Megafauna debate autobiografia da militante Assata Shakur
PublioshNews, Redação, 20/07/2022
Tema do evento é o livro de "uma das terroristas mais procuradas pelo FBI", lançado no Brasil pela Pallas Editora; a ex-integrante dos Panteras Negras está exilada em Cuba há 42 anos e os EUA oferecem 2 milhões de dólares por sua captura

Assata Shakur | © Divulgação Pallas Editora
Assata Shakur | © Divulgação Pallas Editora
Publicado originalmente em 1988, Assata: uma autobiografia chega ao Brasil quando a revolucionária americana Assata Shakur completa 42 anos de exílio em Cuba. Ela permanece na lista dos terroristas mais procurados pelo FBI, a polícia federal dos EUA, que oferece 2 milhões de dólares por sua captura. Os acontecimentos que levaram a militante a essa situação serão debatidos nesta quarta-feira (20), às 19h, em evento da Pallas Editora na Livraria Megafauna (Edifício Copan - Av. Ipiranga, 200, loja 53, Centro - São Paulo).

O público poderá acompanhar a conversa entre a premiada escritora Cidinha da Silva e a cantora, atriz e ativista Preta Ferreira, autora do livro Minha carne (Boitempo) no qual relata 109 dias que passou injustamente na prisão, em 2019.

Assata Shakur enfrentou processos repletos de erros e arbitrariedades entre abril de 1971 e maior de 1973. Esse movimento interrompeu sua carreira de militância, associada a grupos radicais como os Panteras Negras e o Exército de Libertação Negra. A serie de acusações contra ela incluíram assalto à mão armada em um hotel, assalto a dois bancos, sequestro e posterior assassinato de um traficante de drogas, e assassinato de policiais. Apenas um desses processos se sustentou até a condenação final, a morte do policial Werner Foerster, em 1973, em emboscada numa estrada, cujos relatos inconsistentes foram contestados pela defesa de Assata.

O livro traz prefácio de Angela Davis, a militante negra mais relevante da história americana, e conta em detalhes como, em 1979, dois anos depois de começar a cumprir sua pena, ela foi libertada da prisão por homens armado que invadiram a penitenciária em que ela estava. Em 1980, começou seu exílio em solo cubano.

"Ao acompanhar a história de sua vida, você descobrirá um ser humano terno, com um compromisso inabalável com a justiça que viaja facilmente através de linhas raciais e étnicas, dentro e fora da prisão e através dos oceanos e do tempo", escreve Davis na apresentação da obra. O nome de Assata Shakur vale mais do que os 2 milhões de dólares que o FBI oferece por sua captura.

[20/07/2022 10:00:00]