King apoiou a tese do Departamento de Justiça, apontando que a fusão de duas das cinco maiores editoras do país pode criar uma empresa que irá concentrar de modo abusivo não apenas as vendas de livros, mas também as oportunidades de contratos de publicação para os autores.
A Penguin Random House já é a maior editora dos EUA, com desempenho muito superior às concorrentes. A compra da Simon & Schuster, um negócio que atinge a cifra de US$ 2,2 bilhões, deixaria a empresa com força suficiente para impor cifras pagas aos autores que não teriam muita chance de recorrer a outras casas editoriais.
Segundo apuração do The Bookseller, King contestou a questão das promessas que as suas empresas já fizeram no sentido de que a Simon & Schuster continuaria fazendo propostas independentes, disputando com a própria PRH novos títulos e autores. "Acho que a consolidação é ruim para a concorrência, esse é o meu entendimento do negócio de livros”, disse. Ele ainda comparou: “É como você dizer que terá um marido e uma mulher disputando um contra o outro pela mesma casa. Isso é um pouco ridículo”.
A presença de King levou o julgamento a um outro padrão de atração midiática. Ele vestia as roupas simples que costuma exibir em qualquer situação, contou casos engraçados aos jornalistas antes de entrar no tribunal e, ao sair colocou seu indefectível palito de dente na boca, que fica mordendo num hábito que tem desde garoto.
A alegação inicial do governo alega que menos autores serão capazes de ganhar a vida escrevendo. Os advogados da PRH defendem que, sem provas para determinar uma possível redução significativa na competição por direitos de livros e sem oferecer nenhum dano ao consumidor final, o leitor, o Departamento de Justiça está inventando um mercado para “direitos de livros mais vendidos antecipados”. Segundo a defesa, o argumento não tem base no mundo real e não se encaixa em qualquer análise sobre mercado considerada aceitável.
Os depoimentos devem prosseguir por até três semanas.