O Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Bookscan divulgaram os resultados do 7º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2022, relatório mensal que apura a venda de livros em livrarias, supermercados, sites e lojas de autoatendimento.
Julho 2021 x Julho 2022
O destaque desse sétimo período – que analisa as vendas de 20 de junho até 17 de julho – vai para as grandes ações promocionais realizadas pelas varejistas. Com esse movimento, o setor livreiro registrou a comercialização de 4,84 milhões de livros e faturamento de R$ 191,35 milhões em julho deste ano. Embora tenha sido o segundo melhor mês em volume de vendas em 2022, houve leve recuo de 0,64% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram comercializados 4,87 milhões de exemplares, com faturamento de R$ 191,94 milhões.
Em relação ao ISBN, a queda – comparando com julho de 2021 – foi de 4,40%, caindo de 159.895 mil para 152.855. No entanto, o preço médio apresentou uma variação positiva de 0,33%, saindo de R$ 39,42 em julho de 2021 para R$ 39,55 em 2022.
“O setor segue sob pressão da alta de custos, mas está sacrificando suas margens ao não repassar esses aumentos ao consumidor em vista do quadro inflacionário, que impacta o poder de compra”, analisa Dante Cid, presidente do SNEL.
2022 x 2021
Analisando os resultados do ano até meados de julho, pode-se dizer que o ano de 2022 continua aquecido, com variação positiva em volume e valor.
O setor registrou a movimentação de 30,98 milhões de livros contra 29,39 milhões no mesmo período em 2021, em alta de 5,41%. Para o faturamento, a variação positiva é de 9,21%. Em números reais, o acumulado de 2022 aponta valor de R$ 1,35 bilhão; em 2021, a marca foi de R$ 1,23 bilhão.
Preço médio e ISBN – 2022 x 2021
Em relação ao preço médio, a variação positiva é de 3,6%. Em 2021, o valor era de R$ 42,02 e subiu para R$ 43,53 em 2022.
Já dentro dos top 500 títulos mais vendidos, o preço médio apresenta uma variação de 10,19%, saindo de R$ 23,38 no ano passado para R$ 35,68 em 2021. E o desconto médio é de 9,18 p.p., superior ao total do mercado.
“A inflação do último ano móvel está em 11,88%, mas o preço médio do livro não acompanha no mesmo patamar. Na verdade, os 3,6% de aumento do livro não representam 1/3 da inflação do mercado, colocando mais pressão sobre o faturamento. Ao analisar isoladamente os 500 títulos mais vendidos, percebemos que, entre esses, o preço médio teve variação mais próxima da realidade, com 10,19%”, explica Ismael Borges, territory manager do Bookscan.
Gêneros literários
Analisando 2021 com 2022, o gênero que mais ganhou importância foi Infantil, Juvenil e Educacional, com uma variação positiva de 3,85 p.p. Já o que apresentou maior queda, de 5,31 p.p., foi Não Ficção Especializada. Se em 2021 o gênero representava 29,48% do faturamento, esse valor caiu para 24,16% em 2022.
Por outro lado, Ficção passou a representar 26,40% do faturamento do mercado. Uma variação positiva de apenas 0,77 p.p. mas que faz o gênero assumir a ponta entre os analisados pela pesquisa. Não Ficção Trade aparece logo em seguida, representando uma fatia de 25,57% do faturamento.
Metodologia
Para a realização do Painel, os dados são coletados diretamente do “caixa” das livrarias, e-commerce e varejistas colaboradores. As informações são recebidas eletronicamente em formato de banco de dados. Após o processamento, os dados são enviados on-line e atualizados semanalmente.
As varejistas monitoradas pela Nielsen são: A Página Livraria, Amazon.br, Americanas, Americanas.com, BIG BIG, Bom Preço, Carrefour, Cultura, Curitiba, Disal, Escariz, Extra, Leitura, Livraria da Vila, Livraria Loyola, Magazine Luiza, Martins Fontes, Nobel, Pão de Açúcar, Saraiva, Shoptime, Submarino.
O painel completo você confere clicando aqui.
