Terminaram no último dia 11 de setembro as duas principais feiras do livro em Portugal: as de Lisboa e Porto.
Pode-se dizer que há uma temporada anual de feiras do livro e de eventos literários em Portugal, que passam facilmente a meia centena, e que acontecem, majoritariamente, durante os meses de primavera e verão, ou seja, entre abril e setembro, adentrando um pouco em outubro, como será o caso da Folio em Óbidos.
As feiras do livro acontecem, via de regra, ao ar livre e com entrada gratuita.
A principal, a feira do livro de Lisboa, teve este ano a sua edição de número 92. Realizou-se, como de costume, no Parque Eduardo VII, entre os dias 25 de agosto e 11 de setembro.
A solenidade oficial de abertura contou com a presença do presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, do ministro da Educação, João Costa, além de Pedro Sobral, presidente da APEL - Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, que é a entidade responsável pela organização do evento.
Do discurso do presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, há que se destacar os seguintes trechos:
"São necessárias as medidas legislativas da proteção do livro. Felizmente que é hoje ministro das Finanças [Fernando Medina] o antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa e que aqui sempre defendeu — abertura após abertura da Feira do Livro —, a defesa do livro e a proteção da edição. Portanto, já sabemos com o que contamos.”
"Continuam a ser necessárias, no caso das livrarias, medidas relacionadas com as rendas [aluguéis], que nas grandes cidades afetam a viabilidade de muitas livrarias e praticamente matam os alfarrabistas [sebos]. Qualquer dia passeamos por Lisboa, Porto, Braga ou Viseu e não encontramos senão ex-alfarrabistas, que são membros essenciais de uma cultura do livro digna desse nome".
Foi a maior feira do livro desde e contou com 132 participantes, distribuídos por editoras, desde as gigantes até as pequenas e microeditoras, além de livrarias, distribuidoras e alfarrábios (sebos).
Estes participantes ocuparam 340 pavilhões (estandes) onde expuseram livros de 961 chancelas (selos editoriais). Os maiores participantes em número de pavilhões foram:
39 Leya
32 Porto/Bertrand
24 Penguin Random House
16 Presença
12 Almedina
12 Relógio D´Água
06 Fnac (só com editoras estrangeiras, exceto em língua portuguesa).
Além dos pavilhões, existiu uma intensa atividade cultural com cerca de 2.300 eventos com sessões de autógrafos de livros, workshops, debates, cinema e concertos, realizados nos três auditórios e quatro praças construídas, alguns eventos com transmissão ao vivo para rádio e mídias online, além de gravação de podcasts.
Na divulgação online da feira, a cobertura do evento e distribuição de conteúdo, o site da feira do livro de Lisboa teve 2,7 milhões de pageviews. As redes sociais da feira somaram a visita de 1,7 milhões de pessoas.
Houve ainda a campanha “Doe os seus livros”, parceria da APEL com o Banco de Bens Doados (BBD), que arrecadou 65.200 exemplares.
Em nota divulgada pela APEL soubemos que o público visitante foi de 772 mil pessoas. Como comparação, a cidade de Lisboa tem 545 mil habitantes.
Do total de visitantes:
22% são novos visitantes;
45% não visitou a feira na edição anterior;
37% dos visitantes têm entre 18 e 24 anos de idade.
Outro ponto a destacar foi a presença significativa de editoras brasileiras no evento.
Com o trabalho de distribuição realizado pela Saudade, estiveram presentes os seguintes selos editoriais, por pavilhão:
Na parceria com a Booki, estavam os selos: Alta Books, Atlas, Citadel, Guanabara Koogan, LTC, Perspectiva, Roca e Santos Pub.
Em 2023, a feira do livro de Lisboa volta à sua data original de final de maio até metade de junho. Lá estaremos, com uma participação ainda maior, para dar visibilidade à produção editorial brasileira, que é muito bem aceita em Portugal.
** As ideias expostas não representam as de quaisquer empresas ou instituições a que estou ou estive vinculado.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do PublishNews.
Desde janeiro de 2020 Jaime Mendes reside em Portugal e é um dos sócios fundadores da Saudade Livraria e Distribuidora, empresa com operações no Brasil e em Portugal. A Saudade tem por objetivo conectar os países de língua portuguesa e ser o elo entre leitores, escritores, livrarias e editoras desta comunidade lusófona, facilitando a circulação de livros e diferentes ideias, culturas e visões de mundo.
Trabalha com livros desde 1981 quando, ao entrar para a faculdade de História no IFCS/UFRJ, foi um dos responsáveis pela cooperativa dos estudantes. Em 1986, já formado e com o fim da cooperativa funda, com mais quatro amigos, a Livraria Bruzundangas no próprio IFCS. Sai da sociedade em 1988 ao ser contratado pelo Arquivo Nacional | MJ. Em 1992 foi um dos sócios-fundadores da Contra Capa Livraria em Copacabana. Em 1995 pediu exoneração do emprego público para se dedicar exclusivamente à livraria, que abriu a segunda loja em 1998, no Leblon. Jaime deixa a sociedade, por opção pessoal, em setembro de 1999. Em outubro desse mesmo ano entrou na editora Zahar, onde trabalhou por quase 12 anos, na função de gerente comercial. Entre maio de 2011 e novembro de 2012 trabalhou na editora Cosac Naify em São Paulo, onde exerceu a função de diretor comercial. De janeiro de 2013 a dezembro de 2019 exerceu as funções de diretor comercial no GEN | Grupo Editorial Nacional, holding fundada em 2007, e que é líder no segmento de publicações e conteúdos CTP (científico, técnico e profissional) no Brasil.
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