos liderou projetos que somam mais de 12 mil horas de conteúdo em áudio, entre audiolivros, podcasts e audioseries. Liderou também toda produção da versão brasileira dos audiolivros da saga de Harry Potter.

Atualmente, é head da Estante Virtual, marketplace de livros do Magalu, e também segue como colunista, professor, mentor e coordenador da Comissão de Inovação e Tecnologia da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews

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