A cada ano os livros publicados no Brasil estão mais presentes em Portugal. Editoras de origem brasileira também estão por aqui como, por exemplo, a Citadel, Gato Bravo, Kotter e Urutau. Em breve a Nós e a Língua Mátria iniciam as atividades.
No que diz respeito ao varejo, das que sei da existência, temos a Livraria da Travessa em Lisboa e a Senda na cidade de Braga.
A Saudade Distribuidora, com quatro anos de atividade, importa livros do Brasil e os disponibiliza em uma parte das livrarias portuguesas, além da presença, via parceiros, nos Marketplaces de Portugal e Europa. Neste período foram importados 14 mil diferentes títulos distribuídos por 540 selos editoriais. Tem livro para todas as áreas e gostos: do Baralho da Vovó Cigana ao Atlas de Anatomia Humana. A Saudade também participa diretamente das principais feiras do livro em Portugal.
Talvez as editoras e instituições ligadas ao livro no Brasil ainda não percebam, mas este trabalho formiguinha de divulgação do livro brasileiro e, principalmente, de autoria brasileira por aqui, começa a gerar outros resultados. É só observar o aumento da publicação de autoras e autores brasileiros por editoras comerciais portuguesas.
Como entendo que o trabalho de distribuição não é só entregar os pedidos e, sim, fazer o livro chegar, torná-lo disponível onde os potenciais leitores possam estar, a Saudade vai dar mais um passo no seu trabalho. Agora, para além das fronteiras de Portugal.
Mas por que a Suíça? É a pergunta que deve estar surgindo agora, certo? A junção de três condições responderá:
1- Existência de um parceiro local, a Helvetia Éditions;
2- Potenciais leitores. A comunidade de imigrantes de língua portuguesa, que é a 2ª maior da Suíça, é de cerca de 300 mil pessoas;
3- E não existem livrarias especializadas ou com oferta de livros em português na Suíça.
No stand já contratado teremos cerca de dois mil títulos, o que deve dar um total em torno dos três mil exemplares a serem enviados para lá. Não há nenhum histórico de vendas ou demanda e, portanto, a diversidade é mais importante ainda. Vamos privilegiar a presença de livros de autoria brasileira.
Se é caro participar da Bienal do Livro no Rio de Janeiro ou em São Paulo, imagina ter o livro brasileiro a 9 mil Km de distância? Para ficar só nos impostos sobre o valor da mercadoria, são 6% de IVA para entrar em Portugal vindo do Brasil. Mais 8% de IVA para entrar na Suíça. Como não vai vender tudo, o que voltar para Portugal será taxado em mais 6% de IVA. Apesar de estar na Europa, a Suíça não faz parte da União Europeia e, assim, não há isenção de impostos na circulação de mercadorias.
Esta presença da Saudade Distribuidora no Salão do Livro só será possível com alguma parceria das editoras brasileiras. Algumas já apoiam esta iniciativa como a Editora 34, a Editora Global e a Editora Vozes. Em contrapartida a Saudade já fez e vai fazer compras a essas editoras, além de dar destaque a seus livros no evento.
Vamos ver como isso vai correr. A expectativa é grande. Se não der prejuízo, já será bom, pois o livro vai circular e gerar demanda futura. Darei notícias durante o evento e um resumo dos resultados após o mesmo.
#livro precisa circular; parado no depósito só ganha poeira.
Desde janeiro de 2020 Jaime Mendes reside em Portugal e é um dos sócios fundadores da Saudade Livraria e Distribuidora, empresa com operações no Brasil e em Portugal. A Saudade tem por objetivo conectar os países de língua portuguesa e ser o elo entre leitores, escritores, livrarias e editoras desta comunidade lusófona, facilitando a circulação de livros e diferentes ideias, culturas e visões de mundo.
Trabalha com livros desde 1981 quando, ao entrar para a faculdade de História no IFCS/UFRJ, foi um dos responsáveis pela cooperativa dos estudantes. Em 1986, já formado e com o fim da cooperativa funda, com mais quatro amigos, a Livraria Bruzundangas no próprio IFCS. Sai da sociedade em 1988 ao ser contratado pelo Arquivo Nacional | MJ. Em 1992 foi um dos sócios-fundadores da Contra Capa Livraria em Copacabana. Em 1995 pediu exoneração do emprego público para se dedicar exclusivamente à livraria, que abriu a segunda loja em 1998, no Leblon. Jaime deixa a sociedade, por opção pessoal, em setembro de 1999. Em outubro desse mesmo ano entrou na editora Zahar, onde trabalhou por quase 12 anos, na função de gerente comercial. Entre maio de 2011 e novembro de 2012 trabalhou na editora Cosac Naify em São Paulo, onde exerceu a função de diretor comercial. De janeiro de 2013 a dezembro de 2019 exerceu as funções de diretor comercial no GEN | Grupo Editorial Nacional, holding fundada em 2007, e que é líder no segmento de publicações e conteúdos CTP (científico, técnico e profissional) no Brasil.
A Alta Novel é um selo novo que transita entre vários segmentos e busca unir diferentes gêneros com publicações que inspirem leitores de diferentes idades, mostrando um compromisso com qualidade e diversidade. Conheça nossos livros clicando aqui!
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